PREGUICITE, PACTOS E FARRONCAS
PREGUICITE?
Além do mais, tenho vindo a ser confrontado nas últimas 3 semanas com problemas de vária ordem, avarias no telefone, com consequente impossibilidade de acesso à Internet, e ainda necessidade de formatar o computador. Só desgraças, enfim.
Prometo, no entanto fazer um esforço para ir mantendo o “Enquanto e Não” mais actualizado. Quanto ao “Escritos Outonais”, como se compreende, esse é um blogue para se ir escrevendo uma crónica ou uma história de vez em quando.
OS PACTOS
O que se temia está a acontecer. Com um presidente da República de direita (de todos os portugueses, o tanas) e um governo que é de esquerda apenas nas palavras, a direita está “nas-suas-sete-quintas “. O homem de Belém dá o tom e o Governo (dito de esquerda) acorre pressuroso a dançar ao som da música. Ora, como dançar sozinho não dá muito jeito, escolhe para parceiro quem? Claro, o partido do coração do Presidente.
Por agora são os pactos. O da Justiça já está. Cavaco rejubila. A direita também.
Todo o País tem consciência de que a Justiça não anda de boa saúde, que uma reforma se impõe neste campo. O País quere-a e os partidos com representação parlamentar estão abertos – todos os sabem – a discutir a melhor maneira de a fazer. Porquê, então, recorrer a um pacto secreto entre dois comparsas em vez de o fazer em sede própria, que é a Assembleia da República?
Quanto a mim, trata-se de uma estratégia montada a partir de Belém, para desacreditar o sistema parlamentar, ou, quando muito restabelecer, sans le dire, o famigerado Bloco Central A reforma nascida deste pacto a dois até podia ser (e não é, basta ver que o combate à corrupção proposto por João Cravinho foi simplesmente ignorado) mas ela nasce ferida de flagrante ilegitimidade à luz do sistema parlamentar que nos rege.
Mas Belém e a direita não se ficam por aqui e já reclamam novo pacto na Segurança Social. Isto é, a direita quer que Sócrates faça aquilo que sempre desejou e, sozinha, nunca conseguiu (Bagão Félix que o diga) – a privatização deste importante sector. Há por aí uns certos senhores que querem à viva força entregar (toda em parte) a gestão das nossas reformas nas mãos das companhias de seguros. Será pelos nossos lidos olhos? Será porque ele se preocupam tanto pelo nosso bem estar?
Sócrates já jurou a pés juntos (no âmbito dos seus simpatizantes e afins, note-se) que está aberto a negociações sobre a segurança social, mas jamais permitirá a sua privatização.
Pois, pois, juras de Sócrates. ?!!! A gente sabe o que valem...
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CITAÇÕES
O PACTO NA JUSTIÇA
Título no DN de 12-9-06
Alegre diz que Cavaco "está a exorbitar funções"
O Presidente da República é acusado pelo ex-candidato presidencial Manuel Alegre de querer "influenciar a governação através da reconstituição do bloco central".
DN de 12-9-o6
Cavaco pressiona novo pacto Sócrates-Mendes
DN de 12-9-06
AS FARRONCAS DE BUSH
Já muito tenho escrito a esse respeito. Limito-me hoje a citar passagens de alguns jornais (alguns deles americanos) sobre o assunto:
Diário de Notícias de 11-9 (Artigo de A.J.Teixeira)
“Bush mentiu ao atacar o Iraque. Favoreceu um cortejo de atentados aos valores que seria pressuposto defender, seja
FINANCIAL TIMES
"a forma como a Administração Bush pisou as leis internacionais e a Convenção de Genebra não só provocou graves repercussões na reputação da América, como, de uma forma mais ampla, no poder de atracção dos valores do Ocidente",
THE TIMES
admitindo a "nobreza" das intenções americanas, sublinha "a incompetência" das suas execuções, o que teve "um enorme custo para a reputação dos EUA e a sua capacidade para prosseguir os seus objectivos".
EL PAÍS:
George W. Bush “utilizou os atentados para o seu "próprio programa" neoconservador.
Em Itália, o diário LA STAMPA sublinhou que
a "guerra contra o terrorismo" já durou "mais tempo do que a I Guerra Mundial e um pouco menos do que a II Guerra", mas que "nenhuma vitória se viu".
O diário alemão HANDELSBLATT insurgiu-se contra a guerra no Iraque, "baseada em falsas afirmações" e que "não tinha nada a ver com o terrorismo da Al-Qaeda".
Na Índia, o HIDUSTAN TIMES estimou que "o terrorismo islamista voltou ao que era antes do 11 de Setembro".
O jornal AL-KHALEEJ, dos Emirados Árabes Unidos, acusa a política norte-americana de "colocar o mundo inteiro no caos".
AL-WATAN, da Arábia Saudita,
"o resultado da guerra contra o terrorismo é que um país como o Iraque, por exemplo, se transformou em viveiro do terrorismo e que o Afeganistão se transformou num campo aberto a combates sem fim".
Na Austrália, o jornal AUSTRALIAN sublinha que "a incapacidade para capturar Bin Laden permanece como fracasso".
Atlantic Montlhy: Não são os actos de terrorismo que estão a destruir os EUA. São antes as suas respostas ao terrorismo que o fazem. A "guerra contra o terrorismo" parece corroborar as acusações de Ben Laden - a humilhação dos muçulmanos e apropriação dos seus recursos. Os métodos utilizados em Guantánamo ou no Iraque aproximam-nos do fanatismo.
. Washington Post , Distrito de Columbia:
" Se esta é de facto uma guerra a longo prazo, tal como diz a
Administração Bush, então os EUA perderam quase de certeza a primeira fase. Os grupos de guerrilha estão a aprender mais depressa do que os exércitos ocidentais, e o Ocidente está a cometer erros estratégicos aterradores enquanto os extremistas realizam movimentos tácticos brilhantes”
Pittsburgh Tríbune-Review, PensiLvânia
"Se a história é escrita pelos vencedores, como afirma o dito popular, poderá ser uma das razões
Phitadelphia Inquirer, Pensilvânia
"Há cinco anos tudo mudou. Foi o que se repetiu: tudo mudou. Mas não é verdade. Nós não mudámos. [...] O país: é um lugar radicalmente melhor? Não se pode dizer que seja. Das mudanças que se seguiram ao 11 de Setembro, poucas foram para melhor. Muitas foram para pior."
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