ENQUANTO E NAO

domingo, setembro 30, 2007

POSTS PELA PAZ



"Em 1999, o cineasta britânico Jeremy Gilley iniciou esforços para instituir um dia anual de cessar-fogo global e não violência, depois de se aperceber que não havia qualquer data fixa para a celebração de algo tão universal como a paz. Dois anos depois as Nações Unidas aprovaram por unanimidade a criação do Dia Internacional da Paz, a assinalar todos os anos a 21 de Setembro.O Mudar o Mundo decidiu associar-se a este evento através da iniciativa Posts pela Paz. Esta consiste em desafiar cada blogger a publicar nesse dia um post sobre o tema. Pode ser uma reflexão ensaística, um poema, uma fotografia, uma música, um vídeo, tudo o que a imaginação e a Internet permitirem, desde que a mensagem transmitida remeta para um ideal de paz.Deste lado, comprometemo-nos a ser um ponto de partida para essas várias reflexões e, numa parceria com a Biosani, a entregar a instituições que dele necessitem um Pão Moinhos Vivos por cada post que adira à iniciativa. Assim, além de passarmos a mensagem online, podemos fazer também uma pequena diferença no mundo real.Faça também a diferença e publique um post pela paz.~
Este apelo foi retransmitido por MAria do blogue o Cheiroda ilha
O dia 21 de Setembro já lá vai, mas devemos ser pela PAZ todos os dias do ano...Por um Mundo melhor, por um Mundo em PAZ
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"A EDIFICANTE ESTÓRIA DE LUCRÉCIA"
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Escritos outonais

quarta-feira, setembro 05, 2007

SÓCRATES a NU

E quem o despe é Baptista-Bastos na sua crónica de hoje no Diário de Notícias. Que acham do retrato? Eu acho o fidelíssimo.O homem é tudo isto e mais alguma coisa.

A ROSA MURCHA DE SÓCRATES

Baptista-Bastos

No emocionado êxtase de si próprio, José Sócrates anda pelo País a distribuir computadores. Faz discursos repletos de adjectivos e de nenhumas reticências. Como ninguém dá nada de graça, os recebedores das máquinas têm de as pagar, mais tarde ou mais cedo, acaso com leves descontos. Tudo em nome da ciência, da tecnologia e do conhecimento. E ponha lá, também, da "esquerda moderna", instrutiva expressão inventada nos melancólicos vagares de José Sócrates. Os portugueses estão cada vez mais aflitos, andam cheios de Prozac, enchem os consultórios de psicólogos e de psiquiatras, e o querido primeiro-ministro entrega-lhes computadores, na presunção de que vai erguer o moral da pátria.

Portugal existe numa litografia graciosa e colorida, segundo no-lo é apresentado pelo Governo. Mas os números do desespero são assustadores. Admito que as evidências da realidade sejam extremamente maçadoras para a desenvolta modernidade do Executivo: meio milhão de desempregados; dois milhões de compatriotas em risco de pobreza; três milhões de famílias endividadas em cerca de 1,2 vezes o seu rendimento anual; 48 mil professores sem colocação; milhares de enfermeiros em estado de susto; e as dez maiores fortunas do País cresceram quase 14%.

Possuo enorme rol de malformações sociais, criadas, aumentadas ou não resolvidas por este Governo que somente serve para nos dar desgostos, enquanto acusa os objectantes de intrigas rasteiras e manobras sórdidas. A verdade é que começamos a assistir a pequeninas insurreições de militantes do PS, que apontam Sócrates à execração socialista e o acusam de ter murchado a rosa. Ainda há dias, Alfredo Barroso deu alguma luminosidade ao triste Sol do Saraiva, aproveitando o rodapé em que foi paginado o seu artigo para reduzir a subnitrato este PS, o Governo e adjacências. É um texto exemplar, pelo que nomeia de danos irreversíveis provocados pela vigência destes "socialistas modernos".

Porém, José Sócrates não só dissolveu as expectativas nele depositadas. Avariou, irremediavelmente, a grandeza de intenções contida na ideia de socialismo. Guterres causara amolgadelas graves no corpo cambaleante do infeliz partido, mas nada que se compare às cacetadas de Sócrates. Daqui para o futuro quem vai acreditar nos socialistas, no socialismo, no PS?, cuja história carrega um peso insuportável de derivas, desvios e traições.

José Sócrates pode ser um guloso de tecnologia, um amante desvairado de cibernética, um "animal feroz", como se definiu numa preguiçosa e insensata entrevista ao Expresso. O que José Sócrates não é, sabemo-lo todos - e todos os dias: nem socialista, nem grande político nem grande primeiro-ministro.

O sublinhado é de minha responsabilidade
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escritor e jornalista
bbastos@netcabo.pt