ENQUANTO E NAO

sábado, março 31, 2007

E SE TODOS NOS ZANGARMOS A SÉRIO?!!!

Gastos não controlados pagavam quatro Otas

Esta notícia foi veiculado hoje, 31 de Março de 2007,
nos órgãos de comunicação social

Segundo revela o Tribunal de Contas (que fique bem claro, não foi Jerónimo de Sousa nem Francisco Loução que o dizem) é o Tribunal de Contas – um órgão do Estado - que o afirma, os Governos de Durão Barroso, Santana Lopes e Sócrates no seu primeiro ano de Governo, os gabinetes governamentais movimentaram, em "práticas sistemáticas e anómalas", e muitas vezes "sem a mínima contrapartida", verbas quase quatro vezes superiores ao custo previsto para o novo aeroporto da Ota, que é de 3,1 mil milhões de euros.

E são estes senhores, os salvadores da Pátria, que gastam consigo próprios como nababos, como príncipes e magnatas da Arábia Saudita e outros que tais que têm a lata de pedir ao povo toda a espécie de sacrifícios, não só pelo aperto de cinto a que os obrigam, como a aos múltiplos direitos que lhe retiram , na saúde como na educação como na justiça.

Bem pode vir o PS dizer vir deitar poeira nos olhos, dizendo que não é bem assim, que é tudo uma questão de adequações orçamentais, blá, blá, blá. O Tribunal de contas que tem à sua frente um destacado e ilustre socialista não ia inventar esta notícia. Aliás todos sabemos do fausto escandaloso de que se rodeiam os ministros, dos carros de luxo, do número extravagante de secretários e secretárias de adjuntos e adjuntas , de viagens a esmo, de utilização por vezes desnecessária de helicópteros e outros meios de transporte caríssimos, etc, etc, etc, como se dinheiro fosse deles, como se o erário público não tivesse fundo e eles pudessem gastar a seu bel prazer.

Escrevi há dias aqui, e fiz uns versos a clamar isso mesmo, que ESTOU ZANGADO.
É por causa destas e de outras que estou zangado e convido toda a gente a zangar-se comigo.

Não foi para isto que se fez o 25 de Abril. Não é esta a justiça social que nos foi prometida e que temos direito.

Um visitante deste blogue deixou no post anterior a este um comentário que que, me permito transcrever:
“Como dizia um amigo meu, não tarda que tenhamos que estar de novo preparados para fazer um 25 de Abril a sério. De preferência através de eleições! As utopias são aliadas dos que pensam...”

Perfeitamente de acordo. Vamos a isso, Nem que seja através de eleições, digo eu. Mas eleições para mudar, não para pôr lá sempre os mesmos. Há outras forças no nosso espectro partidário a quem nunca foi dada a oportunidade de formarem governo. Porque não experimentar?

Como está é que não está bem.

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Veja Também unma nova crónica
"GATOS"

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quarta-feira, março 21, 2007

SALAZAR E AS ELEIÇÕES

O texto que a seguir transcrevo, de autoria do professor António recebi-o por e-mail de um amigo. Julgo que foi publicado no Diário de Notícias, mas isso também não é importante. A apesar desta votação não ser nada representativa (parece que o Manholas reúne os votos de uns sessenta e tal mil telefonantes, que podiam caber todos no estádio do Benfica) deixo-o texto à atenção dos meus visitantes

SALAZAR E AS ELEIÇÕES

Agora que Salazar parece em vias de ganhar pela primeira vez uma "eleição", e logo contra o Afonso Henriques, convém lembrar como eram as votações quando ele era vivo.

No que diz respeito à aprovação da Constituição de 1933, foi simples. As abstenções contaram a favor. A maioria foi esmagadora. Os portugueses nem precisaram de sair de suas casas para exprimir a sua "vontade".

Nas eleições legislativas o método também era infalivel. Nas eleições de 1957, por exemplo, em Lisboa, na véspera da eleição, os responsáveis pelas mesas eleitorais foram chamados ao Governo Civil onde receberam a indicação do resultado da votação do dia seguinte com uma margem de erro de 2 %. Assim, na freguesia de São João da Pedreira o resultado devia ser 56 ou 57 %.

No dia seguinte houve guarda republicanos que andaram pelas mesas de voto a levar pacotes de votos de "guardas que estavam de piquete", que foram metidos nas urnas pelos presidentes das mesas. Mas isto teve uma relativa pouca importância.

Perto do fim, depois de assegurada a ausência de testemunhas inconvenientes, os elementos das mesas multiplicaram o número total de eleitores por 0,57 e dividiram o resultado pelo número de páginas dos cadernos eleitorais. Tiveram, assim, o número de eleitores de cada página que "deviam votar".

Procederam, então, sem se preocupar em lançar votos nas urnas, à operação de "compor os cadernos eleitorais", descarregando conscenciosamente nos dois cadernos o conveniente número de eleitores que "tinham" votado. A operação foi acompanhada de comentários do tipo: " Este é comunista, mas desta vez vai votar no governo".

Depois, enviaram para o Governo Civil um documento a dizer: "Percentagem de eleitores: 57 %." Mas não se ficaram por aqui: abriram as urnas, contaram os votos, e enviaram para o Governo Civil um outro documento a dizer. " Percentagem real de eleitores, tantos por cento" .

No caso concreto de uma mesa, a percentagem real de eleitores, incluindo os votos dos "guardas de piquete" e 50 votos riscados foi de 28 %, mas os elementos da mesa enviaram um documento a dizer que a "percentagem real", era de 30 %. É provavel que, quando chegasse ao Salazar, esta percentagem já fosse um bocadito mais alta.

Fui testemunha parcial destes factos em 1957. Uma outra testemunha foi o escritor Luis Pacheco a quem envio, 50 anos depois, as minhas saudações e que devia ser agora ouvido. Como comentador da "eleição de Salazar" e porque pode confirmar factos importantes para esclarecer um país que, 30 anos depois do 25 de Abril, ainda está muito mal informado.

Que, ao falar nas eleições do "antigamente", ainda fala em chapeladas, como se a fraude "dos guardas que estavam de piquete" e de uns tantos legionários fosse a mais importante. Salazar era muito mais subtil. Quarenta anos depois de morto, ainda engana o país.

E não só. Quando em Novembro de 1957 cheguei a França vi que os jornais franceses analisavam a situação portuguesa a partir do resultado de 57% de votos obtidos pelo governo nas últimas eleições legislativas.

António Brotas

E, já agora, acrescento o meu testemunho pessoal:

Nas eleições de 1958 estive, com mais dois amigos, presente, (não autorizado e olhado de soslaio por dois pides com as pistolas intimidatoriamente visíveis nos coldres por debaixo dos casacos) numa das secções de voto da freguesia de Moscavide. Quando chegou a altura da contagem dos votos, fomos intimados a abandonar a sala. Aí o presidente da mesa, um comerciante de nome Virgílio Leitão, que nos conhecia de garotos e que, apesar de ser da União Nacional, demonstrou ser uma pessoa de carácter, impôs-se aos pides e ameaçou abandonar também a sala se fôssemos obrigados a sair. Contrariados os pides se aquietaram e pudemos, de longe, assistir à contagem.

Resultado imediato:

Das várias Mesas de voto de Moscavide só aquela em que eu estava o General foi proclamado vencedor, ganhando a União Nacional, por esmagadora maioria em toas as restantes mesas, onde não tinha sido consentida a presença de qualquer opositor aio regime. Claro que no pais inteiro a fraude foi generalizada.

Resultado diferido:

Seis meses depois, Pide veio buscar-me, no âmbito de uma onda de prisões, que logo a segui à eleições começou a dar-se em todo país
Para mim bastou.
SALAZARES, NUNCA MAIS!

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Veja também
AMO-TE TANTO...
(mais um soneto)
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sexta-feira, março 16, 2007

A TRAMOIA FOI HÁ QUATRO ANOS

Faz hoje quatro anos que o senhor Barroso abusivamente ofereceu um espço num parcela do Território Nacional para um encontro de indivíduos pouco recomendáveis que iriam gizar um das maiores tramóias, um dos mais sórdidos embustes de toda a história comtemporânea: a invasão e ocupação de um país, com base em argumentos que sabiam ser totalmente inventados e mentirosos portanto. Isto os cabecilhas porque o senhor Barroso esse nem isso sabia. Limitou-se, num acto de submissão inconcebível, a concordar com as mentiras dos outros, como veio há poucos dias a confessar.

Hoje o senhor Barroso, porque outros não quiseram aceitar o lugar, é o "dono" da União Europeia.
Quem diz que o crime não compensa?

A propósito desta vergonhosa efeméride, transcrevo a seguir uma crónica da jornalista Ana Sá Lopes, no DN de hoje


Mr Blix goes to Hollywood

Ana Sá Lopes

Hoje, dia 16 de Março, faz quatro anos que um eufórico recepcionista, Durão Barroso, abriu as portas da base das Lajes a um distinto colectivo que se instalou à mesa e pôs e dispôs a baixela: George Bush, Tony Blair, Silvio Berlusconi aterraram nos Açores com a ideia fixa de promover a invasão do Iraque e, com mais ou menos expressões delicodoces que o dia conteve, a guerra ficou ali decidida (o mais próximo da verdade ainda é recordar que estava decidida na cabeça de Bush e conselheiros há muito tempo e que o aliado Tony Blair, por crença ou necessidade de crença, subscreveu com amor a mensagem).

O argumento das armas de destruição maciça serviu na altura de centro de mesa - o must da decoração de qualquer grande evento público. Durão fez o papel do mordomo grato e reverente a quem tinha sido dado o benefício de se sentar à mesa do patronato.

Dias mais tarde, com o entusiasmo de um novo-rico convidado para uma festa da alta sociedade, confessaria mesmo, com a fé beatificada da irmã Lúcia, ter visto as provas das armas de destruição maciça num briefing na Londres de Blair.

A história não começava bem, mas a crença nas armas de destruição maciça comoveu uma parte substancial de um mundo perturbado com o 11 de Setembro e a declaração de guerra da Al-Qaeda.

Hans Blix, o inspector das Nações Unidas encarregue da investigação das armas, foi o palerma de serviço. Ele não tinha encontrado as armas e nunca disse outra coisa.

Aos poucos, Hans Blix foi falando: em 2004, numa entrevista à BBC já tinha denunciado que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha tinham dramatizado a questão das armas - aliás, que tinham actuado como "vendedores" que tentam "exagerar o valor dos seus produtos". Mesmo assim, em 2004, Hans Blix salvava a face de Blair, afirmando não acreditar que tivesse actuado de "má-fé".

Agora, Blix vem desvendar que o desejo levou Bush e Blair a colocarem "exclamações" onde havia "pontos de interrogação". É em Hollywood, daqui a uns anos, que vamos conhecer a verdade. Acho que vou gostar mais do filme (do que do livro).

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Veja também
ESTOU ZANGADO!
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terça-feira, março 13, 2007

ESTOU ZANGADO !!!!

Vários Amigos me têm feito reparo pelo facto de há vários dias não escrever neste blogue.
È verdade. Acontece que, além de ser um esforço muito grande para a minha vista cansada alimentar dois blogues ando muito zangado com tudo o que vejo à minha volta e já me cansa malhar em ferro frio. Falar da política nacional e do estado do actual do nosso país é como mergulhar na trampa e falta-me para isso um escafrando especial para mergulhos tão densos e mal-cheirosos. Resolvi pois parar um pouco com este blogue, só a ele acedendo ocasionalmente.

Aliás, é este o tema do post que hoje coloco
em versos
no meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com

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Apesar do que disse acima, não resisto a fazer um breve comentário à notícia de primaeira página no Dia´rio de notícias de hoje:

Privados abrem clínicas onde Governo fechou centros de saúde
BES vai gerir clínica em Cerveira, Grupo Melo terá hospital em Torres Vedras e Misericórdia abriu urgência na Mealhada.

Então estas localidades não têm utentes em número suficiente que justifique o apoio estatal para a sua manutenção e têm-nos para atrair o interesse de entidades privadas cujo objectivo é, muito naturalmente, daí tirar dividendos?
Mais uma vez se descortina por detrás de medidas apontadas como do interesse geral Estado e dos cidadãos, uma manobra para abrir a porta à iniciativa privada.
Socialista este Governo? A palavra socialismo sai manchada da boca de tais socialistas.