ENQUANTO E NAO

sexta-feira, março 31, 2006

TÍTULOS (do DN)

PS impõe paridade na política só com o apoio do Bloco

"O projecto apresentado pela antiga ministra da Saúde foi muito criticado nas intervenções das bancadas do PSD, CDS, PCP e Verdes.

Teresa Caeiro (CDS) marcou aquilo que seria uma constante nas intervenções seguintes, "A paridade não se proclama, pratica-se", disse a centrista, lembrando que o seu partido teve a primeira mulher candidata a líder do partido (Maria José Nogueira Pinto) - "garanto-lhe que não ganhou por ser mulher" - e a primeira mulher ministra da Justiça (Celeste Cardona). Tudo aquilo, disse, "sem quotas, sem artifícios".Já Zita Seabra (PSD) definiu o projecto do PS - que fixa em 33,3% a representação mínima para ambos os sexos nas listas eleitorais para a AR, Parlamento Europeu e autarquias locais - como "pura engenharia social. A deputada referiu ainda que se sentirá "profundamente humilhada" se as portas da AR ou de outro órgão de poder se lhe abrissem "por causa de uma obrigação legal e pelo facto" de ser mulher.

A crítica mais feroz e aguerrida ao projecto acabou por surgir pela voz de Odete Santos, do PCP, que voltou a garantir que a lei "é inconstitucional" e até citou o constitucionalista Jorge Miranda. A comunista disse que a paridade não passa de "cosmética" e que "o PS deseja subverter o sistema eleitoral que temos à medida das suas conveniências eleitoralistas".

É pois, muito adequado o termo "impõe" usado no titulo acima. Impõe uma democracia por decreto, uma democracia para fazer babar os tolos
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Governo extingue organismos sem revelar futuro do pessoal.

Tem lógica. Primeiro a fachada. Quanto ao destino do pessoal, pff… é apenas gentinha…
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Crise na PJ


Quem é que compreende este Governo? Que estratégia política o leva a desmantelar, a enfraquecer, a deixar estiolar à mingua de recursos, uma das instituições mais prestigiadas do nosso país?
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30 gestores lesam Estado em 1,2 milhões de euros

"Trinta dirigentes da saúde lesaram o Estado em mais de um milhão de euros, ao receberem remunerações e regalias a que não tinham direito - do uso de cartões de crédito à utilização de carros de alta cilindrada, passando por subsídios de representação."

Claro, o aperto do cinto, o rigor nas contas, só se exigem aos trabalhadores por conta de outrem. Provavelmente já disse isto mais de 287 vezes e meia. Pois é , mas a realidade é esta e não me cansarei de a denunciar. E Muito provavelmente estes senores são os gestores das famigeradas unidades hospitalares com gestão empresarial.
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Canadá e EUA boicotam o Executivo do Hamas.

O governo do Hamas foi eleito democraticamente por uma larga maioria dos palestinianos. Os estados Unidos e o Canadá são dois países ditos democráticos e, mais do que isso, campeões da democracia e, no entanto, boicotam um governo eleito democraticamente, só porque não vão com a cara deles.
E quem se espanta? Eu não. É mais um exemplo de “democraticidade” Registo-o, apenas
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Directores de Finanças são os mais bem pagos

Um estudo que envolveu 50 postos de trabalho em 50 países, revela que os directores de finanças são os profissionais mais bem pagos no meio empresarial

Claro, eles é que decidem para onde vai a “massa”, e, como diz o ditado, “quem parte e reparte e não fica com a maior parte ou é tolo ou não tem arte". Esta é a moral vigente

SEM COMMENTARIOS

Os Vampiros
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer corar de vergonha os administradores - principescamente pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em «oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço/qualidade em toda a gama de prestação de serviços», incluindo no que respeita «a despesas de manutenção nas contas à ordem».
As palavras de circunstância não chegam sequer a suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo parágrafo sobre «racionalização e eficiência da gestão de contas», o «estimado/a cliente» é confrontado com a informação de que, para «continuar a usufruir da isenção da comissão de despesas de manutenção», terá de ter em cada trimestre um «saldo médio superior a EUR1000, ter crédito de vencimento ou ter aplicações financeiras» associadas à respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD, designadamente de pensionistas e reformados, são abertas por imposição legal. É o caso de um reformado por invalidez e quase septuagenário, que sobrevive com uma pensão de EUR343,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio de EUR3,57 (três euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da Segurança Social.
Como se compreende, casos como este - e muitos são os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza - não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar «despesas de manutenção» de uma conta que foram constrangidos a abrir para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma instituição bancária que ano após ano apresenta lucros fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver que contribua para engordar os seus lautos proventos. É sem dúvida uma sordície vergonhosa, como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos servem sob a capa da democracia, em que até a esmola paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer resquício de decência, com o único objectivo de acumular mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso a quem se aplicam como uma luva as palavras sempre actuais dos «Vampiros» de Zeca Afonso: «Eles comem tudo/eles comem tudo/eles comem tudo e não deixam nada.»


Para meditar e divulgar . . .

quinta-feira, março 30, 2006

COMENTÀRIOS

Emigração e direita

No último programa “Quadratura do Círculo”, transmitido pela Sic, Jorge Coelho denuncia a hipocrisia dos que cá em Portugal, exigem medidas de mais rigor contra os emigrantes ilegais e são, ao mesmo tempo, os que mais levantam a voz contra as medidas que o Canadá tem vindo a exercer nos últimos dias contra os emigrantes portugueses.

Pois é, a direita é assim mesmo .É de sua natureza, como na história do lacrau. E não é por acaso, que este endurecimento contra a emigração clandestina por parte do Canadá se verifique, precisamente com a chegada ao poder de um governo de direita.
A lei que agora expulsa os emigrantes já existe há vários anos. Só que os governos anteriores procediam de forma mais humana.
O que é lamentável é que os emigrantes, por regra, votem preferencialmente à direita

Diga-se de passagem que os emigrantes portugueses, muitos deles deram azo a que estas medidas agora os atingissem, ao acreditarem na conversa de quem os industriou a declarem-se perseguidos políticos, coisa que no nosso país (por enquanto) não existe.
Oxalá que o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros consiga alguma coisa nas diligências que foi fazer ao Canadá, mas desconfio que pouco mais poderá fazer do que humanizar a forma como os repatriamentos se irão processar.
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A agitação em França
A França, que há dias, depois de varias outra manifestações, reafirmano mais uma vez a sua oposição à lei de precarização do primeiro emprego que o sr. Villepin quer impor, trouxe para as ruas cerca de três milhões de manifestantes, continua decidida fazer gorar as intenções do governo nesse campo. Sindicatos e oposição pressionam Chirac a vetar essa Lei e estou convencido de que o vão conseguir. O povo francês não desiste facilmente de lutar por causas que considera justas
A este propósito cito, do DN de hoje, as palavras de uma estudante portuguesa a fazer um mestrado na Sorbonne “ Em portugal existe uma semelhança com a situação precária dos estagiários em França, mas ao contrario do que se passa em França, onde existe uma tradição revolucionária e um espírito muito crítico, em Portugal o que existe é a mentalidade do”vai-se andando” e do conformismo
Não se costuma dizer que cada povo tem o governo que merece? Cá está!
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As” boas” medidas...

Tributação dos automóveis diminui na compra e aumenta na circulação.
No acto da compra o carro é mais barato, mas em contrapartida aumenta o imposto de circulação. Governo mantêm carga fiscal.
no DN de 30-3-06
Ora, em português vernáculo, chama-se a isto passar da merda para o cagalhão. Que ricas medidas! A ACAP aplaude. Claro vai aumentar as vendas. E o Zé? esse, vai ficar na mesma, ou pior. O costume. Nestas andanças o Zé não ganha nunca

Chama-lhe filho…

Minha Mãe, quando alguém que ela sabia não ser boa rês se punha a dizer mal de outrem, usava uma expressão muito curiosa., que dizia entre dentes: Pois sim “chama-lhe, filho, antes que te chamem a ti”

Lembrei-me desta frase a propósito do sr. Berlusconi (outro senhor muito respeitável que deveria há muito estar atrás das grades) que há dias – desesperado pela perspectiva de perder as próximas eleições, teve a lata de acusar os empresários italianos de estarem a fazer, contra ele, o jogo da esquerda (o que tem uma lógica dos diabos) e dias depois acusar de desonestos os juízes italianos. Logo ele que, envolvido numas dezenas de processos nunca foi condenado…
Chama-lhe filho…., diria minha Mãe
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Para ler com mais vagar, veja também o meu outro site:
http://escritosoutonais.blogspot.com

quarta-feira, março 29, 2006

OS NOSSOS VALORES

Na entrada de ontem citei um recorte do DN referente a uma notícia do New YorK Times que denunciava a decisão de Bush, concertda com Blair, de invadir o Iraque, desse por onde desse. Pois no jornal “Metro” de ontem encontrei a mesma notícia um pouco mais desenvolvida. Por ela se vê:
- que em Janeiro de 2003 já havia data marcada (10 de Março) e tudo preparado para o início da invasão.

- que cinco dias depois da reunião de Bush com Blair, em que esta decisão foi tomada na qual participou também o secretário de Estado Collin Powell, este foi à ONU apresentar provas de que o Iraque podia estar a ocultar armas não-convencionais.

- que o referido sr. Collin mentiu deliberadamente à ONU, uma vez que o memorando da referida reunião secreta (onde o sr. Collin esteve presente) não provou que quaisquer armas de destruição maciça tivessem sido encontradas pelos inspectores da ONU.

O que quer dizer que tão embusteiros e mal intencionados foram o sr. Bush, como o Sr. Blair, com sr.Powell

Mas mais do que isso, o sr. Bush, na sua doentia paranóia de invadir o Iraque, "chegou a ponderar pin­tar um avião americano de vi­gilância com as cores das Na­ções Unidas, para justificar a invasão", com a largada de bombas ou o assassínio de Sadam Hussein”

E estes homens que, deliberadamente, inventando sórdidas mentiras, invadem um país, provocam- dezenas de milhar de mortos, destroem património histórico de valor incalculável, deixam um país em ruínas e os seus cidadãos na maior penúria e criam, com isso, as condições para o brutal acréscimo de terrorismo em todo o mundo, podem merecer o apoio, o aplauso ou mera consideração de algum homem ou mulher honrado à face da terra?

É esta a civilização ocidental de que tanto nos orgulhamos?
São estes os nossos valores. (mentira, embuste, ganância, agressão, violência, morte, destruição) de que tanto enchemos a boca?

É esta a nossa liberdade de expressão? Mentir descaradamente e convencer meio mundo de que o que fazemos é que está certo? Sim, por que estas coisas não seriam possíveis sem que outros governantes e grande parte ( a maior parte) da opinião pública - opinião que eles próprios forjam, a cada instante, com todos os meios de comunicação que dominam, não os apoiassem, ou não se conformassem, pelo menos.

Estes senhores deviam estar sentados no banco dos réu, ao lado de Sadam Hussein. E nós, uma boa parte de nós que aplaude ou consente, devia, em boa verdade, sentar-se também a seu lado. Assim o banco chegasse e justiça houvesse.

E no entanto, o sr. José Manuel Fernandes, director do Público – um dos jornalistas e comentadores políticos que em Portugal mais apoiou a invasão do Iraque - ainda há dias, a propósito da passagem do 3º ano da invasão, escrevia, muito ufano, que mantinha a mesma opinião e que se fosse hoje voltaria a defender a intervenção americana.
Com “opinion makers” como este, bem podem os Bushs deste mundo dormir descansados!
E o mais grave é que o mundo está cheio de Josés Manuel Fernandes! Os nosso valores merecem.
Recorte da notícia no "Metro", acima citada
e em que se baseiam os meus comentários

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Para ler devagar, também pode (eu autorizo) aceder ao meu blogue
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terça-feira, março 28, 2006

DESTAQUES


no DN de hoje Mas que novidade !
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Baptista Bastos

Recebeu ontem o Prémio de Crónica João Carreira Bom pelo conjunto das suas crónicas publicadas ao longo do ano de 2005.

Concedido pela terceira vez, o galardão instituído pela Sociedade da Língua Portuguesa e pelo «site» Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, no valor monetário de cinco mil euros, tem como objectivo preservar e promover este género jornalístico, premiando os cronistas que mais se distinguiram em cada ano.

Nada mais justo. Armando Baptista Bastos, além de notável romancista, é um dos últimos grandes jornalistas portugueses. Um grande jornalista e um homem honrado.

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Os '333 primeiros passos' contra a burocracia

Hoje não vou dizer mal do governo. As medidas ontem anunciadas, no sentido de atenuar as burocracias no relacionamento dos cidadãos com o Estado é obvio que, em princípio, só poderão merecer o meu aplauso. Agora o que é preciso é que elas sejam aplicadas com bom senso e de uma forma equilibrada. O recurso à net, por exemplo, e pelo menos enquanto ela não for de acessibilidade universal, não pode ser exlusivo, mas simplesmente preferencial.

Quanto à rapidez e comodidade para os utentes,. muito coisa tem de ser feita antes de estas medidas poderem redundar em benefícios. Há dias, por exemplo, para resolver uma dúvida que me surgiu no preenchimento da declaração do IRS, estive 20 minutos pendurado no telefone até que fosse atendido pela secção respectiva do Ministério das Finanças e ao fim desses 20 minutos mandaram-me ligar para outro número. Acabei po ter de ir Repartição de Finanças do meu bairro fiscal - o que quer dizer que a internet não me serviu para nada neste caso. Agora imaginem o que acontece com milhares de portugueses que não são capazes de interpretar e preencher um simples formulário! É a Internet que lhes vai facilitarr a vida?
Desiludam-se, meus amigos. O factor humano jamais pode ser dispensado.

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O Governo do Canadá tratou-nos como assassinos!

Foi assim que um dos emigrantes portugueses repatriados do Canadá se exprimiu à sua chegda ao aeroporto de Lisboa.
É assim na sociedade capitalista. Os emigrantes servem para criar riqueza, para fazer os trabalhos que os indígenas não querem fazer, mas não servem para serem considerados cidadãos dos países que os exploram
Cabe aqui lembrar a vil acção perpetrada pelas nossa autoridades ao aproveitarem uma festa onde cerca de 500 cidadãos brasileiros, descuidadamente se divertiam, para os ”caçarem” e lhes darem ordem de expulsão.

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Veja tambem:

segunda-feira, março 27, 2006

CITAÇÕES e SOCIALISMOS (chapéus há muitos...)

Ainda o palhaço da Madeira

Por volta dos anos 60 A.C., havia em Roma um peralvilho. político truculento e ambicioso, de nome Catilina, que causava as maiores dores de cabeça à República. De tal forma que Cícero o famoso orador e Cônsul, na altura, terminava sempre as suas intervenções no senado com a celebre exortação "Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?" ("QVOVSQVE TANDEM ABVTERE, CATILINA, PATIENTIA NOSTRA?" E tanto insistiu que, não tendo o dito senhor prestado ouvidos ao Cônsul e ao povo romano, alguém acabou com ele, prestando um inestimável favor à Republica.

Vem isto a propósito, da nódoa da República Portuguesa, o palhaço da Madeira.
Então não é que este senhor, que governa a Madeira praticamente desde o 25 de Abril e só porque o 25 de Abril aconteceu (a democracia tem às vezes os seus inconvenientes) não contente em não comemorar o dia da revolução dos cravos, resolveu conceder tolerância de ponto ( designação eufemística de “feriado” ) no dia 24 de Abril, isto é, como que em comemoração do tempo anterior à data que nos devolveu a liberdade.

Isto não é uma provocação à Republica ? Não é um desrespeito para com a Constituição e as leis que nela se apoiam? Este energúmeno é a vergonha do nosso país. Provoca tudo e todos incluindo as mais altas figuras do Estado e ninguém tem autoridade para pôr fim a tais dislates?

Já que estou em maré de citações da história de Roma, recordo também o austero senador que Catão, durante anos, terminava todas as suas intervenções no Senado com a exortação “Delenda est Cartago!” (Cartago tem de ser destruída!). Até que Cartago foi mesmo arrasada.

. Pois eu digo o mesmo e espero que haja mais gente neste país a pensar e a dizê-lo:
“delendum est Jardim.”

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Curiosidade: Quantos, dos muitos milhões de utilizadores de computatores, ao utilizarem a tecla “delete” sabem que estão a empregar o verbo latino “deletere” (apagar, arrasar, destruir) de que a forma “delendum”, acima citada, é o gérundio?
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Delgadus dixit

Direitista dos quatro costados (só porque não tem sete ou oito) o inefável Delgado está muito preocupado com o apagamento dos partidos do seu coração, como revela no artigo de hoje, no DN, intitulado “O que fazer com o PSD e o PP?”
Pudera! O Sócrates está a fazer o trabalhinho que a eles competia, com muito melhor aceitação por parte de muita gente de esquerda, uma vez que é suposto ser feito por um partido de esquerda.

"Sócrates, muito parecido com Blair, ou com a nova vaga de socialistas que são tudo menos o que dizem ser, está a ocupar, devagar, mas com consistência, o lugar em aberto deixado pelo PSD e pelo PP.É extraordinário como dezenas de medidas governamentais, nos últimos tempos, são tipicamente de centro-direita e direita, e isso só lhe mostra o génio"

Génio e traição. Ao povo português e, sobretudo, aos militantes socialistas


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O dinheiro do Sr. Soros não chegou desta vez

Tal como tudo fazia prever e eu escrevi aqui em anteontem , “o apoio financeiro e político do Ocidente, sobretudo dos Estado Unidos - em especial da "Sociedade Aberta", do milionário George Soros” que fizera triunfar na Ucrânia, para gozo dos bem pensantes da nossa e de outras praças, a artificial “revolução laranja” desta vez podia não resultar
E assim aconteceu. Escassos 13 meses depois, a brilhante “revolução laranja” perdeu o brilho e os derrotados de então, agora com o nome “via azul”, ganharam em toda a linha, como se verifica no extracto do artigo que a seguir transcrevo, do DN de hoje

"Partido pró-Ocidente sai derrotado em toda a linha"
Cadi Fernandes

"Após a "revolução laranja", a "revolução azul": Viktor Iuchtchenko, Presidente pró-ocidental, e Viktor Ianukovitch, líder da oposição pró-Moscovo, foram, respectivamente, os grandes derrotado e vencedor das eleições legislativas realizadas, ontem, na Ucrânia.

As primeiras projecções indicam que a Nossa Ucrânia (14%) não só perde, como se previa, para o Partido das Regiões (33%), como fica atrás do Bloco Iulia Timochenko (23%), formação que questiona a privatização de empresas estratégicas do Estado."

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Dia do Teatro

Hoje é o dia mundial do Teatro
Aqui presto a minha homenagem a quantos. ao longo de séculos, têm mantido viva esta nobre actividade, quer na escrita quer nos palcos.
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Pra ler mais devagar tenho outro blogue:
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domingo, março 26, 2006

HOJE NÂO HÁ POLÍTICA


Teatro também é para ler

“O crítico literário em Portugal não escreve sobre textos de Teatro. Tenho muita pena que as peças não sejam consideradas literatura”

Quem o diz é Jorge Silva Melo numa entrevista no Diário de Notícias de 24-3-2006. E tem toda a razão. Leio com muita frequência críticas literárias a obras que vão aparecendo nas livrarias (algumas até de valor literário muito duvidoso, diga-se) mas nunca (ou muito raramente) entre as obras criticadas se fala do texto de uma peça de teatro. E mesmo os críticos de Teatro falam principalmente das interpretações, da encenação, da música, das luzes, mas esquecem-se, com muita frequência, de falar do texto como objecto literário.

A tal propósito, lembro-me que, tendo sido director, durante vários anos, de uma das várias bibliotecas, existentes nos serviços centrais CP, criadas por iniciativa e a expensas exclusivas dos respectivos funcionários, tive oportunidade de exercer um papel interessante na divulgação do texto teatral

Tendo a meu cargo a aquisição de livros, tive oportunidade de comprar imensas obras de teatro, género que antes da minha chegada era, praticamente, inexistente. Não familiarizadas com tal tipo de literatura, as leitoras (digo leitoras porque no meu sector havia muito mais mulheres do que homens) reclamavam da justeza da minhas opções nesse campo, alegando que, que embora gostassem de ver teatro que não eram capazes de ler as respectivas peças escritas.. E porque não ? Olhem para esta beleza retorquia eu, enquanto lhes lia, algumas passagens (lembro-me de “Felizmente há luar do “Stau Monteiro, de várias peças de Sartre do Bernardo Santareno, sei lá..). - Ah, assim lido por si, gostamos. É só uma questão de hábito. Insistam, saboreiem o texto, que vão começar a gostar. Aliás, se vocês se enfastiam com grandes descrições reparem que numa peça de teatro não há tempos mortos. É acção imediata através da palavra.
Posso dizer com orgulho que pus toda a aquela gente a ler teatro. E o mesmo aconteceu em relação à poesia.

Verdade seja que, dentro de uma arca, fora das prateleiras e do catálogo oficiai da biblioteca, tinha guardados livros proibidos que ia dando também a ler, como os livros de Jorge Amado (então proibidíssimos), o “Amante de Lady Chaterley” do Lawrence, a “Filosofia na Alcova do Sade”, “O Don Silencioso” de Cholokov, o “7º dia da Criação” de Ilya Éhremburg, “El Canto General” de Neruda e todos os livros que a Pide ia retirando do mercado mas dos quais eu tinha um fornecedor seguro e atento, que nunca me deixava desprevenido.
Foi uma boa sementeira, garanto-vos. Não caiu em cesto roto

Ainda gostava de saber o que foi feito das centenas ou milhares de livros das várias bibliotecas que havia então na CP!

Ora, toda esta conversa vem a propósito do teatro como objecto literário, como comecei por dizer. Então que viva o Teatro e o valor literário dos seus textos!

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A ÁGUA


Decorreu esta semana a cidade do México, o 4º Fórum Mundial da Agua.
Nele se concluiu que há no mundo 400 milhões (sublinho:quatrocentos milhões) de crianças que não têm água potável e que uma delas morre a cada 15 segundos, devido a doenças que essa falta provoca.

Na cabeça de cada um de nós está a ideia, justa aliás, de que o ouro é um artigo muito valioso, por que, como tudo o que é valioso, existe em quantidades bastante limitadas, pois ouvi um dia destes num programa de rádio, a propósito do Dia Mundial da Água, que, pasme-se, há mais reservas de ouro do de água potável, à face da terra.

Não sei se será mesmo assim, mas é um facto que as reservas de água potável estão a escassear e que um dia, .que pode não ser tão longínquo assim, a humanidade vai ser confrontada com uma catástrofe de dimensões incalculáveis por falta deste precioso e indispensável líquido.

E no entanto nós, os portugueses sobretudo, dada a nossa atávica falta de civismo, (ainda há dias os jornais noticiavam que Lisboa é a capital europeia onde mais água se desperdiça), continuamos alegremente a gastar água sem norma nem medida, contribuindo, assim para o apressamento dessa catástrofe.

E pensando em tudo isto, interrogo-me: Porque é que as pessoas em vez de deixarem o chuveiro a correr durante todo o tempo do duche diário (que sendo diário não precisa ser longo) não se limitam a molhar rapidamente o corpo, fechar a torneira para se ensaboarem e só voltar a abri-la para rapidamente de desensaboarem?

Porque é que, a primeira água do duche, enquanto não aquece e se desperdiçam assim vários litros, não é aproveitada para encher um ou dois baldes, podendo essa água ser aproveitada para outras utilizações?
Porque é que louça, como muitas vezes vejo, tem de ser lavada e passada à torneira, em vez de se encherem previamente as cubas e aí se efectuar a lavagem?

Porque é que para lavar os dentes, não se enche um copo com água, se esfregam com a escova mantendo a torneira fechada, se bochecha com a agua do copo, e se lava finalmente a escova na mesma água, sem ser preciso voltar a abrir a torneira? Era assim que dantes nos ensinavam.

E porque será que agora não há cão nem gato que possuindo uma dúzia de tostões não dispensa a construção da sua piscina particular (que na maior parte dos casos até é, ridiculamente, pouco maior que um bidé)?

E porque é que nós, todos, não pensamos a sério neste problema e não procuramos modificar os nosso hábitos no que concerne ao consumo exagerado de água?
Ganhava o colectivo e ganhava a nossa bolsa.

E se te metesses na tua vida, dirão vocês. Pronto, pronto, já cá não está quem falou. Vão consumindo água até
se acabar. Para mim ainda deve chegar.

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E lá se vai o GNT

Um dos canais generalistas mais interessantes da TV Cabo e talvez o de maior audiência, fora os dos filmes, é o GNT da Globo. Pois a partir de 1 de Abril próximo esse canal será substituído por um outro da TV Record, também brasileiro, propriedade da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) Que raio de critério terá presidido a essa substituição?
Em minha casa, pelo menos, a ausência deste canal vai ser muito sentida. Adeus Jô Soares, Adeus Marilia Gabriela, adeus Manhatan Connection e outros programas interessantes que sem saber porquê vão deixar de nos fazer companhia.
Não adianto nada como isso, mas aqui fica o meu protesto!

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sábado, março 25, 2006

BREVÍSSIMAS

Governo aperta sanções no subsídio de desemprego

Em princípio parece-me uma medida acertada (desde que se lhe introduzam algumas correcções e aperfeiçoamentos que os sindicatos já referiram, pois que anda por aí muito calão e muito oportunista a comer à conta do orçamento. Contudo e nunca me cansarei de o repetir, o Governo vai fazendo umas intervençõezinhas aqui e ali, mas sempre, sempre, no que se refere a trabalhadores por conta de outrem. Nos lucros fabulosos dos Bancos e nos poderosos grupos financeiros não mexe.
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O Bloco de esquerda e o divórcio

Pelo que li o Bloco de esquerda, como o folclorismo a que nos habituou e pelo qual os nossos órgãos de comunicação tanto se babam, pretende que, para que um divórcio possa ser reconhecido, basta que um dos cônjuges o peça.. Ora o casamento é um contrato legal e voluntário aceite e registado por dois contratantes. Como pode ele ser desfeito sem o acordo de ambos para que o mesmo seja rescindido, ou sem que um tribunal o imponha, por razões provadas de falta de cumprimento de uma das partes?
Para isso seria preciso primeiro alterar toda a legislação vigente no que se refere a relações contratuais. Ou não. Pois é, lançar umas bocas não custa nada. Quanto lirismo, meu deus! Ou melhor dizendo, quanta demagogia!
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Política colorida

Ainda anteontem falei aqui das “revoluções”levadas a cabo nos Balcãs e nas repúblicas da antiga União Soviéticas , tendo todas elas por detrás o apoio financeiro e político do Ocidente, sobretudo dos Estado Unidos - em especial da "Sociedade Aberta", do milionário George Soros
Uma dessas “revoluções" foi a Revolução Laranja”, na Ucrânia que, em 2004, trocou o Presidente Viktor Ianukovitch pelo pró-ocidental Viktor Iuchtchenko, lembram-se?
Pois agora vai haver eleições legislativas e, com o país de pantanas, não tendo ganho nada com a “revolução laranja”, quem vai, largamente, à frente nas sondagens é a “Via azul” chefiada, nem mais nem menos pelo Presidente derrotado nas eleições anteriores.
Pelos vistos é tudo uma questão de cores. E de pilim. De muito pilim
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A música ao poder, já!

No Brasil, os ecologista do PV (partido Verde) preparam-se para propor e apoiar a candidatura de Gilberto Gil ao lugar de Governador De estado do Rio de Janeiro. Olha que maravilha, música e ecologia de mãos dadas, Não é uma boa notícia? Se eu fosse brasileiro nem hesitava

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sexta-feira, março 24, 2006

DOS JORNAIS


José Sócrates apoia nova geração de políticas sociais

"Ontem, na sua intervenção inicial no Conselho Europeu, o primeiro-ministro português apoiou a iniciativa da presidência austríaca de propor uma "nova geração de políticas sociais" que permita criar emprego e preservar o "essencial do modelo europeu". Segundo José Sócrates, "importa desfazer um mito: o de que elevados níveis de protecção social provocam maior desemprego".

Bonitas palavras. Só podem merecer o nosso aplauso e o nosso apoio. Infelizmente a prática do governo a que Sócrates preside não está muito de acordo com estas afirmações. Em vez dos 150 mil postos de trabalho que prometeu criar, o que ele fez até agora foi acabar com várias dezenas de milhar de postos existentes. E quanto à protecção social, o que nós vemos também são investidas deste governo no sentido de diminuir ou desvirtuar alguns dos direitos e práticas adquiridos, nesse campo
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Estado deve mais de 250 milhões de euros

De acordo com notícias vindas hoje a lume, o Estado terá de pagar pelo menos 250 milhões de euros aos militares na reforma, a título de complemento, na sequência de um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo (STA) . Este montante, avaliado pelos sindicatos aos cinco anos de atraso no cumprimento da lei.
A pergunta que surge é como pode um Estado caloteiro e relapso esperar e exigir que os cidadãos sejam exemplares cumpridores no pagamento de impostos.
Tudo isto resulta afinal de incultura e de falta de civismo, a começar pelo cimo da pirâmide até à parte mais larga da base. Quanto caminho ainda a percorrer, meu deus!

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Polícias apanhados no tráfico de armas

Isto vai bonito vai. Com polícias a fornecer armas aos bandidos podemos dormir descansados. E este homens não pensam, sequer, que podem estar a colocar armas nas mãos de quem pode vir a matar os seus companheiros de profissão ou eles próprios ? Claro que meia dúzia de agentes não são a corporação, mas a frequência com que são detectados agentes da autoridade envolvidos em crimes e falcatruas é preocupante e é um triste sinal dos tempos.
Mas, se pensarmos bem, esta notícia tem muito a ver com a anterior.

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As prioridades do Governo da Madeira

Governo da Madeira gasta 158 mil euros em livros e bandeiras para comemorar os 30 anos de autonomia.

Tem muita lógica, não tem? Recusam-se a comemorar 0 25 de Abril e gastam balúrdios a celebrar a data do início da autonomia que só aconteceu por força do 25 de Abril. Isto é que é uma esperteza saloia! E no entanto não são eles que têm a culpa. O culpado é o governo nacional, que há muito deveria ter posto fim aos desmandos e farroncas do sr Jardim que é o maestro de toda esta cegada. Têm medo que a Madeira se torne independente? Pois que se torne. Eles precisam mais de nós do que nós deles.
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quinta-feira, março 23, 2006

INDEPENDÊNCIAS E SEPARATISMOS

ETA anuncia cessar fogo permanente

47 anos e oitocentos mortos depois do início das suas actividades, a Eta declarou declarou ontem um cessar fogo permanente, para “impulsionar um processo democrático".
Esta é uma boa notícia e é obvio que não surge do nada. Seria impensável que depois de todo o seu passado esta organização autonomista tomasse esta decisão”de borla”, como costuma dizer-se. Por detrás deve haver certamente entendimentos prévios com o governo de Madrid, promessas de negociações justas e equilibradas. Oxalá que assim seja,pois até ao presente o poder central central nunca deu mostras de negociar com seriedade.

O povo basco constitui uma etnia e tem uma língua que nada tem a ver com Espanha e com o castelhano. É justo e é imperioso que essas diferenças sejam tidas em conta e não é com a repressão, com medidas de excepção e com terrorismo de estado como aconteceu no governo de Felipe Gonzalez, que a paz pode ser alcançada

Naturalmente que o Governo tem de passar, desde já, a tratar os (mais de 500) presos bascos com humanidade e transferir (os que estiverem a cumprir penas) para estabelecimentos prisionais mais perto de suas famílias e não como acontece agora que os desterram para centenas de quilómetros de distância. Com boa seriedade e negociações concertadas, a Paz é possível. Aconteceu com o IRA e também pode acontecer com a ETA.
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Como se forjam independências e separatismos

“Europa reforça apoio aos críticos de Lukachenko”
Com este título noticiava ontem o Diário de Notícias as participações de alguns embaixadores de paises europeus em manifestações contra o presidente da Bielorússia, LukachenKo
Isto não é contra todas as regras de procedimento diplomático
e de relacionamento entre Estados?
Logo aseguir à notícia com este título vinha, vimha um destaque
que a seguir transcrevo"

"Da Resistência servia ao Bisonte bielorrusso"

"Têm nomes curtos e que ficam no ouvido: são os movimentos juvenis sur­gidos nos últimos anos em repúblicas da antiga União Soviética e nos Balcãs. Dependendo dos apoios que recebem do Ocidente, sobretudo dos Estados Unidos - em especial da Sociedade Aberta, do milionário George Soros - assim singram mais ou menos, conseguindo, nalguns casos» derrubar regimes caducos, à força de se manifestarem aos milhares nas ruas» 0 pioneiro foi o Qtpor (Resistência), que, em 2000, se destacou como uma das forças por detrás do afastamento do Presidente Slobodan Milosevic» Os jovens sérvios ganharam traquejo e, a partir daí, começaram a"exportar os seus conhecimentos "re­volucionários" Em 2003 foi a vez de os georgíanos do Kmara (Basta) mi­narem, com sucesso, o status quo de Chevardnadze. Depois» surgiu o Porá (É Hora), em apoio de luchtchenko. Na Bielorrússia, o Zubr (Bisonte) está agora a dar os primeiros passos rio caminho da ocidentalização» Outros tantos movi­mentos são: Yox (Âzerbai jão) Mjaf t (Albânia), Kart (Kosovo), 6ong (Croácia), Loja (Macedónia) e Unitas (Montenegro)."
(O sublinhado é meu)

Percebe-se assim a espontaneidade da quase totalidade de movimentos democráticos e independentista que surgem por esse mundo de Deus.. O dedo do capitalismo americano está sempre por detrás de todos eles. Foi assim também que se tornaram independentes os antigos países da Jugoslávia, foi assim também com o derrube de Milosevic que tudo fez (mal, por vezes, é certo) para impedir o desmembramento do seu país. è que para os americanos e seus aliados há separtismos bons (os que servem os seus interesses) e maus (os que os contrariam).

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quarta-feira, março 22, 2006

CITAÇÕES e COMENTÁRIOS

Selo do carro vai ser pago através da Internet

OGoverno prepara-se para alterar a forma de pagamento do imposto municipal sobre veículos, o vulgar "selo do carro". O imposto passará obrigatoriamente a ser liquidado através da Internet, com o pagamento - uma receita camarária, mas cobrada pela máquina fiscal - a ser efectuado no mês da matrícula do automóvel. Os novos moldes de pagamento entram em vigor já este ano, provavelmente em Maio.

Como? Não devo ter lido bem. Isto da idade e das cataratas (que estou vai para quatro anos à espera de ser operado através do bendito SNS) tem destas coisas. Só posso mesmo ter lido mal. Obrigatoriamente? A medida até é óptima, mas obrigatoriamente?!! Em que país é que estes senhores vivem, para saber que mais de metade da poulação portuguesa não dispõe de Internet, ou tendo-a não sabe com lidar com ela, sobretudo no preenchimento de formulários? Ná, devo ter lido mal. O que ali está escrito deve ser “preferencialmente. Ah. cegueta do catano!

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Nevoeiro em 'Portugal inteiro'
Vicente Jorge Silva
(…)Seja como for, os sinais da exclusão simbólica da esquerda das suas escolhas para o Conselho de Estado e a marca fortemente conservadora do seu gabinete empurram Cavaco Silva do estatuto de Presidente de "Portugal inteiro" para o de chefe informal do Portugal da direita, representado no Parlamento pelo PSD e o CDS.

Presidente de todos os portugeses, o quê? E ainda houve gente que tivesse acreditado nisso? Houve certamente, senão o homem não estaria agora em Belém. Todo o burro come palha…
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Fisco deixou caducar dívida de Carrapatoso
A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) deixou caducar uma alegada dívida de IRS superior a 740 mil euros ao contribuinte António Carrapatoso, presidente da Vodafone Portugal

Pois é. Isto nunca podia acontecer com um trabalhador por conta de outrem, que somos nós a maioria dos portugueses e a quem estão sempre a pedir mais sacrifícios. Vão pedir sacrificios à puta que os pariu. Não é o que apetecia dizer, em face de tais discrepâncias? Mas eu sou educado e não vou dizê-lo. Pronto tá decidido
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PSD Madeira 'acaba' com 25 de Abril
O PSD Madeira prepara-se para acabar com as comemorações do 25 de Abril na região.

Claro. O 25 de Abril não acabou com eles, acabam eles com o 25 de Abril. A maré agora até é propícia. E nós deixamos?!!!...

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O Paradoxo
Vasco Graça Moura

(…) toda gente percebeu ser o projecto do CPE susceptível de agir positivamente sobre o emprego dos jovens, o que de modo algum convém aos socialistas num ano anterior ao das eleições presidenciais, havendo que tentar impedir a todo o custo que ele vá por diante; segundo, que, mesmo para o PSF, os objectivos eleitoralistas se sobrepõem escandalosamente à defesa do interesse nacional.

Está-se mesmo a ver. Os milhões de pessoas, de todas as idades, que por toda a França se manifestaram (e vão continuar a manifestar) nas ruas contra esta tentativa do Governo francês de impor o Contrato do Primeiro emprego (projecto tão positivo no dizer de V.G.Moura), fazem-no para agradar ao PSF!!!
Só mesmo da cabecinha retorcida deste senhor. O que vale é que, quando fala de política, describiliza-se completamente ejá ninguém lhe liga .… e é pena porque se trata de um intelectual de mérito reconhecido e que eu aprecio.

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Tropas americanas podem ficar no Iraque até 2009
.
Coitados dos iraquianos. Ainda restará alguma coisa de pé nessa altura
.
Com a popularidade a atingir os níveis mais baixos de sempre, Bush voltou a sublinhar os progressos realizados no Iraque e apelou aos americanos para apoiarem a sua estratégia. "Se não acreditasse no nosso plano para a vitória, não continuaria a expor os nossos homens ao perigo",

Mas com certeza, sr Bush, o senhor é um oráculo. O senhor não garantia que o Sadam possuía armas nucleares? Quem o topa bem é o Hugo Chavez, que, para quem o quis ouvir, lhe chamou alto e bom som, burro, imbecil, assassino, bêbedo, e não sei quantos outro adjectivos de igual teor. E para que não restassem dúvidas deu-se ao cuidado de repetir tudo no seu "bad" inglês, como ele próprio salientou.
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Nota: Todos estes títulos e citações saão do Diário de Notícias de hoje. Não inventei nada

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em
http://escritosoutonais.blogspot.com


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Selo do carro vai ser pago através da Internet

OGoverno prepara-se para alterar a forma de pagamento do imposto municipal sobre veículos, o vulgar "selo do carro". O imposto passará obrigatoriamente a ser liquidado através da Internet, com o pagamento - uma receita camarária, mas cobrada pela máquina fiscal - a ser efectuado no mês da matrícula do automóvel. Os novos moldes de pagamento entram em vigor já este ano, provavelmente em Maio.

Como? Não devo ter lido bem. Isto da idade e das cataratas (que estou vai para quatro anos à espera de ser operado através do bendito SNS) tem destas coisas. Só posso mesmo ter lido mal. Obrigatoriamente? A medida até é óptima, mas obrigatoriamente?!! Em que país é que estes senhores vivem, para saber que mais de metade da poulação portuguesa não dispõe de Internet, ou tendo-a não sabe com lidar com ela, sobretudo no preenchimento de formulários? Ná, devo ter lido mal. O que ali está escrito deve ser “preferencialmente. Ah. cegueta do catano!

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Nevoeiro em 'Portugal inteiro'
Vicente Jorge Silva
(…)Seja como for, os sinais da exclusão simbólica da esquerda das suas escolhas para o Conselho de Estado e a marca fortemente conservadora do seu gabinete empurram Cavaco Silva do estatuto de Presidente de "Portugal inteiro" para o de chefe informal do Portugal da direita, representado no Parlamento pelo PSD e o CDS.

Presidente de todos os portugeses, o quê? E ainda houve gente que tivesse acreditado nisso? Houve certamente, senão o homem não estaria agora em Belém. Todo o burro come palha…
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Fisco deixou caducar dívida de Carrapatoso
A Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) deixou caducar uma alegada dívida de IRS superior a 740 mil euros ao contribuinte António Carrapatoso, presidente da Vodafone Portugal

Pois é. Isto nunca podia acontecer com um trabalhador por conta de outrem, que somos nós a maioria dos portugueses e a quem estão sempre a pedir mais sacrifícios. Vão pedir sacrificios à puta que os pariu. Não é o que apetecia dizer, em face de tais discrepâncias? Mas eu sou educado e não vou dizê-lo. Pronto tá decidido
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PSD Madeira 'acaba' com 25 de Abril
O PSD Madeira prepara-se para acabar com as comemorações do 25 de Abril na região.

Claro. O 25 de Abril não acabou com eles, acabam eles com o 25 de Abril. A maré agora até é propícia. E nós deixamos?!!!...

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O Paradoxo
Vasco Graça Moura

(…) toda gente percebeu ser o projecto do CPE susceptível de agir positivamente sobre o emprego dos jovens, o que de modo algum convém aos socialistas num ano anterior ao das eleições presidenciais, havendo que tentar impedir a todo o custo que ele vá por diante; segundo, que, mesmo para o PSF, os objectivos eleitoralistas se sobrepõem escandalosamente à defesa do interesse nacional.

Está-se mesmo a ver. Os milhões de pessoas, de todas as idades, que por toda a França se manifestaram (e vão continuar a manifestar) nas ruas contra esta tentativa do Governo francês de impor o Contrato do Primeiro emprego (projecto tão positivo no dizer de V.G.Moura), fazem-no para agradar ao PSF!!!
Só mesmo da cabecinha retorcida deste senhor. O que vale é que, quando fala de política, describiliza-se completamente ejá ninguém lhe liga .… e é pena porque se trata de um intelectual de mérito reconhecido e que eu aprecio.

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Tropas americanas podem ficar no Iraque até 2009
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Coitados dos iraquianos. Ainda restará alguma coisa de pé nessa altura
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Com a popularidade a atingir os níveis mais baixos de sempre, Bush voltou a sublinhar os progressos realizados no Iraque e apelou aos americanos para apoiarem a sua estratégia. "Se não acreditasse no nosso plano para a vitória, não continuaria a expor os nossos homens ao perigo",

Mas com certeza, sr Bush, o senhor é um oráculo. O senhor não garantia que o Sadam possuía armas nucleares? Quem o topa bem é o Hugo Chavez, que, para quem o quis ouvir, lhe chamou alto e bom som, burro, imbecil, assassino, bêbedo, e não sei quantos outro adjectivos de igual teor. E para que não restassem dúvidas deu-se ao cuidado de repetir tudo no seu "bad" inglês, como ele próprio salientou.
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Nota: Todos estes títulos e citações saão do Diário de Notícias de hoje. Não inventei nada

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terça-feira, março 21, 2006

ENTREVISTA

Nestes últimos dias manifestações, algumas delas gigantescas, especialmente nos Estados Unidos, têm tido lugar um pouco por todo mundo, protestando contra a ocupação do Iraque.
Não é de mais, portanto insistir na abordagem deste tema.
O que hoje aqui deixo é uma entrevista concedida ao Diário de Notícias pelo historiador Taríq Ali. Não é um terrorista, não é um agitador, é um intelectual, inglês, de origem paquistanesa, enbora. O facto de esta entrevista ter sido publicada no Diário de Noticias de 19-3-06, não invalida o seu interesse neste blogue. É que, nos jornais e sobretudo aos domingos, com muitas folhas, pouca gente se dá conta de artigos como este.
Taríq Ali
Historiador anglo-paquistanês
Tem 63 anos, tem vasta obra publicada, como historiador,
romancista e até realizador.
Edita em Londres a New LeftReview
Entre os seus livros de ensaios,
destaque para Bush in Babylon
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Taríq Ali recebeu oDN no terceiro andar do edifí­cio onde é editada a New LeftReview, publicação de esquerda com sede em Londres. Para este romancista e historiador de origem paquistanesa, assumida-mente ateu e comunista, o Ocidente não derrubou Saddam Hussein em nome da democracia e dos direitos humanos, mas sim para defender in­teresses imperialistas.

Ao fim de três anos de guerra, o mun­do é hoje um lugar mais seguro?

É exactamente o contrário. A ocupação é um desastre, em primei­ro lugar, para os iraquianos. Não há electricidade e água na maior parte do país, a tortura continua e o Iraque está no início de uma guerra civil. Tony Blair continua a defendê-la e diz que o seu único juiz será Deus, fala como um fundamentalista cristão. Bush, Rumsfeld e Cheney apoiam a intervenção, mas já perceberam que o resultado é desastroso.

0 povo iraquiano vivia melhor com
Saddam?


É um facto. As piores atrocidades de Saddam foram cometidas duran­te as guerras em que ele era aliado [do Ocidente]. A repressão dos cur-dos ocorreu durante o conflito com
o Irão, quando o Ocidente apoiava Saddam. Se recuarmos dez anos, constatamos que, apesar de a infra--estrutura social estar já então des­truída pelas sanções da ONU, o país estava bem melhor.

Não é positivo o facto de, apesar de tudo, Saddam estar a ser julgado?

Ninguém tem o direito de der­rubar governos. Porque é que não derrubaram Franco em Espanha, Caetano em Portugal ou Suharto na Indonésia? O Ocidente não derru­bou Saddam em nome da demo­cracia e da humanidade, mas sim por interesses imperialistas. En­quanto foi um aliado, Saddam esta­va bem onde estava. Deixou de o ser, foi derrubado.

Saddam tem direito a um julga­mento justo?

Sou a favor de um julgamento justo para Saddam, mas também pa­ra Blair, George Bush, Donald Rumsfeld, Dick Cheney e Jack Straw. Mentiram e as suas tropas es­tão a cometer crimes de guerra no Iraque. Quem vai julgá-los? A NATO? A UE?

As armas de destruição maciça não foram encontradas e, presumivel­mente, nunca existiram. 0 que pro­vocou, afinal, a guerra?

Os responsáveis por essas menti­ras são Bush, Blair, Aznar e Barroso, que fizeram uma cimeira nos Aço­res para justificá-la. Mas a verdadeira razão é simples. Os Estados Uni­dos ocuparam o Iraque para domi­nar um Estado que estava fora de controlo. Foi uma demonstração de força. Acharam que ocupavam o país, implementavam um governo pró-americano e atenuavam a sua de­pendência da Arábia Saudita.

Haverá uma agressão similar ao Irão a curto prazo?

Não; não têm tropas para lançar outra ofensiva. O exército america­no é formado por voluntários e as pessoas não estão a alistar-se. Os reservistas estão a aumentar e os re­crutamentos a diminuir. A única for­ma de invadir mais países é introdu­zir o recrutamento obrigatório, mas se isso acontecesse haveria uma re­volta popular.

Já houve eleições e está a ser criado um Parlamento. É justo dizer que a guerra foi ganha pelos EUA e pelo Reino Unido?

Não considero livres umas elei­ções que ocorrem durante uma ocu­pação e onde não há autorização pa­ra defender a retirada das tropas es­trangeiras. Basta pensar o que se­riam as eleições em França durante a II Guerra Mundial, com a ocupação alemã e o regime de Vichy. Os países ocidentais aceitariam os resultados?

É possível uma retirada das tropas a curto prazo?

Isso podia ser feito de duas ma­neiras. Uma era este parlamento fantoche votar a retirada, o que tornaria impossível a sua permanência. A se­gunda era uma parte da população xiita, a ala liderada por Moqtada al-Sadr, dizer "basta". Eleja disse que está na altura de cortar a cabeça da serpente, referindo-se ao invasor. Se boa parte da população xiita se unir à resistência, a ocupação não dura muito.

0 que podemos esperar, politica­mente, da resistência?

É muito fraca. É formada, por um lado, pela facção de Al-Zarqawi, com ligações à Al-Qaeda e não é repre­sentativa do Iraque. Por outro, há uma facção de oficiais do regime de Saddam que já tinham planeado uma guerra de guerrilha. São pessoas que eventualmente estariam dispostas a falar com Sadr, se ele assim o enten­desse.

Muitas vezes associa-se a guerra a um choque de civilizações. Faz sentido?

Não; desde o 11 de Setembro al­gumas pessoas nos EUA elegeram o Islão como inimigo, tentando re­criar a Guerra Fria. A maioria dos muçulmanos vive na Ásia, mas os inimigos são essencialmente os pro­dutores de petróleo do mundo ára­be. Se as pessoas que vivem nesses países fossem budistas, neste mo­mento estaríamos a discutir um choque de civilizações entre o Oci­dente e o budismo.

Foi então uma posição de força con­tra o terrorismo?

A Al-Qaeda é um grupo sem pro-jecto social que vive uma fantasia. Mas Ben Laden é claro nos seus es­critos: retirem-se do mundo árabe, não queremos as vossas bases milita­res; enquanto lá estiverem, os ata­ques continuarão. Londres foi atin­gida a 7 de Julho não porque as pes­soas andavam a ler o Alcorão, mas porque alguns jovens inocentes fica­ram muito irritados com Blair.

E no mundo árabe, há esperanças de uma revolução democrática?

Sempre que o mundo árabe esco­lhe líderes não alinhados com o Oci­dente, eles não são aceites. Os palestinianos elegeram o Hamas e, de ime­diato, ficou claro que seria esmaga­do se não se comportasse como a OLP.
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segunda-feira, março 20, 2006

IRAQUE - 3 ANOS DEPOIS

Faz hoje três anos que as tropas sr. Bush, e do sr. Blair, com a conivência inútil e bacoca (só para figurar no retrato) do sr. Durão Barroso, iniciaram a invasão do Iraque. O pretexto era a destruição do armamento nuclear (que se sabia não existir) a luta contra a Al Kaida (que se sabia nada ter a ver com Iraque) e a instauração de um regime democrático naquele país.
Três anos, centenas de milhares de mortos, e destruição de um dos mais ricos patrimónios de uma das civilizações mais antigas da humanidade, depois, leia-se o que, a popósito da efemáride, escreveu no DN de ontem, o seu director António José Teixeira, sob o título "Atoleiro"

Três anos após o início da invasão do Iraque, o mundo está mais perigoso. Pouco antes de ordenar o ataque, George W. Bush declarava: "Após a sua libertação, o Iraque poderá mostrar o poder que a liberdade tem para transformar aquela região vital, enchendo de esperança e progresso as vidas de milhões de pessoas." Três anos volvidos sobre a mentira das armas de destruição maciça, o Iraque é provavelmente o país mais inseguro do planeta. Ingovernável, apesar de já ter ido a votos, sem esperança nem progresso, tornou-se campo de batalha permanente, atoleiro terrorista por excelência. Não passou muito tempo para que boa parte da desesperada população iraquiana tenha chegado a sentir saudades da ditadura sádica de Saddam Hussein.

Tudo começou com a identificação de um "eixo do mal" por muitos dos que, no tempo de Reagan, combateram o "império do mal". Primeiro, a guerra fria ao comunismo da Europa de Leste; depois, a peleja contra países islâmicos, a pretexto do terrorismo. O paralelo não podia ser mais desadequado. Desde logo porque as populações subjugadas pelas ditaduras comunistas europeias tinham simpatia pelos americanos, ao contrário dos seus dirigentes, enquanto que vários regimes pró-americanos do mundo muçulmano, como o Egipto ou a Arábia Saudita, têm populações anti-EUA. Recorde-se que Saddam cometeu as maiores atrocidades quando contava com apoio americano. Depois, porque o combate ao terrorismo não pode ser uma guerra convencional. A invasão do Iraque afastou um tirano, mas atraiu um vespeiro terrorista nunca antes visto. Não é apenas o fracasso de uma guerra com falso pretexto que hoje se constata. É também o fracasso do combate ao terrorismo.

Bush partiu para a guerra do Iraque com a bandeira da superioridade da liberdade e da democracia. Mas basta lembrar as prisões de Abu Ghraib e de Guantánamo para percebermos como a barbárie não tem fronteiras. Mais do que a liberdade, exaltaram-se valores religiosos e patrióticos. Respondeu-se ao fundamentalismo islâmico com outras invocações de Deus. Ainda há poucos dias Tony Blair remetia para Deus o julgamento da guerra.

A guerra é, ou foi, um eficaz cavalo de campanha política. Ajudou Bush a renovar o seu mandato e os negócios de muitos que circulam à sua volta. Mergulhou o mundo num clima de tensão e desconfiança que apenas estimulou intolerância e ódio. E, no entanto, é preciso, urgente, que o mundo islâmico saiba neutralizar os seus vespeiros intolerantes e assassinos. Como é preciso que o Ocidente combata a assimetria terrorista com mais eficazes serviços de informação que respeitem o direito e as liberdades públicas. Com o 11 de Setembro e a invasão do Iraque a civilização regrediu. Importa recuperar a marcha do desenvolvimento e da liberdade.
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Os sublinhados são meus. Deles ressalta o facto de o Iraque estar pior do que estava antes da "generosa" intervenção do Sr Bush, que esta guerra serviu apenas para trampolim político e negociatas dele e dos seus apoiantes directos, de que a instauração de um regime democrático era uma balela, de que o combate ao terrorismo redundou num acréscimo do mesmo a uma escala nunca vista, e de que o julgamento de Sadam Hussein é uma farsa, visto os crimes de que é acusado terem sido todos cometidos no tempo em que os Estados unidos eram seus aliados, se estavam borrifando para esses crimes, e lhe forneciam, inclusive, as armas com que os cometia.
Não há neste artigo nada que eu não tenha dito antes neste meu blogue. Mas disponibilizo-o à leitura dos meus visitantes, por proceder de uma voz independente, e que o diz de uma forma certamente mais esclarecida do que a minha.

domingo, março 19, 2006

A VIOLETA

LEIA HOJE EM "ESCRITOS OUTONAIS
A VIOLETA (uma história de infância)

sábado, março 18, 2006

POUCAS & BOAS

A agitação social em França

Governo sem fôlego enfrenta o poder das ruas
O Presidente Jacques Chirac fez ontem um apelo à calma e exortou o Executivo de Dominique de Villepin a negociar com os sindicatos e as organizações estudantis que contestam o novo contrato de trabalho para jovens (CPE). "O Governo está pronto para o diálogo. Espero que [a negociação] comece o mais depressa possível", disse o Chefe do Estado francês.
DN de 18-3-006

É pena que os governos só resolvam negociar quando os conflitos se agudizam às vezes, de forma irreversível.
Hoje sim, hoje vai ser a grande prova de força com a França em peso nas ruas, numa manifestação que se prevê gigantesca


(…) O actual movimento visa contestar o CPE. Trata-se de um novo contrato de trabalho que prevê a situação de precariedade durante dois anos para jovens com menos de 26 anos que estejam a entrar no mercado laboral. Os jovens temem a falta de perspectivas de futuro e organizaram um vasto movimento grevista, que obrigou ao encerramento, paralisação ou perturbação de 84 universidades e dezenas de liceus.
Dn de 18-3-2006

Pois, pois é que o povo francês não é tão acomodatício como nós, portugueses. Têm uma consciência cívica e uma tradição democrática que a nós nos falta. Quando se manifestam é à séria e não da forma algo folclórica com que nós por vezes o fazemos. E a verdade é que o capitalismo não nos dá nada. Temos que ser nós a tirar-lho
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O irão e o “problema” nuclear

Já aqui o disse uma vez. Não entendo que as potências possuidoras de armas nucleares se preocupem tanto com o facto de outros países também as possuírem. Aliás, compreendo,só não aceito que pretendam impor o seu ponto de vista a todo o mundo. Não há bombas boas e bombas más. As bombas nucleares deveriam ser TODAS destruídas, TODOS os países deveriam ser impedidos de as fabricar e ponto final .
Sobre este assunto permito-me transcrever o extracto de um artigo de Nuno Severiano Teixeira, com o título Irão - Crise de Cuba ao retardador

(…)Convenhamos, um Irão nuclear não é o apocalipse. Os ayatollahs não vão lançar um ataque no dia seguinte. Nunca ninguém o fez e o Irão não o fará. A bomba, aliás, não serve para atacar, serve apenas para existir. Também não vão a correr passar a tecnologia a Estados falhados ou a redes terroristas. Não está no seu padrão de racionalidade. Mas temos que convir que um Irão nuclear é uma ameaça. Em primeiro lugar, dá capacidade de dissuasão, o que altera imediatamente o equilíbrio regional e global. Em segundo lugar, pode provocar uma cascata de proliferação nuclear, da Turquia ao Egipto. E, em terceiro lugar, acabar com o pouco que resta do Tratado de não Proliferação (TNP). Ora é isso o que verdadeiramente está em causa nesta crise internacional: o regime nuclear.

Ora aqui é que está o busílis. A posse da bomba nuclear dará ao Irão uma capacidade de dissuasão, susceptível de equilibrar o equilíbrio regional e global – situação que, obviamente os senhores do mundo não toleram de forma alguma: Então e o seus interesses na região e no mundo? Claro que eles se opõem ferozmente a tal possibilidade. E nós com isso? Porque teremos nós de alinhar nas suas cruzadas?
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IRAQUE: três anos de ocupação, três anos de resistência
Concentração no Largo Camões (Lisboa)
Alguém viu esta notícia nos nosso jornais? Eu, pelo menos, não vi

sexta-feira, março 17, 2006

O DIREITO À (verdade na) INFORMAÇÃO

Na minha entrada de ontem com o título Os Sinais,
falava da estranha exclusão do PCP como membro do Conselho de Estado, não obstante o 3º lugar que ocupa na Assembleia da República

Também Vasco Pulido Valente que, consabidamente, não morre de amores pelo PCP, na sua crónica de hoje com o título “Isto começa mal”, entre outras considerações, nas quais duvida das boas intenções de Cavaco no seu relacionamento institucional com a Assembleia da República, se refere em termos condenatórios. À discriminação de que o PCP foi objecto, como se verifica pela transcrição abaixo do início da referida crónica

“Isto começa mal
O dr. Cavaco nunca passou, ou se apresentou, como um ho­mem típico da direita. Quando chegou a primeiro-ministro, até se disse o único representante português da "esquerda moderna" e durante todo o mandato governou invariavelmente como um "social-democrata" de modelo "europeu", que à superfície parece conti­nuar a ser. Foi, por isso, uma surpresa a espécie de gente que insistiu em levar para Belém. As nomeações para o Conselho de Estado, por exemplo, revelam uma estranha de hos­tilidade ao Parlamento. Não em si mesmas, claro. Mas porque deixam o PC e o BE sem um único representante, o CDS represen­tado por um homem sem uma verdadeira ligação ao partido….»

Ora,
O sr. José Manuel Fernandes, director do Jornal “Público”, no seu editorial de hoje, Intitulada “Mau perder”, acha muito bem que o PCP não faça parte do Conselho do Estado. É evidente que ele está no seu direito de assim achar. Só que ele mente e, além de mentir, insulta o partido vítima de ma exclusão que qualquer pessoa bem intencionada só pode condenar.
Vejamos então um extracto do referido editorial


MAUPERDER
O PCP não está no Conselho de Estado, como antes não estava o CDS. E natural: o candidato presidencial do PCP perdeu e o do CDS ganhou
Em democracia perde-se e ganha-se. Pelo menos é o que vem nos livros e manda a tradição. Mas, para algumas almas, tal não parece ser a regra mais correcta, pelo menos em Portugal. Ou pelo menos na Presidência da República

. Assim, onde antes o PCP tinha um representante e o CDS nenhum, agora o CDS tem um e o PCP nenhum. Sabendo quem ganhou e quem perdeu as eleições, parece absolutamente natural. O PCP acha que não. Na sua opinião Cavaco rompeu "com o critério que garantia a representação dos principais partidos", o que "revela a sua intolerância". Mentira: revela a intolerância do PCP, que antes não se mostrava incomodado com a ausência de qualquer representante do CDS mas entende que a sua própria ausência já viola um qualquer direito fundamental de que se julga ungido.

Então este senhor, director de um importante jornal de referência, não sabe que o CDS não teve nenhum representante no Conselho de Estado só porque não quis (ou melhor por estultícia do respectivo Presidente)? Então não é sabido de toda a gente que o Presidente Sampaio convidou O Paulo Portas e este armado em “carapau de corrida”, permitiu-se enviar em troca o Dr Basílio Horta? Claro que o Presidente da República não tolerou a insolência e deixou, pura e simplesmente morrer o assunto.

Claro que eu não acredito que o sr. J.M.Fernandes desconheça este facto, e se o conhece e o omite e além de o omitir (o que constitui em si uma mentira) ainda acusa os outros de mentir, que se há-de pensar deste senhor que, ainda por cima é director de um órgão de informação? Que credibilidade se lhe pode dar quando em artigos como o de ontem defendia com uma argumentação tão “credível” a bondade do encerramento de maternidades preconizada pelo governo de Sócrates?

Pois. A razão deste meu escrito e da indignação que lhe está subjacente já não tem nada a ver com o facto de o PCP pertencer ou não ao Conselho de Estado... Tem ver sobretudo com a desinformação que certos responsáveis por nos informarem, nos transmitem.
Por isso pergunto: Vale a pena estes senhores encherem tanto a boca com “liberdade de expressão”? Eu, por mim, só peço liberdade de informar e de ser informado. Sem mentiras, sem sofismas, sem subterfúgios.
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quinta-feira, março 16, 2006

ENGANO

Hoje, por erro de engano, como diria o Calino, coloquei os comentários de ENQUANTO E NÃO
no blogue
ESCRITOS OUTONAIS
e já não tenho tempo nem paciência para fazer a devida correcção
(até porque não basta copiar e colar, pois toda a formatação se perde).
apelo, pois à compreensão dos meus visitantes.
É só mais um clique para

quarta-feira, março 15, 2006

CIFRÕES

Solidariedade nacional
Estava eu deglutindo, sem grande apetite aliás (que isto não anda muito bom cá por dentro) as minhas papas de Nestum-mel, que há mais de vinte anos – porque não obrigam a grande esforço de mastigação – constituem a minha primeira refeição do dia, enquanto na TSF fluía a voz de Maria João Avilez. Ouvia-a distraidamente. Primeiro falando de uma casa que tem não sei onde e da qual já lhe ouvi falar outras vezes, a qual constitui um oásis onde repousa aos fins de semana do stress acumulado nos restantes dias e depois do novo fetiche dos comentadores e economistas da nossa praça - a Finlândia -que, tal como antes acontecera em relação à Irlanda, constitui para eles, agora, um modelo a ter em conta pelo nosso pais para obtenção de igual ou aproximada saúde financeira. Maria João Avilez contrapunha que os modelos não se copiam e que falta ao nosso país uma vontade colectiva e solidária de mudar que existe na Finlândia e que nada será possível por cá sem a solidariedade de todos com todos.

Foram estas últimas palavras que me fizeram arrebitar as orelhas: “solidariedade de todos com todos” Bonitas palavras! Só que, se por solidariedade se entende sacrifício, renúncia, aperto do cinto com o objectivo de obter um equilíbrio que resulte em benefício colectivo, cá em Portugal há uma parte importante, que somos nós os trabalhadores por conta de outrem, que já está participando, e de que maneira nessa solidariedade. Mas atenção não vale a pena envaidecer-nos com o nosso altruísmo, pois não somos melhores nem piores do que os outros. Na sociedade e no tempo que vivemos cada um faz o melhor que pode por se “dar bem”. Só que nós somos obrigados a ser solidários, somos obrigados a fazer sacrifícios, somos obrigados a apertar o cinto. E é isso que vimos fazendo. Não nos peçam mais, por favor. E a outra parte da sociedade? Os que têm lucros fabulosos e apresentam saldos negativos? E os Bancos com os seus lucros fabulosos? E os Belmiros, e os Melos e tantos outros que não sabem o que fazer com o dinheiro que têm e se entretêm a jogar às OPAS (ora agora opas tu, ora agora opo eu) com a mesma ligeireza com que nós jogamos às copas ou à bisca lambida-

Cabe ao governo obrigar esses senhores a serem solidários na mesma medida que nos obriga a nós. Que os sacrifícios que lhes peçam lhes causem a mesma mossa que nos causam a nós. E não é isso que nós vemos. E não nos venham com tretas, portanto.

Já enjoa eu falar nisto não é? Pois quem não gostar que deixe na borda do prato, que eu falarei enquanto a situação existir.
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As Poupanças deste Governo

Vários relatórios, de vários governos, vêm desde há alguns anos a preconizar a necessidade de construir um hospital no Seixal, dada a manifesta insuficiência do Garcia de Orta, face à enorme procura e cada vez maior densidade populacional desta margem esquerda do Tejo. Pois vêm agora as luminárias deste governo, ignorando e contrariando todos os estudos anteriores, concluir que não senhor, que basta aumentar 150 camas no Garcia de Orta e que o hospital do Barreiro, portanto, não faz falta nenhuma.

Será que estes senhores só pensam em cifrões? Acaso mais 150 camas no Garcia de Orta resolvem o calamitoso problema das urgência deste hospital? ou, como é evidente, vão agravá-lo? É como a substituição dos 4 hospitais civis de Lisboa pela construção de um único hospital. Para servir o mesmo número de utentes. Será que 3 mil camas (por hipótese) num só edifício têm a mesma eficácia que 4 edifícios com mil camas cada e em diferentes locais? Será que o mastodonte de Santa Maria não serviu de exemplo? É mais barato assim? pois é, toda a política de supressão de escolas, hospitais, centros de saúde deste governo, enfeitada dos mais diferentes argumentos, têm no fundo um razão determinante: o cifrão. Este é o governo do cifrão. Só faltava um Presidente de República do cifrão e agora já aí está.

Um artigo de José Manuel Fernandes no Público defende com muito bons argumentos a supressão de algumas maternidades. A gente lê. a argumentação é convincente (aliás já cheguei à conclusão de tudo pode ser defensável por um bom argumentador) mas só as pessoas afectadas por tais supressões é que estão em condições de as avaliar. Eu, por, mim, dada a conhecida apetência deste governo por cifrões, tenho muitas dúvidas sobre a bondade das mesmas.
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Errata: Confundi as vozes das Manas e onde devia ter falado de Maria João Avilez, no primeiro ponto deste "Post", falei de M.J.Nogueira Pinto. Feita a correcção

terça-feira, março 14, 2006

DOENTE

Hoje estou com uma trememda dor de cabeça e "otras cositas màs", que não me deixam sequer encarar o computador.

AGRADEÇO A TODOS OS AMIGOS QUE TIVERAM A BONDADE DE MANIFESTAR A SUA PRECUPAÇÂO PELA MINHA SAÚDE. TRATA-SE DE DE UMA GASTRITE; MAS VOU MELHORANDO. OBRIGADO


Aconselho, em contrapartida uma visita ao meu outro blogue
ESCRITOS OUTONAIS
em
http://escritosoutonais.blogspot.com

segunda-feira, março 13, 2006

DOIS TEMAS


A Paridade dos sexos nas listas eleitorais apresentadas pelos Partidos

Como tem sido sobejamente anunciado o Governo PS prepara-se para fazer uma lei que obrigará os partidos a ter em conta esta paridade. Já muito se tem escrito e dito sobre este assunto, mas gostaria de meter também a minha colherada.
Todos sabemos que, por razões que lhe são alheias e muito por culpa do homens, é certo, que é muito menor o número de mulheres que se interessa, ou tem disponibilidade para o exercício da actividade política.

Quer isto dizer que nos partidos, principalmente nos partidos operários – onde as mulheres têm mais filhos e precisam de trabalhar para completar os magros proventos familiares - o número de mulheres militantes é substancialmente menor do que o dos homens. Como exigir então que as listas partidárias contenham obrigatoriamente o contingente de mulheres que a lei pretende impor? Pretende-se que se indiquem pessoas sem a formação adequada para o exercício da funções a que se candidatam só por serem mulheres? E se não houver num Partido mulheres disponíveis em número suficiente para serem propostas, terão de ser inventadas? Que falta de senso!

Razão tinha a deputada Odete Santos quando há dias na Assembleia da República exprimiu a sua indignação dizendo que estava farta de democracia formal. Eu, que não sou obrigado à contenção verbal que a deputada teve de usar no Parlamento, vou mais longe e digo que isto é mais uma fantochada do famigerado conceito do politicamente correcto. Democracia por decreto, não.


A morte (mais que) suspeita de Slobodam Milosevic

Milosovic, quer se queira quer não foi um estadista que marcou e influenciou a política europeia dos últimos anos do Século XX. Errou muito, mas lutou pela grandeza da Servia e pela unidade dos povos da Jugoslávia que a tanto custo tinha sido construída pelo Marechal Tito e que era uma garantia de paz em toda a região.
Se ele tinha que se sentar no banco dos réus (e contesto, pelo menos, que fosse aquele banco,. onde de os americanos, insolentemente, se recusam sentar) haveria que sentar ao lado dele os irresponsáveis dirigentes dos países que fomentaram e apoiaram a desfragmentação dos países que constituíam federação jugoslava.

De qualquer modo a recusa em lhe proporcionarem o tratamento adequado que a sua situação clínica recomendava e ele requereu. lança muitas suspeitas sobre esta morte e e lança ainda mais suspeitas sobre a seriedade e competência deste tribunal.
Muita tinta vai ainda correr sobre este assunto .
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Leia também:
DIMITRI, O RUSSO MELANCÓLICO
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domingo, março 12, 2006

DIMTRI, O RUSSO MELANCÓLICO

Leia hoje
DIMITRI, O RUSSO MELANCÓLICO
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sábado, março 11, 2006

Ai O CAPITALISMO!!!

A Actual crise económica é a mais longa dos últimos 25 anos
Título de 1ª Página do Publico de hoje (11—3-2006)

A Crise é por cá e é por todo o mundo. É verdade. E a gente pergunta-se: que raio de organização é esta da sociedade capitalista? Agora, que está sozinha e triunfante, agora que o papão da União Soviética acabou, não era altura de o capitalismo mostrar as vantagens apregoadas do sistema? Mas o que nós vemos é precisamente o contrário.

A crise, a crise, a crise! Enchem-nos os ouvidos com este palavrão para que nos mantenhamos acomodados, apertando o cinto e aguardando pacientemente que a crise passe, ajudando mesmo, estoicamente, a contribuir para o fim da crise.
Pois é, mas crise é só para os que trabalham. Para o grande capital e para uns escassos milhares de privilegiados a crise não existe. Mais: quando a crise passar, nós estaremos mais pobres e eles estarão mais ricos. Incomensuravelmente mais ricos. Eles adoram crises, acreditem.

Os bancos portugueses (e lá fora é a mesma coisa) têm cada vez maiores lucros. Os nossos cinco maiores somaram em 2005 lucros líquidos que ascendem a 1,4% do PIB nacional. O Santander/Tota teve no último ano um crescimento de resultados de 243%, a CGD teve no mesmo período um crescimento de 133%. O BES 85% e o BPI 57%. E que dizer das grandes empresas, como a EDP, a PT, a SONAE e várias outras. A fortuna de Belmiro de Azevedo, por exemplo, aumentou 417 milhões de euros só num ano. A corticeira Amorim teve em 2005 lucros superiores a 15 milhões de euros. E os vencimentos e benefícios milionários, de administradores, gestores, directores e de toda essa privilegiada casta de gente que julga ter estômago e necessidades superiores às dos comuns mortais?
E os carrões de luxo, e os iates, e as piscinas e as férias principescas nas estâncias turísticas mais luxuosas.? Não nos lixem com a crise! Não nos peçam para apertar o cinto quando os poderosos nem um furinho se permitem apertar.

E a apregoada falência do Estado social que os experts do capitalismo constantemente nos atiram à cara? Sabem quando é que essa teoria começou a ser apregoada? A seguir à queda da União Soviética. Os Estados Europeus e sobretudo os Estados Unidos só começaram a preocupar-se em criar condições aceitáveis para os trabalhadores, pressionados pelo exemplo do que acontecia na URSS. Podia até acontecer que a propaganda do que acontecia naquele regime em matéria social não fosse exactamente como a apregoada, mas mesmo assim os regimes capitalistas tinham medo da influência que ela tinha nas classes trabalhadoras. Não foi por acaso que os direitos sociais dos trabalhadores das nações ocidentais ( nos Estados Unidos nem sequer existiam até essa altura) fossem incrementados logo após o início da chamada Guerra fria. É que, como diz o ditado, "quem tem cu tem medo". Agora, que o regime capitalista ficou sozinho em campo, é que aparecem os seus especialistas de encomenda a falar da falência da segurança social e, mais do que falar, a arremeter ferozmente contra ela. Ai que falta que nos faz a União Soviética! Nem que fosse apenas pelo respeitinho que infundia a estes gajos que nos exploram.

Mas atenção que o slogan “Trabalhadores de todo o mundo uni-vos” pode vir a encontrar eco nas massas trabalhadoras adormecidas. Veja-se o que está acontecendo em França.

governo de Villepin contestado na rua
Descontentamento dos jovens alastra em França

Ana Navarro Pedro, Paris

Um novo tipo de contrato talhado para os jovens parece capaz de desencadear um novo Maio de 68.
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, desencadeou uma intensa vaga de descontentamento social com a sua principal reforma de combate ao desemprego dos jovens, o Contrato Primeiro Emprego (CPE). Manifestações de protesto reuniram 400 mil pessoas nas ruas de 10 cidades francesas, na terça-feira, e 40 das 84 universidades públicas estavam ontem em greve. Dentro da maioria parlamentar conservadora, um deputado apelou ontem à suspensão do CPE, criando um clima político instável para o primeiro-ministro e reforçando, ao mesmo tempo, as manifestações. Villepin, cujas ambições presidenciais para o escrutínio de 2007 assentam numa estratégia de combate ao desemprego, perdeu 11 pontos nos índices de popularidade, passando para apenas 34 por cento de opiniões favoráveis. O chefe do Governo radicalizou os protestos, ao optar por impor o CPE sem consultar os parceiros sociais nem os sindicatos de estudantes. O CPE autoriza as empresas a despedirem um jovem com menos de 26 anos a qualquer momento dos dois primeiros anos de emprego, sem justificação nem indemnização.
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Numa sociedade traumatizada pela taxa de 24 por cento de desemprego dos jovens, e angustiada com a permanência de uma taxa de 10 por cento de desemprego no resto da população em idade de trabalhar, o CPE divide claramente as opiniões. Uma sondagem recente do instituto IFOP indica que 62 por cento da população rejeita o novo contrato, mas a proporção de opiniões desfavoráveis aumenta para 77 por cento na classe etária dos 18-25 anos. "Escravo" durante dois anos"Durante dois anos vou ser um escravo sem direito a nada, só com o medo de ser posto na rua", argumentava Cédric, na manifestação de terça-feira, em Paris. Aos 23 anos, e apesar de uma licenciatura em Economia, Cédric não arranjou ainda um emprego estável. A namorada, Nathalie, acrescentava: "Se uma mulher fica grávida durante os dois primeiros anos do CPE, vai de certeza para a rua. É voltar para o século XIX". Os conselheiros do primeiro-ministro afirmaram que, em caso de maternidade, aplica-se a lei laboral que preserva os direitos da empregada, mas os juristas afirmam que nada, na nova lei, impõe as condições gerais do Código do Trabalho.
Outros jovens receiam que as empresas recorram sistematicamente aos CPE, despedindo-os antes de completarem os dois anos e substituindo-os por novos empregados com um CPE."Durante esses dois anos, o patrão, e toda a empresa quando se trata de uma PME, vai formar o jovem com um CPE. Este investimento não é feito à toa, ninguém tem energia para formar um trabalhador e depois recomeçar tudo só para guardar a possibilidade de o despedir facilmente", contra-argumentava ontem, num programa da rádio RTL, um empresário que dirige uma fábrica de tijolos com 42 empregados. A meio da semana, a Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE), meteu a colherada, tornando públicas as suas reticências em relação ao CPE, ao recordar que "não é desejável" que o período de experiência de um empregado ultrapasse seis meses. O futuro desta vaga depende agora dos estudantes. Diversos sociólogos vêem nas greves as premissas de uma explosão estudantil idêntica à revolta de Maio de 68. Mas Dominique de Villepin estudou as relações de força saídas da jornada de acção na terça-feira, e optou por não ceder no capítulo do CPE, que foi aprovado ontem, definitivamente, pelo Parlamento.
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Como contrapartida, o chefe do Governo decidiu mostrar que não é surdo aos protestos, e anunciou novas medidas a favor do estatuto de estudante: enquadramento adequado dos estágios - de que as empresas francesas abusam, em substituição de contratos - ajudas ao alojamento, bolsas de estudo. A escolha das medidas tem um segundo intuito: convencer os estudantes que não estão de acordo com o bloqueio das universidades em greve a mobilizarem-se para exigir a continuação das aulas, como já o fazem alguns publicamente.
In PÚBLICO de 10-3-2006