ENQUANTO E NAO

sexta-feira, março 16, 2007

A TRAMOIA FOI HÁ QUATRO ANOS

Faz hoje quatro anos que o senhor Barroso abusivamente ofereceu um espço num parcela do Território Nacional para um encontro de indivíduos pouco recomendáveis que iriam gizar um das maiores tramóias, um dos mais sórdidos embustes de toda a história comtemporânea: a invasão e ocupação de um país, com base em argumentos que sabiam ser totalmente inventados e mentirosos portanto. Isto os cabecilhas porque o senhor Barroso esse nem isso sabia. Limitou-se, num acto de submissão inconcebível, a concordar com as mentiras dos outros, como veio há poucos dias a confessar.

Hoje o senhor Barroso, porque outros não quiseram aceitar o lugar, é o "dono" da União Europeia.
Quem diz que o crime não compensa?

A propósito desta vergonhosa efeméride, transcrevo a seguir uma crónica da jornalista Ana Sá Lopes, no DN de hoje


Mr Blix goes to Hollywood

Ana Sá Lopes

Hoje, dia 16 de Março, faz quatro anos que um eufórico recepcionista, Durão Barroso, abriu as portas da base das Lajes a um distinto colectivo que se instalou à mesa e pôs e dispôs a baixela: George Bush, Tony Blair, Silvio Berlusconi aterraram nos Açores com a ideia fixa de promover a invasão do Iraque e, com mais ou menos expressões delicodoces que o dia conteve, a guerra ficou ali decidida (o mais próximo da verdade ainda é recordar que estava decidida na cabeça de Bush e conselheiros há muito tempo e que o aliado Tony Blair, por crença ou necessidade de crença, subscreveu com amor a mensagem).

O argumento das armas de destruição maciça serviu na altura de centro de mesa - o must da decoração de qualquer grande evento público. Durão fez o papel do mordomo grato e reverente a quem tinha sido dado o benefício de se sentar à mesa do patronato.

Dias mais tarde, com o entusiasmo de um novo-rico convidado para uma festa da alta sociedade, confessaria mesmo, com a fé beatificada da irmã Lúcia, ter visto as provas das armas de destruição maciça num briefing na Londres de Blair.

A história não começava bem, mas a crença nas armas de destruição maciça comoveu uma parte substancial de um mundo perturbado com o 11 de Setembro e a declaração de guerra da Al-Qaeda.

Hans Blix, o inspector das Nações Unidas encarregue da investigação das armas, foi o palerma de serviço. Ele não tinha encontrado as armas e nunca disse outra coisa.

Aos poucos, Hans Blix foi falando: em 2004, numa entrevista à BBC já tinha denunciado que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha tinham dramatizado a questão das armas - aliás, que tinham actuado como "vendedores" que tentam "exagerar o valor dos seus produtos". Mesmo assim, em 2004, Hans Blix salvava a face de Blair, afirmando não acreditar que tivesse actuado de "má-fé".

Agora, Blix vem desvendar que o desejo levou Bush e Blair a colocarem "exclamações" onde havia "pontos de interrogação". É em Hollywood, daqui a uns anos, que vamos conhecer a verdade. Acho que vou gostar mais do filme (do que do livro).

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