ENQUANTO E NAO

sexta-feira, janeiro 26, 2007

A HIPOCRISIA DO "NÃO e outras sem vergonhices

A hipocrisia do "Não"

Vinha no Diário de Notícias de ontem, 25 de Janeiro de 2007.
Maria Ester, de 32 anos, casada, com duas filhas – uma de 14 e outra de doze anos - e uma vida cheia de dificuldades, engravidou. Corria o ano de 2000. Como o nascimento de um terceiro filho viesse agravar de forma insuportável os seus já inúmeros problemas, recorreu a uma "mulher de virtude" para a fazer abortar, pagando para o efeito 200 euros. O método utilizado foi a introdução de uma varinha de videira no útero..
O resultado foi a ocorrência imediata de hemorragias que a levaram à morte 3 semanas depois.

Casos como este, com varinha de videira ou por outro qualquer processo de “vão de escada” acontecem a toda a hora. Acontecem às mulheres pobres, claro. As que têm posses (muitas que até, publicamente defendem o Não ao aborto) vão tranquilamente faze-lo em Espanha ou noutro qualquer país, onde existam leis mais humanas e menos hipócritas

Os partidários do Não defendem que uma interrupção voluntária da gravidez, até às dez semanas feita legalmente, com assistência médica, constitui uma condenação à morte de um ser humano (um alto signatário do clero não teve pejo em considerá-la mesmo pior do que o repelente enforcamento do Saddam).

Pois esses mesmos intrépidos defensores da vida não têm o mínimo respeito pela vida das mulheres, como a Maria Ester, praticamente condenadas à morte pela prática clandestina dessa mesma interrupção, nem das orfandades que da morte da mãe resultam. Essas vidas assim sacrificadas não comovem os hipócritas defensores do Não.

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A sem-vergonhice deste Governo PS

Toda a gente se queixa da corrupção que por aí grassa, envergonha o nosso país e envergonha os respectivos cidadãos (os envergonháveis, claro) São os enriquecimentos vertiginosos e ilícitos; é a venda de favores, o amiguismo, o nepotismo, toda uma série de irregularidades de que os meios de comunicação social diariamente nos dão conta. O próprio Presidente da República já veio, a tal propósito, manifestar a sua preocupação. Também o Governo e Partido que o sustenta se dizem, em palavras, dispostos a inverter o sentido de tão preocupante escalada. E no entanto, quando um dos seus membros, o deputado João Cravinho apresenta um cuidado e laborioso projecto destinado a lutar contra a corrupção, é esse mesmo Governo e esse mesmo Partido que o atiram para o lixo, tendo o Primeiro ministro o desplante de vir classificar de “asneiras”, as propostas que o mesmo continha. Aguardamos o que têm o Presidente da República a dizer a este respeito

O Deputado João Cravinho teve a compensação de ser “promovido” para um honroso cargo fora do País.
A corrupção, essa vai continuar. Quem sabe se promovida também ?

Comentários para quê?

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quinta-feira, janeiro 25, 2007

PROFESSORES, ódio de estimação Sousa Tavares

É fatal, como o destino. Sempre que tem de comentar assuntos relacionados com o diferendo que opõe os professores à senhora Ministra da Educação na luta pela dignidade da sua carreira profissional , o Sr. Miguel Sousa Tavares, com cátedra às Terças-feiras na TVI, sem direito contraditório é contra que, invariavelmente e de forma acintosa, se posiciona.

Recebi hoje extractos do Jornal de Notícias, onde se fala dessa estranha e contumaz animosidade contra uma classe que nos merece (e lhe devia merecer) todo o respeito. Não resisto a inclui-los neste blogue, em benefício daqueles que porventura ainda os não tenham lido

Carta duma professora

Autor: R. Mateus <ribeiromateus@hotmail.com> Data: 14-01-2007

No número 1784 do Jornal Expresso, publicado no passado dia 6 de Janeiro, o colunista Miguel Sousa Tavares desferiu um violentíssimo ataque contra os professores (que não queriam fazer horas de substituição), assim como contra os médicos (que passavam atestados falsos) e contra os juízes (que, na relação laboral, pendiam para os mais fracos e até tinham condenado o Ministério da Educação a pagar horas extraordinárias pelas aulas de substituição). Em qualquer país civilizado, quem é atacado tem o direito de se defender. De modo que a professora Dalila Cabrita Mateus, sentindo-se atingida, enviou ao Director do Expresso, uma carta aberta ao jornalista Miguel Sousa Tavares. Contudo, como é timbre dum jornal de referência que aprecia o contraditório, de modo a poder esclarecer devidamente os seus leitores, o Expresso não publicou a carta enviada.

Aqui vai, pois, a tal Carta Aberta, que circula pela Net. Para que seja divulgada mais amplamente, pois, felizmente, ainda existe em Portugal liberdade de expressão.

«Não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ler textos escritos pelo jornalista Miguel Sousa Tavares. Anoto que escreve sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo quando depois se verifica que conhece mal os problemas que aborda. É o caso, por exemplo, dos temas relacionados com a educação, com as escolas e com os professores. E pensava eu que o código deontológico dos jornalistas obrigava a realizar um trabalho prévio de pesquisa, a ouvir as partes envolvidas, para depois escrever sobre a temática de forma séria e isenta. O senhor jornalista e a ministra que defende não devem saber o que é ter uma turma de 28 a 30 alunos, estando atenta aos que conversam com os colegas, aos que estão distraídos, ao que se levanta de repente para esmurrar o colega, aos que não passam os apontamentos escritos no quadro, ao que, de repente, resolve sair da sala de aula. Não sabe o trabalho que dá disciplinar uma turma. E o professor tem várias turmas. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra deva saber) o enorme trabalho burocrático que recai sobre os professores, a acrescer à planificação e preparação das aulas. O senhor jornalista não sabe (embora devesse saber) o que é ensinar obedecendo a programas baseados em doutrinas pedagógicas pimba, que têm como denominador comum o ódio visceral à História ou à Literatura, às Ciências ou à Filosofia, que substituíram conteúdos por competências, que transformaram a escola em lugar de recreio, tudo certificado por um Ministério em que impera a ignorância e a incompetência. O senhor jornalista falta à verdade quando alude ao «flagelo do absentismo dos professores, sem paralelo em nenhum outro sector de actividade, público ou privado». Tal falsidade já foi desmentida com números e por mais de uma vez. Além do que, em nenhuma outra profissão, um simples atraso de 10 minutos significa uma falta imediata. O senhor jornalista não sabe (embora a ministra tenha obrigação de saber) o que é chegar a uma turma que se não conhece, para substituir uma professora que está a ser operada e ouvir os alunos gritarem contra aquela «filha da puta» que, segundo eles, pouco ou nada veio acrescentar ao trabalho pedagógico que vinha a ser desenvolvido. O senhor jornalista não imagina o que é leccionar turmas em que um aluno tem fome, outro é portador de hepatite, um terceiro chega tarde porque a mãe não o acordou (embora receba o rendimento mínimo nacional para pôr o filho a pé e colocá-lo na escola), um quarto é portador de uma arma branca com que está a ameaçar os colegas. Não imagina (ou não quer imaginar) o que é leccionar quando a miséria cresce nas famílias, pois «em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão». O senhor jornalista não tem sequer a sensibilidade para se por no lugar dos professores e professoras insultados e até agredidos, em resultado de um clima de indisciplina que cresceu com as aulas de substituição, nos moldes em que estão a ser concretizadas. O senhor jornalista não percebe a sensação que se tem em perder tempo, fazendo uma coisa que pedagogicamente não serve para nada, a não ser para fazer crescer a indisciplina, para cansar e dificultar cada vez mais o estudo sério do professor. Quando, no caso da signatária, até podia continuar a ocupar esse tempo com a investigação em áreas e temas que interessam ao país. O senhor jornalista recria um novo conceito de justiça. Não castiga o delinquente, mas faz o justo pagar pelo pecador, neste caso o geral dos professores penalizados pela falta dum colega. Aliás, o senhor jornalista insulta os professores, todos os professores, uma casta corporativa com privilégios que ninguém conhece e que não quer trabalhar, fazendo as tais aulas de substituição. O senhor jornalista insulta, ainda, todos os médicos acusando-os de passar atestados, em regra falsos. E tal como o Ministério, num estranho regresso ao passado, o senhor jornalista passa por cima da lei, neste caso o antigo Estatuto da Carreira Docente, que mandava pagar as aulas de substituição. Aparentemente, o propósito do jornalista Miguel Sousa Tavares não era discutir com seriedade. Era sim (do alto da sua arrogância e prosápia) provocar os professores, os médicos e até os juízes, três castas corporativas. Tudo com o propósito de levar a água ao moinho da política neoliberal do governo, neste caso do Ministério da Educação.


Dalila Cabrita Mateus, professora, doutora em História Moderna e Contemporânea»

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Resposta a Carta duma professora - R. Mateus - 14-01-2007

Autor: josé Maria Ribeiro da Silva Lessa <joselessa@sapo.pt>

Data: 14-01-2007
Senhora Doutora Dalila Cabrita Mateus. Não li o artigo de Miguel Sousa Tavares, mas a acreditar(e não tenho razões para o não fazer)no texto que escreveu, tenho que lhe prestar a minha homenagem pela forma sincera mas educada como reage a noticia. Não e com berros e palavrões que defendemos os nossos direitos. Fui nos anos 50 e 60 aluno dos vários degraus de ensino vigentes na altura, tive que trabalhar de dia e estudar á noite para conseguir fazer o 12º ano. Para a minha geração os Professores eram os nossos ídolos, cabe aqui referir o nome da minha Professora Primária D. Iolanda, que nunca esqueci e que em 1976 reencontrei e pasme-se...reconhecia-a pela voz. Passava eu na Rua Fernandes Tomás e entre muito ruído passei ombro a ombro por duas Senhoras que conversavam, uma das vozes foi-me familiar e olhei para trás, na incerteza de cometer uma gafe tive o cuidado de perguntar a uma delas se o seu nome éra Iolanda,respondeu sim muito admirada tanto mais que não me reconhecendo e perante o brilho nos meus olhos me perguntou, Não Me Digas Que Foste Meu Aluno,a resposta foi afirmativa e contagiante que acabamos os três a chorar, abraçados. Foi assim que eduquei os meus filhos, dizia-lhes inclusive que nunca os castigaria por perder um ano mas que seria severo com eles se um dia um Professor me chama-se a informar do seu mau comportamento. Outros tempos infelizmente para todos nós. A minha total solidariedade para todos os Professores pelos tempos que vivem e para a Senhora os meus cumprimentos e a gratidão pela forma elevada com reage a uma noticia que a ofende e ofende a classe a que pertence e como quem não se sente não é filho de boa gente... Cumprimentos e muitos anos de vida para a Senhora e toda a família e sempre que tiver que reagir a noticias de que não reconheça idoneidade jornalística ao autor, não se cale. José Lessa

Do Jornal de Notícias, data venia

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quarta-feira, janeiro 17, 2007

SOBRE A DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO

A Campanha para o referendo sobre o aborto, embora oficialmente só comece a 30 de Janeiro, já está na rua. Este referendo, tal como o de 1998, eram bem escusados. A Assembleia da República já em tempos tinha apreciado uma proposta do PCP sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, tendo-se mostrado maioritariamente favorável à aceitação dessa proposta. Só por falta de coragem do então primeiro ministro Guterres e pelo seu conservadorismo beato não foi aprovada Lei que poria fim ao sofrimento e humilhação que tantas mulheres continuaram a ser vitimas da sua pusilanimidade. Acolitado pelo partido que então dirigia, o PS, preferiu referendar o assunto, dando azo a que a direita mais conservadora se moblizasse e o Não conseguisse uma vitória. Pouco significativa, é certo, mas suficiente para prolongar o indecoroso espectáculo de ver mulheres arrastadas até à barra dos tribunais –humilhação que todos condenam mas que, hipocritamente, se recusam a pôr-lhe fim

De novo - e contra a opinião do PCP que entendia que, tratando-se de um problema de legislação penal, a Assembleia da República tinha poderes para fazer aprovar um Lei que a maioria parlamentar entendesse justa - o PS de Sócrates, tal como o seu antecessor, teimou em enveredar pela via do referendo.

A campanha aí está. Os defensores do Não, de uma forma, mais aguerrida e mais organizada ainda do que no primeiro referendo e com argumento de uma violência e má fé inauditas, preparam-se para dar tudo por tudo para que o seu feroz ultramontanismo triunfe. Pelo lado do Sim, assiste-se a uma partidarização do assunto, limitando-se a uma defesa fria, sem garra, pouco convincente, parecendo que o que está em causa é mais o prestígio e os ganhos políticos de cada Partido do que a defesa do direito das mulheres.

Como compreender de outro modo a oposição de um dirigente do Bloco de Esquerda à inclusão num grupo de activistas pelo SIM por parte do actual Presidente da Câmara do Porto, só porque discorda da sua gestão como autarca, apesar de desde sempre ele se ter demonstrado um acérrimo defensor do Sim? Como compreender de outro modo o desabafo de Jerónimo de Sousa de que uma vitória do Não seria uma derrota para o PCP?

Não meus amigos. Uma vitória do Não será, pura e simplesmente uma derrota civilizacional. Não de qualquer Partido.Será uma vitória das trevas contra a luz, por muito que os ultraconservadores proclamem o contrário. Ora uma partidarização excessiva só pode prejudicar a causa que se pretende defender e levar, inclusivamente, ao desintersse e consequente abstenção.

O que é preciso explicar às pessoas é que NINGUÉM DEFENDE A PRÁTICA DO ABORTO. Os partidários do SIM são-lhe tão hostis como os partidários do NÃO. O que se pretende unicamente é que nenhuma mulher seja criminalizada quando tiver necessidade de a ele recorrer. Porque abortos, meus amigos fazem-se todos os dias. E quem os faz com mais frequência, porque de uma forma geral mais dinheiro têm, são os que hipocritamente contra ele mais vociferam e, por vezes, do alto dos púlpitos das igrejas, dizem as maiores barbaridades que, essas sim, deveriam envergonhar qualquer pessoa de bem. Faço ideia os abortos que se farão por detrás dos muros dos conventos!

Cidadãos do meu país, vamos dizer SIM ao direito que todas as mulheres têm de interromper até às dez semanas um gravidez indesejada ou até perniciosa, sem que, por isso ,tenham de ser, humilhadas presas e condenadas.

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"

Esta é a pergunta a que temos de responder nas urnas, no dia do referendo. Ninguém nos pergunta se concordamos ou não com aborto.

É assim tão difícil de perceber? Qual a pessoa bem formada que pode dizer não a esta pergunta? a menos que só queira ver esse direito reconhecido a quem tiver dinheiro para o fazer no estrangeiro.
É isso que queremos?

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quarta-feira, janeiro 10, 2007

DUAS HISTÒRINHAS com moralidade... nenhuma

Hoje, meus amiguinhos, vou-vos contar duas historinhas. Peço-vos que estejais atentos par me dizerdes quais as diferenças que encontrastes:

Primeira história

Aqui há uns anos, num país chamado Iraque e do qual hoje só resta o nome, governado então por um senhor chamado Saddam, apoiado e armado pelos Estados Unidos, porque tinha sido alvo de um atentado por parte de habitantes de uma determinada aldeia, não esteve com meias medidas e mandou executar praticamente todos os habitantes dessa aldeia. Tratou-se de um crime pelo qual merecia ser julgado e sujeito à sentença que um Tribunal isento entendesse ser de aplicar-lhe.

Infelizmente os americanos, que numa guerra injusta e ilegal, destruíram esse país,destituíndo e prendendo o dito senhor Saddam , assim não o entenderam. Preferiram ensaiar uma farsa de julgamento e mandar assassiná-lo, à pressa, perdendo mesmo a oportunidade de o julgar por outros crimes ainda mais graves - não fosse o diabo tecê-las, e num julgamento como deve ser, poderem vir à tona factos que eles , americanos , não estariam nada interessados que fossem conhecidos.

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Segunda história:

Aqui há anos, mais concretamente em 1998. um grupo ou grupos de terroristas perpetraram dois atentados contra embaixadas dos Estados Unidos no Quénia e na Tanzânia (muito possivelmente porque essas embaixadas se dedicavam a obras de caridade, que almas perversas maldosamente repudiam)

De tais atentados resultaram várias dezenas de mortos. Os americanos, desde logo suspeitaram que um determinado senhor do qual não fixei o nome, nem isso interessa para a história, estaria envolvido nesses ataques e desde então têm procurado capturá-lo para prestar contas, o que é perfeitamente natural. Qualquer governo faria o mesmo.

As buscas para o encontrar levaram-nos à conclusão de que ele estaria escondido algures numa aldeia da Somália. Vai daí, ontem, pela fresquinha , pegaram numa ou mais (também não interessa para a história) das inúmeras máquinas de guerra voadoras de que possuem vasta panóplia, foram direitinhos à referida aldeia, deitaram umas quantas bombas e suspeitam ter morto o suspeito. Só que juntamente com o suspeito mataram praticamente todos os da aldeia, na ordem de algumas dezenas. Ficaram tão contentes com a proeza que já hoje voltaram a repetir a dose em relação a outra aldeia. Parece que estão decididamente empenhados em entrar na bagunça da Somália ao lado dos chamados “Senhores da Guerra”, de onde tinham sido expulsos há anos pelos mesmos “Senhores”

Também os jornais dos últimos dias têm recordado um dos muitos episódios semelhantes ocorrido no Iraque, aqui há uns meses, no qual alguns marines , de motu próprio, abateram à queima roupa duas ou três dezenas de civis iraquianos, porque, alegadamente, tinham recebido ordens expressas para disparar primeiro e interrrogar depois.

Vê alguma diferença nestas duas històrinhas? Eu, a único que descortino é que uma foi perpetrada por um ditador notório e a outra em nome da “democracia”.

Pois é em nome da democracia que se deve exigir que tanto os autores da primeira como os autores da segunda prestem contas à justiça, em julgamentos justos e imparciais. Só que aos últimos quem os senta no banco dos réus, se até o nosso democrático Governo os encobre e se põe de cócoras no miserável caso dos voos secretos da CIA?

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segunda-feira, janeiro 08, 2007

MUNDO BÁRBARO

O mundo perdeu uma grande oportunidade de ser civilizado”

Esta é uma frase que se pode ler num blogue de um cidadão inglês - um dos muitos blogues que por todo mundo se indignaram pela forma como decorreu a execução/assassinato de Saddam.

É uma triste verdade. Só que o mundo perde a cada instante oportunidade de ser civilizado. Perde-a quando se violam crianças inocentes; perde-a quando se maltratam e se deixam morrer à fome; perde-a quando não se lhes dá apoio no seu pleno desenvolvimento físico, intelectual e moral e se deixam na rua à mercê de tudo e todos.

Perde-a quando permitem lucros ilícitos às indústrias farmacêuticas e não se cuida da qualidade dos produtos que estas fabricam e pões no mercado; perde-a quando se gastam milhões e milhões em armas de destruição massiva, em vez de construir hospitais e escolas; perde-a quando se bombardeiam cidades indefesas, matando civis – homens, mulheres e crianças – que nada têm a ver com os negócios da guerra; perde-a quando se passa com tanques de guerra sobre casas habitadas, esmagando sem dó nem piedade tudo quanto nelas vive; perde-a quando se pagam vencimentos fabulosos a uns quantos e salários de miséria à maioria; perde-a quando permite despedimentos colectivos com o único propósito de ir explorar outros trabalhadores noutras regiões; perde-a quando se descriminam as pessoas com base na cor, na religião, na raça, no tamanho, na idade, no dinheiro que possuem, no sexo e na própria orientação sexual; perde-a quando se destroem géneros alimentícios, com o fim único de manter os preços; perde-a quando se permite a uns apropriar-se de riquezas naturais que a toda a humanidade pertencem; Perde-a quando, pela ganância do lucro, se permite a conspurcação da natureza e se provocam alterações que põem em perigo a sobrevivência da humanidade; perde-a quando…

Sim, cada dia, em cada instante, o mundo perde oportunidades de ser civilizado. Mais. O mundo actual , dominado pelo deus MILHÃO e seus bonzos, caminha a passos largos para a barbárie total.

Há que resistir. Há que lutar contra esta concepção grosseira de encarar o mundo e de organizar a sociedade em que vivemos

A frase do dia:

“Os portugueses são uns sobreviventes… E têm cá um bom feitio..Veja-se o preço dos combustíveis. Ou são tramados pelo mercado quando o crude aumenta, ou são tramados pelo socialismo do imposto quando o crude baixa

In http://tomarpartido2.blogspot.com