ENQUANTO E NAO

quinta-feira, setembro 28, 2006

LUÍS GASPAR


O programa do Luís Gaspar, “Lugar aos outros”
atinge hoje o seu número 20

Por tal motivo os autores “não-estrelados”,
a quem o Luís emprestou um pouquinho de brilho,
ao coloca-los, ainda que fugazmente,
no firmamento onde brilham as estrelas de primeira grandeza,
através da sua magnfica voz e da rigorosa interpretação dos seus textos,
em verso ou em prosa,
resolveram, os que têm blogue,
prestar-lhe e a (pequena) homenagem
de lhe dedicarem o seu “post” de hoje

É o que estou fazendo

foto sacada à sua revelia
Bem mesquinha, porém , seria a minha homenagem, se ela tivesse apenas a finalidade de agradecer o privilégio de ter sido um dos escolhidos para figurar no seu programa.
A minha homenagem vai mais no sentido de salientar o papel de agente cultural exercido, de forma desinteressada e benévola, pelo Luís Gaspar, quer através do “Lugar aos Outros, quer através dos “Contos Populares , quer através do “Romance da Raposa de Aquilino Ribeiro, quer através das “Palavras de Ouro”, aos quais a sua voz empresta particulares sonoridades e nuances à língua que é a nossa, no seu podcast http://www.estudioraposa.com/, e ainda através da divulgação de centenas e centenas de poemas, de autores nacionais e estrangeiros, através do seu site www.truca.pt.


Obrigado, Luís

Pequena biografia

Luís Gaspar: Nasceu, como ele diz, a ouvir o apito dos comboios na estação de Campolide, no ano em que começou a guerra civil de Espanha (quem souber que faça as contas), estudou na Escola Veiga Beirão e no Instituto Comercial. De 1954 a 1957 fez teatro radiofónico na Emissora Nacional, ao lado de grandes actores, como Álvaro Benamor, tendo ganho dois prémios “Revelação do Ano” e “Melhor Actor Jovem”; fez locução, representação e realização no Rádio Club Português e Rádio Renascença, numa época em que a ràdio era a rainha do entretenimento no nosso país; entra depois no mundo da publicidade, quer como empresário quer como locutor; experimenta também o cinema, realizando vários documentários, alguns de cariz político no pós 25 de Abril; e desde 1990 que assumiu por inteiro a profissão de locutor de publicidade. O timbre e a versatilidade das suas capacidades vocais, tornaram-no justamente conhecido nos meios publicitários, chegando a ser conhecido como “a Voz”. A par da sua actividade profissional criou em 1997 o site TRUCA- um dos sites não comerciais de maior visibilidade do nosso país e posteriormente, - por pura diversão e apego à difusão da nossa cultura literária – o audioblogue “Estúdio Raposa” com, actualmente, dois programas semanais: "Palavras de Ouro" e "Lugar aos Outros"
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UMA IDA A LISBOA
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quarta-feira, setembro 27, 2006

TÍTULOS E CONTRADIÇÕES


1- Privados prejudicam a imagem da economia portuguesa
Empresas privadas portuguesas têm pior nota que o sector público na análise à competitividade feita pelo Fórum de Davos
DN –Economia de 27-09-2006

Então, afinal, onde está a tão apregoada superioridade e competitividade do Sector Privado. Quem é que diariamente nos mente a tal respeito? E com que intuitos?


2. Fundo público para as pensões vai ser gerido por privados
DN –Economia de 27-09-2006

Ora aqui está uma grande contradição entre este título e o primeiro. Naquele se reconhece que administração estatal funciona melhor do que o sector público e neste se anuncia a intenção de entregar a gestão dos fundos de pensões (das nossas pensões) à iniciativa privada.
Isto, quando já se conhecem os resultados desastrosos da gestão privada de alguns estabelecimentos hospitalares.
Que obscuros interesses se escondem por detrás destas medidas desastrosas?


3 - Contratados têm salários mais altos
Os contratados da administração pública recebem, em média, salários mais altos do que os seus pares que têm vínculo público. As contas foram feitas pela Comissão de Revisão do Sistema de Carreiras e Remunerações e estão publicadas no relatório divulgado no início desta semana.
DN –Economia de 27-09-2006

Afinal, se há funcionários públicos a mais e isso é mau para a nossa economia, porque raio, se contratam outros a prazo, pagando-lhes mais do que aos do quadro?.
Não percebo nada de economia, mas percebo que quem nos (des)governa, também nos (des)informa e nos toma por lorpas

Mas se eu não sei de economia, há quem saiba e é bom sempre conhecer a opinião de quem sabe. Assim, tomo a liberdade de transcrever, na íntegra, o excelente editorial do Diário de Notícias de hoje, da autoria de Helena Garrido:

Gestores em xeque
Helena Garrido

O relatório sobre competitividade do Fórum Económico Mundial é uma vergonha para os gestores e empresários portugueses e um elogio às instituições públicas. Portugal desceu do 31.º lugar para o 34.º entre 125 países fundamentalmente por causa do mau funcionamento das instituições privadas. Afinal, a fraca imagem do País deve-se em grande parte ao sector privado.

O pior indicador de Portugal é o que está relacionado com o baixo crescimento e os défices público e externo. A seguir, a mais baixa qualificação está na sofisticação dos negócios. Ou seja, fracos processos produtivos, problemas nas estratégias de marketing e dificuldade em delegar competências. Aquilo de que tanto se queixam os gestores, ou seja, os custos de contexto, que correspondem ao enquadramento em que se movem os negócios, e a qualidade das instituições têm afinal uma classificação melhor que o funcionamento das empresas e das entidades privadas em geral. Em termos globais, as instituições públicas têm, no ranking do Fórum com sede em Davos, melhor classificação que as privadas.

O défice público, um dos problemas do País que podem ser directamente atribuídos aos governos, está em vias de resolução. Se a reestruturação do Estado for conseguida, o sector privado passa a ser o grande problema do País, aquele que contribui também para o fraco crescimento e o défice externo.

A imagem que o relatório transmite de Portugal para todo o mundo em nada coincide com o discurso de gestores e alguns empresários que ouvimos no espaço público. Um dos exemplos mais recentes foi o do Compromisso Portugal. Mas muitos de nós colocamos frequentemente a questão: porque são as empresas estrangeiras em Portugal competitivas e as nacionais não o conseguem ser? A resposta, que é fundamental levar a sério, está neste relatório do Fórum.

Os gestores e empresários de Portugal têm urgentemente de olhar menos para o Estado e de tratar melhor dos seus negócios. Não será fácil. As fragilidades das instituições privadas reflectem a falta de formação em áreas hoje tão importantes como a economia e as finanças e uma atitude geral que se focaliza demasiado nos problemas e pouco nas soluções.

O grande contributo que o relatório de Davos pode dar é acabar com a conversa sobre o funcionamento das instituições públicas para começarmos a falar do verdadeiro problema do País, a falta de preparação de gestores e empresários. Só começando por enfrentar a realidade podemos iniciar as correcções.
O
Estado, afinal, é um falso problema.

Nota: o sublinhado é de minha responsabilidade

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terça-feira, setembro 26, 2006

BRASIL - Utopias e realidades

No próximo Domingo os cidadãos brasileiros em idade de votar (todos, porque lá o voto é obrigatório) vão escolher nas urnas o próximo Presidente da República. Tudo parece indicar que a escolha vá outra vez recair sobre Lula da Silva. Não morro de amores pela personagem - que se revelou não corresponder ao modelo de político que eu defendo. O líder operário que ele era e que, como tal, se apresentou a pedir o voto dos seus concidadãos, não podia entrar ou permitir que o seu partido (Partido dos trabalhadores) entrasse no esquema de corrupção, compadrio, venda de favores, tão habitual no Brasil. Mas a verdade é que entrou e o Presidente não pode alegar que estava à margem de tudo isso.

Não perdoo a lula da Silva e ao seu Partido terem defraudado os sentimentos e as legítimas aspirações de milhões de brasileiros e de movimentos operários que noutros países lutam para chegar ao poder e terem a oportunidade de aplicar na governação a justeza das causas que defendem. Quem sabe os prejuízos que terá ocasionado a tais movimentos!

Mas sejamos claros. Só gente de esquerda e que comungue dos ideais de que Lula da Silva e o seu Partido se reclamavam, ou que tenha da política a visão que eu tenho, tem autoridade moral para condenar alguns dos tortuosos caminhos por onde a sua governação enveredou, já que os restantes partidos brasileiros, à sua direita deviam estar (e estão, em parte) calados, porque o seu procedimento em governos anteriores não foi melhor, no que à corrupção diz respeito - com a diferença de que, mesmo assim, o Governo de Lula, fez mais pelas classes desfavorecidas do que eles todos juntos.

O povo, não é estúpido e sabe o que lhe convém. É por isso que, indiferente aos escândalos divulgados e convenientemente ampliados, vai votar, estou certo, no sentido de dar continuidade à política seguida pelo seu actual Presidente. Fosse eu brasileiro e não saberia o que fazer nestas circunstâncias. Mas o povo sabe. Às vezes.

Quem sabe, se no próximo mandato Lula não se vai redimir das asneiras que praticou ao longo do que agora se aproxima do fim?
Continuo um lírico. Já é tarde para mudar.
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Citação a propósito:

Lula vai conseguir sobreviver. As mais recentes sondagens davam-no como vencedor à primeira volta, nas eleições do próximo domingo. O “Mensalão” não se lhe colou à pele e os benefícios sociais que acabou por conseguir distribuir têm sido, pelos vistos, suficientes para compensar a perda de credibilidade em outros domínios.
Pedro Magalhães, PÚBLICO, 25-9-2006


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domingo, setembro 24, 2006

POLÍTICA, NOBREZA e MENTIRAS

Política e nobreza

Tenho um amigo que,. volta não volta, me atanaza com a pergunta: Então Toino, com estas choldrices a que assistimos diariamente e que consistem o modus-vivendi de grande parte da nossa (salvo seja) classe política., ainda defendes a ideia de que a política é uma actividade nobre? É que é exactamente assim que penso, como várias vezes lhe tenho dito. Há dias, porém, em que me estou quase inclinado a dar-lhe razão a ele que, a esse respeito, tem uma opinião diametralmente oposta
É que os escândalos, a corrupção, as poucas vergonhas o compadrio, o salve-se quem poder, são tão frequentes e tão gritantes e tão sujos (veja-se agora o caso da EPUL, para não ir mais longe), que em boa verdade, me sinto por vezes fraquejar no conceito que tenho da nobreza .de tal actividade. Mas logo me recomponho. E é a esse Amigo, que ainda ontem me voltou a fazer essa pergunta, que aqui respondo: É verdade, Amigo, apesar de tudo, continuo e continuarei sempre a defender essa ideia. Interessar-se pela política, e ter actividade política é (deve ser) interessar-se e agir em proveito da POLIS (da Cidade, do Estado) e nesse aspecto todos deveríamos ser, e ter orgulho em ser, políticos – cada um à sua escala e no âmbito das suas capacidades. Infelizmente não é assim que entendem muitos políticos profissionais da nossa e de outras praças. Eu sei disso e tanto sei que, como poucos o fazem, passo a vida a zurzi-los neste blogue e onde quer que tenha possibilidade de o fazer. Não é porém o comportamento de políticos desonestos que para aí pululam(e desonestidade não é só roubar) que retira nobreza ao conceito que eu tenho da Política. O nosso combate deve ser sim contra os falsos políticos. Não contra a Política em si – nobre actividade, sim senhor.


Mentir ao Povo

Já viram o salsifré que vai pela Hungria, com milhares de manifestantes nas ruas há uns poucos dias, exigindo a demissão do Governo? E porquê, afinal? Não por exigirem melhores condições de vida (que aliás não são famosas e se têm vindo agravar) mas principalmente porque o Primeiro ministro lhes mentiu, deliberadamente, prometendo-lhes o que não iria fazer, com o fim único de obter os seus votos. E por essa mentira o povo se levantou em massa, exigindo que se demita.

Lembram-se do Caso Watergate que levou à demissão do Presidente Nixon nos Estados Unidos? Não foi por qualquer malfeitoria que tenha cometido, apesar das muitas que teria na consciência. Não foi por ter mandado pôr escutas numa sede do partido Democrático, apesar de isso constituir um crime. Não, a opinião pública americana fez um clamor tal, quando se descobriu que ele tinha mentido ao negar tal facto, que o obrigou a pedir a demissão.

Pois no nosso país, os nosso governantes mentem-nos a toda a hora e nós assistimos impávidos e serenos a todas essas intrujices sem a mínima reacção colectiva. Limitamo-nos a comentar em família, entre amigos, à mesa do café e não passa disso.
A nossa capacidade de indignação não vai além de um filho disto, filho daquilo ( aí somos nós bons) e tudo aceitamos com passiva resignação, “levados, levados, sim” como dizia o hino da mocidade salazarista.

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quinta-feira, setembro 21, 2006

COMPUTADORES (Amor/Ódio

Os computadors

Toda a minha vida passei sem computadores e agora, depois de velho é que resolvi interessar-me por estas máquinas infernais, que nos tomam todo o tempo e por vezes nos pões a cabeça de fel e vinagre (muito gosto eu desta expressões populares. São elas que apimentam e dão colorido à nossa língua).

A verdade é que comecei tarde mas deu-me com força. Amor de velho é assim. Na verdade quando tenho de enviar o meu ao “sapateiro” (leia-se ao “técnico”) para lhe pôr umas tombas ou umas gáspeas novas, ou mesmo sondar-lhe a alma ( ah sim, sim, sabiam que os sapatos têm alma? Pois se não sabiam ficam a saber) ando triste pela casa, perco o apetite, saio à rua para distrair mas logo regresso a casa para me comprazer no sofrimento de ver o seu lugar vazio em cima da secretária. Não são assim os apaixonados.

Mas também, quando as coisas dão para o torto são capazes de moer a paciência a um santo. E então a mim, que de santo não tenho nada! Os gajos têm birras, amuam, escurecem, ficam silenciosos, apanham bicharada tal como as crianças do meu tempo apanhavam piolhos na escola… o diabo-a-sete. Muitas vezes dou comigo a insulta-los, seu este, seu aquele, seu filho de uma grandessíssima Pura donzela e outros mais cabeludos epítetos em que a nossa língua é fértil mas que não me ficaria bem reproduzir neste selecto lugar.

Ontem foi demais, mesmo para mim, modelo de paciência exemplar (só por graça). Então não é que o grande estupor se recusava sistematicamente a deixar saí os e-mails que eu pretendia enviar? Receber, recebia, mas enviar, está quieto. Parecia uma daquelas pessoas que só coçam para dentro, conhecem o género. Passei o serão inteiro a rever as configurações das contas de correio. Parecia-me tudo correcto. Fazia alterações umas atrás das outras, mas nada. Hoje levantei-me cedo e foi ainda em cuecas que me dirigi ao computador, na esperança de que alguma situação anormal se tivesse resolvido com o ligar(desligar. Qual o quê. Mais tentativas de configurações malucas e o gajo nada. Passei nisto duas horas bem contadas, com a minha mulher a xingar-me o juízo, que ainda me constipava. E constipei, os mails a enviar lá quietinhos e o estupor ainda a gozar comigo, lembrando-me de que ainda havia mails para enviar, de cada vez que eu saia do Outlook, como se eu não estivesse careca de o saber.

Saí para a rua desaustinado, entrei numa loja de computadores que existe no meu próprio prédio, feito maluco a pedir “por favor ajudem-me”. O proprietário, uma excelente pessoa, ouviu-me com atenção, conferimos no seu computador se as minhas configurações eram iguais às dele, e eram, não havendo portanto razão para configurações iguais não se comportarem de forma igual. Foi então que o senhor sugeriu: Olhe, experimente, nas definições, a pôr um ”a” a seguir à sigla SMTP, pode ser que resolva. Voltei para cima a correr (minto o elevador é que correu por mim), entro em casa, escrevo o bendito “a” e então não é que, num abrir e fechar de olhos, vi desaparecerem todos os mails acumulado na rubrica “a enviar”, que ali teimosamente permaneciam desde ontem à noite? ... Qu,0s pariu!! Um simples “a”, meus Amigos, um simples “a”… Há mas são verdes e não fora a indicação, que não me consta figure em qualquer manual de instruções e ainda agora estaria às voltas com esta máquina diabólica (mas tão querida) se é que ela não tivesse já voado pela janela fora.

Também por hoje chega de computador, que já me parece ter serradura nos olhos e já nem enxergo as letras direito.

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Bye, bye, my friends

quarta-feira, setembro 20, 2006

Ò DA GUARDA, querem-nos matar !!!

O ministro da Saúde, Correia de Campos, admitiu ontem a criação de novas taxas moderadoras para sectores que actualmente são gratuitos para os utentes, como o internamento ou a cirurgia de ambulatório.

Em entrevista concedida (julgo que à RTP) o ministro revelou que a medida poderá ser aplicada em breve, e argumentou que não tem apenas fundamentos económicos já que poupança tem valores relativamente insignificantes para o Serviço Nacional de Saúde.

Porquê, então, introduzir tais medidas? perguntou-lhe a jornalista. O Ministro embatucou e algo embaraçado retorquiu que as novas taxas tem objectivos principalmente estruturais, visando sobretudo a moderação do acesso e a valorização dos serviços prestados.

A gente ouve e não acredita. Moderar o acesso a internamento e a intervenções cirúrgicas? Mas há alguém que abuse no recurso a internamentos ou a intervenções cirúrgicas? Já alguém viu um qualquer cidadão chegar a um hospital e reclamar que lhe apetece ser internado ou operado? E passados dois meses, por exemplo, voltar a exigir novo internamento e nova intervenção?
Então qualquer destas acções não é feita, sempre por, decisão de um médico responsável?

Compreende-se, até certo ponto, que se pretenda moderar o recurso a consultas médicas, por-dá-aquela-palha. Agora a internamentos e cirurgias?
Bem que eu gostaria de poder cometer um pequeno "abusosito" de ser operado às cataratas - operação que aguardo há quatro anos - Mas como? se isso não depende de mim e estou numa lista de espera do hospital da minha área, onde constam mais 4 mil doentes. Como é que eu posso abusar? Ou aserá que, quando chegar a minha vez de ser operado (será ainda em vida?) vou ter de pagar pelo "abuso"?

O senhor ministro deve estar a gozar com o pagode. E no entanto, o senhor ministro, garanto-vos, disse esta aleivosia, sem se rir.
Já é preciso ter muita lata!

De taxa em taxa, este Governo (dito) socialista vai reduzindo a pó o Serviço Nacional de saúde, universal e tendencialmente gratuito contemplado na nossa Constituição. Não é por acaso que ela causa tanto engulho a algumas pessoas. "Quem quer saúde, paga-a", não é isso que eles pretendem?
Razão tinha o poeta António Aleixo, quando dizia:
Se um dia a vida se vende
Ai dos pobres, coitadinhos,
Os ricos compram a vida
Só morrem os pobrezinhos

Ai António Arnaut, António Arnaut, tu sim, és um verdadeiro socialista. Será que és o único?

E tu, ò Povo Português, estás a dormir na forma, assobias para o ar, ou de todo perdeste a coragem e a virilidade com que te enfeitas nas anedotas que contas?
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terça-feira, setembro 19, 2006

AINDA O PAPA (citações)


Tudo parece indicar que em vários lados se prepara uma grande guerra religiosa. Só assim se podem entender as palavras do Papa Bento XVI no passado dia 12 na universidade alemã de Ratisbona. Teólogo, ou seja, racionalizador dos mistérios da fé, foi certamente com a cabeça fria que o actual bispo de Roma recuou até uma polémica ocorrida no século XIV, entre o imperador bizantino Manuel Paleólogo e um erudito persa, sobre o lugar da violência no confronto religioso”
DN de 19-9-2oo6, artigo "Uma grande guerra?" de J.Medeiros Ferreira



"Bento XVI não é João Paulo II. Mas não poderia ignorar o destino mais do que provável das suas palavras, fosse qual fosse o contexto em que as pronunciou. É, pois, legítimo perguntar se este Papa quer redefinir os termos do diálogo com o Islão estabelecidos pelo seu antecessor. E isso é tanto mais importante quanto a relação entre cristianismo e islamismo podem ser para o seu pontificado o que foi o confronto ideológico entre democracia e comunismo para o do seu antecessor."
José Vítor Malheiros. "Todos os Fogos", Público de 19-9-06

Se fosse apenas um teólogo entre outros, Ratzinger poderia falar do que lhe apetecesse, no tom que lhe apetecesse, citando quem lhe apetecesse. Dá-se, porém, a circunstância de Ratzinger ser não só uma autoridade da Igreja Católica mas o seu Sumo Pontífice. Investido desta autoridade, deste poder espiritual e político e desta capacidade de representação, é evidente que o Papa Bento XVI não pode dizer o que disse em Ratisbona.
As suas palavras, se foram medidas, mostram-nos um papa calculistamente incendiário e apostado em alimentar e liderar um conflito de religiões. Se não o foram, mostram um Papa imprudente e que ainda não percebeu que deixou para sempre de ser professor de Teologia, o que não augura nada de bom em tempos de crispação religiosa.
Teresa de Sousa, PÚBLICO de 19-9-06

João Paulo IIlevou tempo a apaziguar as contradições entre as principais religiões. No que diz respeito ao Islão Josph Ratzinger destruiu num só discurso todo o trabalho do seu antecessor "
El Mundo (Espanha)

Provocação”
NRC next (Holanda

Se o apelo ao diálogo era o seu objectivo, talvez existissem outros meios menos susceptíveis de erros de interpretação
The Independent (GB)

Afinal, como conclui o filósofo-padre Anselmo Borges, "infalível só Deus. Não sei se algum papa acredita sinceramente que é infalível. Seria interessante perguntar a Ratzinger se ele crê que Bento XVI é infalível."
DN de 19-09-06, artigo de Fernanda Câncio

. "Do ponto de vista da doutrina católica, o reconhecimento e assunção da culpa é um dos actos importantes. Para mim, um pontífice não ficaria diminuído por isso, antes pelo contrário."
Sande Lemos, do Movimento “Nós Somos a Igreja”,
DN de 19-9-06, em Artigo de Fernanda Câncio.
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Sendo assim, porque razão não pede o Papa desculpa?...
Os sarilhos que as religiões criam!!!
E dizer que tem sido sempre assim, desde que o homem surgiu na face da terra! Também, quem é que os mandou terem criado os deuses? Não estariam bem melhor sem eles!
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segunda-feira, setembro 18, 2006

A GAFE (será?) DO PAPA


A final o que foi que disse o Papa, que tanta celeuma tem levantado entre os crentes muçulmanos? Bento XVI nada mais fez do que, num discurso que proferiu em Ratisbona, na Alemanha, citar “inocentemente”,como se calcula, um diálogo, ocorrido no século XIV, entre o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e um erudito muçulmano persa desconhecido, no qual o imperador diz ao interlocutor: "Mostra-me o que [o profeta] Maomé trouxe de novo. Não encontrarás mais do que coisas más e desumanas, como o direito de espalhar a fé pela espada “.

Face à indignação com que esta citação por parte do Papa foi acollhida em todos os sectores do mundo muçulmano, mesmo entre os mais moderados, Bento XVI, vem agora, sem apresentar desculpas, manifestar o seu pesar, pela interpretação dada às sua palavras e que elas “não exprimiam de forma alguma o seu pensamento pessoal”

Pergunta-se, se não exprimiam o seu pensamento porque as foi citar? Repare-se que não foi uma frase impensada dita informalmente no decorrer de um discurso improvisado. Não. Tratava-se, pelo contrário, de uma conferência numa universidade, antecipadamente preparada, com recurso à pesquisa e consulta do escrito em que a frase citada se insere. O Papa queria, sem margem para dúvidas, dizer o que disse, através de uma citação de outrem, cujo conteúdo, aliás, não anda, no essencial muito longe da verdade. Só que, na encruzilhada histórica em que o mundo se encontra, com as susceptibilidades dos povos muçulmanos à flor da pele, devido às humilhações e agressões de que têm sido vítimas pela arrogância de alguns países ocidentais, um chefe espiritual de uma Igreja, qualquer que ela fosse, devia de ter mais tento na língua. Ele tinha obrigação de saber que, nas actuais circunstâncias, as palavras que proferiu teriam o efeito de gasolina derramada sobre o fogo .

Aliás, em matéria de proselitismo à ponta de espada, o cristianismo, como todos sabem nunca ficou atrás do proselitismo dos seguidores de Maomé. Haja em vista as cruzadas, os autos de fé, a evangelização forçada de negros e índios, o aproveitamento da escravidão. Aliás até entre si os cristãos nunca deixaram de se guerrear ferozmente ao longo dos séculos, muita vezes por meras divergências na forma de entender alguns preceitos da mesma fé. Para não ir mais longe, não foi entre países cristãos que, no século XX ocorreram as duas guerras mais mortíferas de toda a história da humanidade? Não foram primeiras (e únicas, por enquanto) bombas atómicas lançadas por uma nação cristã?

Com tantos telhados de vidro, o Papa tinha feito bem melhor em ficar calado. Façamos votos para que as palavras que disse, porque as quis dizer – diga o que disser agora - possam obter da parte de crentes muçulmanos com influência e mais ponderados do que ele foi (porque os há certamente) o perdão que ele (com muitas palavras de desgosto) ainda não teve a humildade de pedir.
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sábado, setembro 16, 2006

UMA IDA A LISBOA...

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sexta-feira, setembro 15, 2006

ABORTO, ESCOLAS E ALDRABICES

O Referendo sobre o aborto.

O PS vai finalmente apresentar à Assembleia da República a sua proposta para que se efectue u novo referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. “Não havia nexexidade” como diria o diácono Remédios, e o PCP defende, uma vez que a própria Assembleia da República tem poderes (e já o fez) para legislar sobre o assunto. Mas enfim, que venha o referendo. Só espero que a pergunta aos eleitores seja formulada de forma clara, de molde a que não haja equívocos e más interpretações que ponham em causa o “Sim” esmagador dos votantes. Já vai sendo tempo de pôr fim a esse vergonhoso pesadelo que afecta as mulheres.e envergonha o país.

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Ainda o encerramento das escolas do Ensino Básico.

1 - O noticiário da RTP, mostrava hoje imagens de uma escola numa aldeia de nome Juncal, onde os pais dos alunos, como protesto contra o encerramento da sua escola, os amarraram simbolicamente às carteiras da sala de aulas, com uns cordões feitos de pipocas, ao mesmo tempo que mostravam aspectos de umas óptimas instalações que ainda o ano passado tinham sido remodeladas com dinheiro dos respectivos habitantes, ,salientando assim a irracionalidade da medida que os obriga a desperdiçar tal investimento., além de os privar da companhia dos filhos durante todo o dia de com eles tomarem as suas refeições. Tem imaginação este nosso povo, ao contrário do Governo que só vê números à sua frente.

2 -A partir de terça-feira, a GNR irá buscar a casa os alunos da Gemieira, em Ponte de Lima, cujos pais se recusem a deixá-los ir às aulas no Centro Escolar da Ribeira. A garantia foi dada pela Coordenadora da Área Educativa de Viana do Castelo, em resposta às famílias que há uma semana impedem os filhos de ir para a nova escola de acolhimento e após uma reunião em que o presidente da Câmara de Ponte de Lima tentou sensibilizar os pais dos trinta alunos para que "abandonem" os protestos contra o encerramento da velha escola. Irredutíveis, os encarregados de educação ameaçam agora uma greve de fome.
DN de 15-9-06


Este é um de vários episódios de radicalização dos protestos contra o encerramento de escolas do 1.º ciclo do ensino básico.

Como se vê, além de imaginativo, o povo português não perdeu as qualidades de resistência dos tempos da "Maria da Fonte"

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Quem mente uma vez…

Todos estamos lembrados das aldrabices da Administração Bush para justificar a agressão ao Iraque. Pois como mentirosos compulsivos que são, eles não têm emenda, conforme se lê hoje no DN:

“A AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica) classificou ontem um relatório do comité permanente dos serviços secretos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos como "erróneo, enganoso e contendo informações não comprovadas".

2 -Tão inimigos que eles são…

Pois é, mas por detrás da retórica do “eixo do mal”, no qual o Sr. Bush inclui o Irão, os Estados Unidos não deixam de fazer os seus chorudos negócios com tão perigoso.inimigo Tanto assim que o seu volume de negócios com este país (negócios que, não me admiraria nada, poderão incluir fornecimento de armas) teve um aumento de 25% no ano em curso.


Pois, pois, business is business… qual democracia qual carocha ?...

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Veja também a RAINHA DE SABÁ

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quinta-feira, setembro 14, 2006

REGRESSO ÀS AULAS ou exílio compulsivo?


O Regressos às aulas

Este ano as crianças de cerca de 1.500 escolas portuguesas ao regressarem às aulas ou iniciarem as suas actividades escolares, encontraram a escola da sua aldeia – aquela onde seus irmãos e porventura seus pais aprenderam a ler, vazia e de portas cerradas. Acabou-se a alegria das suas vozes e o bulício das sua correrias, que enchiam de alegria a povoação inteira e aquietavam o coração dos pais, por saberem os filhos, felizes e próximos.

Agora, mercê de uma política economicista e desapiedada, essas crianças, sairão manhã cedo de casa (noite ainda no horário de inverno, para só regressarem ao fim da tarde a suas casas. Em algumas escolas, como ontem vi e ouvi numa reportagem na Televisão, os alunos terão mesmo que levar de casa pretos e talheres para poderem tomar as suas refeições. Quantas outras deficiência não irão encontrar devido à vontade de uma Ministra obstinada que à viva força pretende implantar à pressa medidas de ruptura, de efeitos não testados e sem que antes tentam sido criados os necessário apoios logísticos.

Primeiro foram as maternidades e agora as escolas. Que mais irá inventar este governo para aumentar a desertificação das terras do interior. Grande parte dos portugueses vai nascer fora das localidades onde nasceram e morreram os seus pais e avós, vai estudar fora, vai passar os dias da infância em terra estranha, vai brincar fora dos recantos que lhe são familiares, vai fazer as suas pequenas compras – os lápis, as borrachas, os caramelos e as pastilhas elásticas - não na lojinha do ti Manel da sua aldeia, mas na loja de um senhor qualquer de uma terra estranha e quando acabar os seus estudos nada o vai prender à terra onde os seus velhos definham, cada vez mais tristes, mais sós.

Ora aqui qui está uma maneira expedita de acentuar a desertificação das terras do interior do nosso país. Quem não deixará, por certo de tirar proveito da estupidez desta política é nossa vizinha Espanha, em relação às localidades portuguesas que lhe estão próximas. Não será melhor vender-lhe já, por bom preço, todo o território nacional, guardando apenas Lisboa, Portoe as zonas rentáveis da orla litoral, de onde possa tirar algum proveito? A bem da economia, já agora…

Esta ministra consegue cometer a proeza de desagradar simultaneamente aos professores, aos alunos, aos pais e a muitos milhares de outros cidadãos portugueses, com excepção consabida e reiterada – vá lá saber-se porquê - do sr. Miguel Sousa Tavares, mas isso é lá com ele.

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E, já agora,
conhece a RAINHA DE SABÁ?
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quarta-feira, setembro 13, 2006

PREGUICITE, PACTOS E FARRONCAS

PREGUICITE?

Lamentam alguns amigos que eu tenha andado muito preguiçoso relativamente à actualização dos meus blogues. É verdade, há uma certa dose de preguicite não só em escrever mas até em abrir o computado. As férias, o calor… Mas nem só de preguicite se trata. A minha vista está cada vez pior e cansa-me muito fitar demoradamente o pequeno ecrã do monitor. É que nem dá para escrever nem para frequentar, com a assiduidade que desejaria, outros blogues da minha predilecção. Parece impossível mas estou há quatro anos à espera de ser operado às cataratas no hospital Garcia de Orta que serve a área da minha residência e quando eu admitia que a minha vez estaria próxima, tive há dias a surpreendente notícia de neste hospital, para esta especialidade, há uma lista de espera de 4 mil doentes.

Além do mais, tenho vindo a ser confrontado nas últimas 3 semanas com problemas de vária ordem, avarias no telefone, com consequente impossibilidade de acesso à Internet, e ainda necessidade de formatar o computador. Só desgraças, enfim.

Prometo, no entanto fazer um esforço para ir mantendo o “Enquanto e Não” mais actualizado. Quanto ao “Escritos Outonais”, como se compreende, esse é um blogue para se ir escrevendo uma crónica ou uma história de vez em quando.

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OS PACTOS

O que se temia está a acontecer. Com um presidente da República de direita (de todos os portugueses, o tanas) e um governo que é de esquerda apenas nas palavras, a direita está “nas-suas-sete-quintas “. O homem de Belém dá o tom e o Governo (dito de esquerda) acorre pressuroso a dançar ao som da música. Ora, como dançar sozinho não dá muito jeito, escolhe para parceiro quem? Claro, o partido do coração do Presidente.

Por agora são os pactos. O da Justiça já está. Cavaco rejubila. A direita também.

Todo o País tem consciência de que a Justiça não anda de boa saúde, que uma reforma se impõe neste campo. O País quere-a e os partidos com representação parlamentar estão abertos – todos os sabem – a discutir a melhor maneira de a fazer. Porquê, então, recorrer a um pacto secreto entre dois comparsas em vez de o fazer em sede própria, que é a Assembleia da República?

Quanto a mim, trata-se de uma estratégia montada a partir de Belém, para desacreditar o sistema parlamentar, ou, quando muito restabelecer, sans le dire, o famigerado Bloco Central A reforma nascida deste pacto a dois até podia ser (e não é, basta ver que o combate à corrupção proposto por João Cravinho foi simplesmente ignorado) mas ela nasce ferida de flagrante ilegitimidade à luz do sistema parlamentar que nos rege.

Mas Belém e a direita não se ficam por aqui e já reclamam novo pacto na Segurança Social. Isto é, a direita quer que Sócrates faça aquilo que sempre desejou e, sozinha, nunca conseguiu (Bagão Félix que o diga) – a privatização deste importante sector. Há por aí uns certos senhores que querem à viva força entregar (toda em parte) a gestão das nossas reformas nas mãos das companhias de seguros. Será pelos nossos lidos olhos? Será porque ele se preocupam tanto pelo nosso bem estar?

Sócrates já jurou a pés juntos (no âmbito dos seus simpatizantes e afins, note-se) que está aberto a negociações sobre a segurança social, mas jamais permitirá a sua privatização.

Pois, pois, juras de Sócrates. ?!!! A gente sabe o que valem...

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CITAÇÕES

O PACTO NA JUSTIÇA -Bloco central deixa fora do acordo medidas de combate à corrupção
Título no DN de 12-9-06

Alegre diz que Cavaco "está a exorbitar funções"
O Presidente da República é acusado pelo ex-candidato presidencial Manuel Alegre de querer "influenciar a governação através da reconstituição do bloco central".
DN de 12-9-o6

Cavaco pressiona novo pacto Sócrates-Mendes
DN de 12-9-06

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AS FARRONCAS DE BUSH

O Sr Bush aproveitou a passagem do 5º aniversário do atentado contra as torres gémeas, para fazer um auto-elogio à bondade da sua política musculada na luta contra o terrorismo e nas vantagens, óbvias para ele, da guerra contra o Iraque.

Já muito tenho escrito a esse respeito. Limito-me hoje a citar passagens de alguns jornais (alguns deles americanos) sobre o assunto:

Diário de Notícias de 11-9 (Artigo de A.J.Teixeira)
Bush mentiu ao atacar o Iraque. Favoreceu um cortejo de atentados aos valores que seria pressuposto defender, seja em Abu Ghraib e Guantánamo, nos cárceres secretos espalhados pelo mundo ou no desrespeito pela lei internacional. Tornou-se assim menos diferente dos seus e nossos inimigos”

FINANCIAL TIMES
"a forma como a Administração Bush pisou as leis internacionais e a Convenção de Genebra não só provocou graves repercussões na reputação da América, como, de uma forma mais ampla, no poder de atracção dos valores do Ocidente",

THE TIMES
admitindo a "nobreza" das intenções americanas
, sublinha "a incompetência" das suas execuções, o que teve "um enorme custo para a reputação dos EUA e a sua capacidade para prosseguir os seus objectivos".

EL PAÍS:
George W. Bush “utilizou os atentados para o seu "próprio programa" neoconservador.

Em Itália, o diário LA STAMPA sublinhou que
a "guerra contra o terrorismo" já durou "mais tempo do que a I Guerra Mundial e um pouco menos do que a II Guerra", mas que "nenhuma vitória se viu".

O diário alemão HANDELSBLATT insurgiu-se contra a guerra no Iraque, "baseada em falsas afirmações" e que "não tinha nada a ver com o terrorismo da Al-Qaeda".

Na Índia, o HIDUSTAN TIMES estimou que "o terrorismo islamista voltou ao que era antes do 11 de Setembro".

O jornal AL-KHALEEJ, dos Emirados Árabes Unidos, acusa a política norte-americana de "colocar o mundo inteiro no caos".

AL-WATAN, da Arábia Saudita,
"o resultado da guerra contra o terrorismo é que um país como o Iraque, por exemplo, se transformou em viveiro do terrorismo e que o Afeganistão se transformou num campo aberto a combates sem fim".

Na Austrália, o jornal AUSTRALIAN sublinha que "a incapacidade para capturar Bin Laden permanece como fracasso".

Atlantic Montlhy: Não são os actos de terrorismo que estão a destruir os EUA. São antes as suas respostas ao terrorismo que o fazem. A "guerra contra o terrorismo" parece corroborar as acusações de Ben Laden - a humilhação dos muçulmanos e apropriação dos seus recursos. Os métodos utilizados em Guantánamo ou no Iraque aproximam-nos do fanatismo.

. Washington Post , Distrito de Columbia:
" Se esta é de facto uma guerra a longo prazo, tal como diz a
Administração Bush, então os EUA perderam quase de certeza a primeira fase. Os grupos de guerrilha estão a aprender mais depressa do que os exércitos ocidentais, e o Ocidente está a cometer erros estratégicos aterradores enquanto os extremistas realizam movimentos tácticos brilhantes”

Pittsburgh Tríbune-Review, PensiLvânia
"Se a história é escrita pelos vencedores, como afirma o dito popular, poderá ser uma das razões pelas quais os ataques de 2001 não irão não ser retratados de forma clara nos livros escolares."

Phitadelphia Inquirer, Pensilvânia
"Há cinco anos tudo mudou. Foi o que se repetiu: tudo mudou. Mas não é verdade. Nós não mudámos. [...] O país: é um lugar radicalmente melhor? Não se pode dizer que seja. Das mudanças que se seguiram ao 11 de Setembro, poucas foram para melhor. Muitas foram para pior."

Cnclusão: Se o Sr Bush diz que quer punir os terrirorisata e quem os ajudar, ninguém mais do que ele merece ser punido, poi ninguém mais do que ele tem contribuido para um incremento do terrorismo, a partir da sua injustificada agressão ao Iraque
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Veja também o meu outro blogue

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quinta-feira, setembro 07, 2006

DESGRAÇAS DO FUTEBOL, "TERRORISMO" E PROFESSORES

O Caso Mateus

A massa associativa do Gil Vicente reune-se hoje em Assembleia-Geral, para decidir se se curva aos ditames da toda poderosa e majestática FIFA ou se resolve enfrenta-la, com todos os alegados inconvenientes que dai podem resultar para o futebol português.
Aqui para nós - que ninguém nos ouve, excepto o reduzido número de pessoas que se dão ao trabalho de passarem os olhos pelos meus modestos escritos – torço para que os gilistas e os barcelenses em geral tomem a corajosa decisão de enfrentar a prepotente multinacional do negócio chorudo que é o (pouco recomendável) mundo do futebol. As normas da FIFA não podem sobrepor-se às decisões de um Tribunal nacional.
Ah, mas assim Portugal fica impedido de participar este ano em competições internacionais. Pois que fique. Não se perde grande coisa. Depois de toda esta tralha do “apito dourado” e outras sujeiras, até era um acto de benenerância e saúde pública encerrar o futebol pátrio para obras durante pelo menos três anos.
E se noutros países outros clubes resolverem tomar posições idênticas às que, espero, o Gil Vicente vai tomar, a FIFA vai aprender e ser menos prepotente nas relações com as federações e os Estados de cada nação.
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As FARC

As FARC (Forças Armadas revolucionárias da Colômbia) são um movimento armado que há mais de trinta anos luta contra a corrupção generalizada dos sucessivos governos que têm desgovernado aquele país, e pela implantação de um regime independente da submissão cega aos interesses do imperialismo americano. Trata-se, pois de um movimento de libertação como tem havido outros ao longo da história, como foi por exemplo a guerrilha sandinista, que acabou por triunfar na vizinha Nicarágua, para não ir mais longe.
Ora, ultimamente, aproveitando a boleia do antiterrorismo militante a qualquer preço, entenderam alguns espertalhões, à frente dos quais se situa o Sr. Bush apelidar de terrorista todo e qualquer movimento que lute por uma causa.. são terroristas os palestinianos que lutam pela criação do seu Estado, do Estado a que têm direito são terroristas todos os movimentos que de armas na mão lutem por governos justos nos seus países. Por este critério nunca a Fretilin poderia ter lutado conta a Indonésia, nunca os movimentos guerrilheiros africanos lograriam obter a sua independência.

Pois a União Europeia, ao fim de todos estes anos de existência das FARC, decidiu, vá lá saber-se porquê - pois nada mudou nos métodos e propósitos deste movimento – que,a partir de Maio do corrente ano, ele passavam à categoria de terrorista. E esta? Eles acham, tá achado, prontos.

Daí o “escândalo”, que os direitinhas cá do sítio vão explorar até ao tutano de o PCP ter convidado a participar com um stand na “cidade internacional” da Festa do Avante a revista “Resistência”o órgão informativo daquele movimento, tal como na Festa do Humanité, em Paris e de outras festas similares em vários países da Europa, figurava o Avante, órgão do então ilegalizado Partido Comunista Português.

E se estes gajos se preocupassem com coisas sérias, como o desemprego que grassa na Europa, por exemplo?!

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As “mordomias” dos professores

Vale a pena ler e divulgar a carta de uma leitora do DN de hoje, que abaixo transcrevo

0 grito de uma sem-terra

Chamo-me Maria Eugenia Rodrigues de Sampaio e Melo, sou professora do Quadro da Zona Pedagógica de Bragança, com 26 anos de serviço completados em 22 de Janeiro de 2006... Fui apunhalada pelas costas! Durante anos a fio calcorreei a pé a boleia, de carro, de comboio as escolas do distrito... 26 anos! Neste momento a minha vida é um deserto onde o próximo poço com água, a escola onde fui colocada, se situa a cento e muitos quilómetros da minha casa...
Sou professora, mãe, esposa e uma cida­dã exemplar, pois tenho cumprido com brio e uma dedicação extrema a profissão que abracei com ânimo. O País deve-me muito mais do que me paga. É com um brilhozinho nos olhos que recebo em minha casa os meus antigos alunos, já homens e mulheres com filhos... (...) Hoje, estou desiludida e farta deste País que nada me dá em troca.
Como prémio pela minha dedicação, nunca tive possibilidades de gozar as minhas férias como qualquer funcionário o
faz, com a tranquilidade que me permitisse "descansar": Onde será que vou "parar" no próximo ano? (...) O ambiente familiar sempre dependente da sentença (colocação) que me seria imputada pelos meus crimes...
Agora, a sentença está ditada e a pena pelos meus crimes foi o desterro a cento e muitos quilómetros durante três anos sem poder apelar a qualquer instância. (...)
Será que me condenaram por ser profes­sora do l.Q ciclo, uma das que nada fazem, ganham bem e estão de férias todo o ano? As dezenas de escolas, as centenas de alunos que sempre amei poderão responder por mim. (...) Será que o juiz que me condenou e lavrou em acta a sentença sabe ou saberá um dia quantas cabeças cheias de piolhos lavei? Quantos quilómetros de unhas sujas e imundas cortei, quantos livros para os meus alunos comprei do meu bolso... quantos alunos trouxe ao médico no meu carro e voltei a levar à aldeia fora de horas?
Não fui só professora, fui médica, enfermeira, conselheira, amiga, jardineira
de espaços degradados, palhaço, técnica de informática, por vezes... muitas vezes mãe e confidente dos meus alunos. (...)
Estou cansada de fazer sofrer ano após ano a minha família, de a ter abandonado quando mais precisaram de mim e de ser humilhada na comunicação social e pelos "mandantes" deste país.
Com que forças, com que motivação vou enfrentar os meus alunos se... estou doente, triste, amargurada e desiludida com tudo e todos? Peço uma explicação, uma justificação para o pesadelo que estou a viver, eu e a minha família. Quero acordar um dia e ver que o sol brilha para mim também, que voltei a ser um ser humano respeitado e com direitos e que valeu a pena ter dedicado uma vida à minha profissão.
Cem quilómetros de estrada em Lisboa não são cem quilómetros de estrada em Bragança. Não sou uma criminosa sou professora do l.Q ciclo!

Maria Eugenia Rodrigues de Sampaio e Melo Professora do l.fi cicio

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Leia também A RAINHA DE SABÁ
(tem bolinha no canto superior direito)
no meu outro blogue

segunda-feira, setembro 04, 2006

A FESTA DO AVANTE

A direita não faria melhor"

Esta foi uma das frases que Jerónimo de Sousa utilizou no seu discurso de encerramento da festa do Avante, a propósito da actuação do Governo PS, tendo acusado José Sócrates de ser "a chave que abre todas as portas por onde passam os interesses do grande capital”

Depois de enumerar uma série de medidas do governo PS gravosas para os trabalhadores, o líder comunista pergunto ainda aos socialistas se se identificavam com o que Sócrates estava a fazer: "Talvez seja altura de perguntar aos militantes socialistas se não os incomoda tanto elogio da direita e dos grandes interesses ao Governo e se não estranham tanta dedicação da direita e do círculo dos poderosos."

É verdade. No que toca à defesa dos interesses da direita e do interesses do grande capital que esta representa, os partidos de direita não fariam melhor. E tanto assim que andam feitos baratas tontas, sem saberem para que lado se hão-de voltar, mais esparvoados do que os taralhões da estória do meu blogue Escritos Outonais. Efectivamente se por um lado aplaudem a política do actual Governo (só em pormenores de menor importância e unicamente para fazerem prova de vida, o contestam), por outro invade-os o receio de que todo o eleitorado de direita se congregue em torno do PS e lá se vão os tachos dos seus barões.

Quanto aos barões do PS, esses estão nas suas sete quintas. E o povo PS? Quando acorda e vê que está a ser ludibriado? Já vai sendo tempo, irmãos. È que as batatass, os transportes, a saúde estão cada vez mais caros. Tanto para nós como para vós..

Acordai, irmãos, como diz uma das canções "Heroicas" de Lopes Graça, cujo centenário de nascimento a Festa comemorou


A Festa do Avante

Esta foi 30ª edição. Participei nas 27 anteriores, desde a Fil, Vale do Jamor, Alto da Ajuda, Loures, até à Quinta da Atalaia onde ora, e desde há uns anos funciona.. Bem têm tentado acabar com ela, mas não o têm conseguido, que a determinação dos militantes e simpatizantes comunistas é, de longe, mais forte que as raivinhas de uns quantos tristes e cinzentos políticos de 3ª cateoria que por aí andam. Alguns já nem andam, por sinal. Já se foram, mas a Festa aí está.

Infelizmente, problemas de saúde, melhor dizendo de resistência física, não me têm permitido participar nas suas últimas três edições. Será que ainda poderei lá voltar?

Que saudade, do convívio, da alegria, dos petiscos, dos cheiros, dos sabores de Portugal inteiro ali representados, do reencontro de amigos (alguns dos quais deixei partir nestes anos de ausência e muita probabilidade de não mais voltar a ver outros se lá tornar a ir) os abraços, os beijos, o calor da fraternidade, a evocação de lutas passadas, a alegria dos muitos e diversos cantares da nossa terra, o colorido das bandeiras, dos ris humanos enchendo as ruas, os restaurantes, os cafés os stands, do entusiasmo irreverente da juventude, dos gigantescos concertos, dos exaltantes comícios de encerramento…

Quem sabe se para o ano…Quem sabe?...

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Leia também a estória "RAINHA DE SABÁ"
no meu outro blogue
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