ENQUANTO E NAO

quinta-feira, setembro 21, 2006

COMPUTADORES (Amor/Ódio

Os computadors

Toda a minha vida passei sem computadores e agora, depois de velho é que resolvi interessar-me por estas máquinas infernais, que nos tomam todo o tempo e por vezes nos pões a cabeça de fel e vinagre (muito gosto eu desta expressões populares. São elas que apimentam e dão colorido à nossa língua).

A verdade é que comecei tarde mas deu-me com força. Amor de velho é assim. Na verdade quando tenho de enviar o meu ao “sapateiro” (leia-se ao “técnico”) para lhe pôr umas tombas ou umas gáspeas novas, ou mesmo sondar-lhe a alma ( ah sim, sim, sabiam que os sapatos têm alma? Pois se não sabiam ficam a saber) ando triste pela casa, perco o apetite, saio à rua para distrair mas logo regresso a casa para me comprazer no sofrimento de ver o seu lugar vazio em cima da secretária. Não são assim os apaixonados.

Mas também, quando as coisas dão para o torto são capazes de moer a paciência a um santo. E então a mim, que de santo não tenho nada! Os gajos têm birras, amuam, escurecem, ficam silenciosos, apanham bicharada tal como as crianças do meu tempo apanhavam piolhos na escola… o diabo-a-sete. Muitas vezes dou comigo a insulta-los, seu este, seu aquele, seu filho de uma grandessíssima Pura donzela e outros mais cabeludos epítetos em que a nossa língua é fértil mas que não me ficaria bem reproduzir neste selecto lugar.

Ontem foi demais, mesmo para mim, modelo de paciência exemplar (só por graça). Então não é que o grande estupor se recusava sistematicamente a deixar saí os e-mails que eu pretendia enviar? Receber, recebia, mas enviar, está quieto. Parecia uma daquelas pessoas que só coçam para dentro, conhecem o género. Passei o serão inteiro a rever as configurações das contas de correio. Parecia-me tudo correcto. Fazia alterações umas atrás das outras, mas nada. Hoje levantei-me cedo e foi ainda em cuecas que me dirigi ao computador, na esperança de que alguma situação anormal se tivesse resolvido com o ligar(desligar. Qual o quê. Mais tentativas de configurações malucas e o gajo nada. Passei nisto duas horas bem contadas, com a minha mulher a xingar-me o juízo, que ainda me constipava. E constipei, os mails a enviar lá quietinhos e o estupor ainda a gozar comigo, lembrando-me de que ainda havia mails para enviar, de cada vez que eu saia do Outlook, como se eu não estivesse careca de o saber.

Saí para a rua desaustinado, entrei numa loja de computadores que existe no meu próprio prédio, feito maluco a pedir “por favor ajudem-me”. O proprietário, uma excelente pessoa, ouviu-me com atenção, conferimos no seu computador se as minhas configurações eram iguais às dele, e eram, não havendo portanto razão para configurações iguais não se comportarem de forma igual. Foi então que o senhor sugeriu: Olhe, experimente, nas definições, a pôr um ”a” a seguir à sigla SMTP, pode ser que resolva. Voltei para cima a correr (minto o elevador é que correu por mim), entro em casa, escrevo o bendito “a” e então não é que, num abrir e fechar de olhos, vi desaparecerem todos os mails acumulado na rubrica “a enviar”, que ali teimosamente permaneciam desde ontem à noite? ... Qu,0s pariu!! Um simples “a”, meus Amigos, um simples “a”… Há mas são verdes e não fora a indicação, que não me consta figure em qualquer manual de instruções e ainda agora estaria às voltas com esta máquina diabólica (mas tão querida) se é que ela não tivesse já voado pela janela fora.

Também por hoje chega de computador, que já me parece ter serradura nos olhos e já nem enxergo as letras direito.

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Veja a estória VISITA A LISBOA
no meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com


Bye, bye, my friends