ENQUANTO E NAO

quarta-feira, maio 31, 2006

TIMOR, tudo na Mesma

Em Timor continua tudo na mesma.
Já hoje se verificaram novos incêndios e pilhagens em Dili.
Tal como tenho vindo a opinar, a conspiração só terminará quando os seus instigadores virem cumprido o seu objectivo: derrubar Mati Alkatiri e o seu Governo e colherem os benefícios económicos e políticos que lhes trará a substituição por um governo mais dócil, mais “compreensivo”.
É que segundo escreve no "El País de" hoje, o seu enviado especial Miguel Mora referindo se a Mari Alkatiri
,
(…) su poder es tan fuerte que aún sigue en el puesto, a pesar de que es notoria la oposición frontal de la Iglesia católica, de los gobernantes australianos y, más importante quizá, del ministro de Exteriores y premio Nobel de la Paz, José Ramos-Horta.

Pois aqui está: Igreja (poder de influência), Austrália (poder económico) Ramos-Horta (ambição política). Aqui estão alguns dos que mexem os cordelinhos. Os outros, os Reinado e os Salsinha são meros instrumentos dos desejos dos primeiros. Não posso deixar de referir, ainda e mais uma vez, o papel tendencioso da mulher de Xanana, coincidente com os interesses do país de que é natural

Para se ter uma melhor ideia do problema actual, transcrevo para quem não leu no DN de hoje e com a devida vénia a entrevista concedida por Moisés Silva Fernandes a Helena Tecedeiro e Nuno Fox

Há torças externas a a desestabilizar

Moisés Silva Fernandes
Investigador
Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade de Lisboa, é investigador j no Instituto de Ciências Sociais (ICS)

Timor-Leste nas relações luso-australo-indonésias contemporâneas é uma das suas áreas de investigação Moisés Silva Fernandes garante que a crise timorense era previsível desde as eleições de 2001.0 investigador, que recebeu o DN no seu gabinete do ICS, afirma que o petróleo é a "força motriz" por detrás dos interesses de potências externas, que usaram as divisões étnicas e tensões políticas em Timor-Leste para reforçar a sua posição no país e em toda a região.

Um relatório de 2002 do Australian Strategic Policy Institute já alertava para a possibilidade de conflitos nas forças de segurança timorenses. Esta crise era previsível?

Já era previsível desde as eleições de 2001, porque, se olharmos para os resultados eleitorais, já se nota uma certa divisão, de que agora se fala, entre a parte oriental e ocidental de Timor-Leste. O problema que se coloca é saber até que ponto estas divisões são exploradas a partir do exterior para fragilizar as instituições ti¬morenses, limitando a sua capacidade negociai. Esta crise remete-nos para um problema muito grave: o facto de os órgãos de poder terem apelado a uma intervenção externa é um sinal de grande debilidade de Timor-Leste e vai deixar muito limitados os próximos líderes.

A crise começou com a expulsão de 591 militares das forças timorenses, alegadamente por discriminação étnica. As divisões étnicas explicam toda esta violência?

A questão étnica é obviamente importante. Mas o que temos aqui é um problema político, com forças externas apostadas em desestabilizar Timor-Leste. Há anos que alguma imprensa australiana vem advogando um derrube do Governo de Alkatiri e espera ver no poder alguém mais maleável aos interesses de Camberra. Isto coloca problemas sérios, especialmente a Portugal. Porque a criação do Estado timorense obedeceu a duas opções: a escolha da língua portuguesa (com oposição da Austrália e da ONU) e a opção por uma base jurídica de matriz portuguesa, quando havia pressões para que fosse anglo-saxónica.
Qual a responsabilidade de Portugal na situação em Timor-Leste?

Quando assistimos à construção de um Estado, tem de haver um esforço colossal para que esse se firme. Ora, a partir de 2002, Portugal desinvestiu em Timor-Leste; e isso tem consequências políticas. Além disso, este desinvestimento coincidiu com a saída das forças do ONU, o que, ao deixar os timorenses entregues a si próprios, abriu a porta a interesses mais poderosos. Se a situação se degradar, poderá haver mais atritos entre Lisboa e Camberra. O que não é novo: as nossas relações com a Austrália pós-75 foram muito conflituosas, porque a Austrália foi conivente com a invasão indonésia e era um dos poucos países que reconheciam a anexação de Timor-Leste. Já em 1963, a Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e EUA se haviam reunido em Washington, onde tomaram uma decisão: quando o império português terminasse ou se houvesse problemas em Timor-Leste, o território seria entregue à Indonésia.

A Austrália instrumentalizou os grupos que protagonizaram a violência do último
mês?

Não há provas. Mas o facto é que os grupos que aparecem a fazer reivindicações, quer na polícia, quer nas forças armadas, têm uma certa ligação à Austrália. Na realidade, as ambições de Camberra em relação a Timor-Leste já vêm de longe. Em 1944, a Austrália quis, inclusive, comprar o território a Portugal. A acção dos australianos tem sido criticada e os timorenses pedem a presença da GNR. Como explica esta ânsia pela ajuda portuguesa? É uma ânsia que parte da população e de alguns sectores políticos, que estão interessados em que Portugal apareça para reequilibrar a balança. A chegada dos portugueses irá dar poder de manobra ao Governo para determinar o futuro de Ti¬mor-Leste. A ida da GNR é um aspecto político-simbólico.

Que papel teve o petróleo nesta crise?

O petróleo é determinante. É a força motriz por detrás destes interesses. Mari Alkatiri é um nacionalista do ponto de vista económico. O que ele quer é que os recursos rendam o máximo para Timor-Leste. A questão do petróleo é depois explorada de várias formas: dizendo que há um conflito étnico, que há uma luta pelo poder entre o Presidente e o primeiro-ministro. Esses elementos existem, mas não com a dimensão que lhes é dada

Como explica a "aversão" a Alkatiri?

A imprensa australiana tem acusado o primeiro-ministro de ser comunista, um argumento que a Indonésia já usara em 1974-75 para caracterizar o Governo de Díli. Mas não passa de poeira atirada aos olhos das pessoas.
O que acontece é que a Austrália não aceita que Alkatiri tenha conseguido óptimas contrapartidas no que diz respeito ao petróleo.

Como vê o papel de Xanana?

Como Presidente terá de assumir as responsabilidades. Até porque é o futuro político destes líderes que está em jogo. Se Timor-Leste definhar e entrar num ciclo de violência imparável, tudo irá recair sobre estas pessoas. Também me preocupa o papel da sua mulher, que aparece a falar como sendo quase o Chefe do Estado.

No meio desta crise, Ramos-Horta surge como ponte entre o Presidente e o primeiro-ministro e entre estes e os militares. Acha que está a preparar uma candidatura à presidência ou a secretário-geral da ONU?

Os próximos líderes em Timor--Leste terão cargos de pouca importância. Quem substituir estes dirigentes estará muito limitado, porque irá depender do entendimento com potências estrangeiras. Não vejo que os cargos de Chefe do Estado ou do Governo sejam muito ambicionados. Pode ser uma preparação para um cargo internacional. Não se sabe.

Ramos-Horta apontou as semelhanças entre as técnicas usadas pelos grupos revoltosos e as usadas pelas milícias em 1999. Acha que estes são resquícios dessas milícias?
É possível. Até porque Timor-Leste é uma sociedade com alto grau de violência.
Esta questão remonta aos tempos coloniais, quando as milícias eram usadas na repressão. Em 74-75, foram usadas para desestabilizar o território. E em 1999 também foram usadas pelos indonésios. Essa aprendizagem permanece com as pessoas. E se houver factores de ordem externa e razões políticas e sociais que favoreçam certas conjunturas, isso poderá agravar-se.

E ainda do DN de hoje:

"Antes mesmo de conhecer a intenção do Presidente da República e, numa entrevista a jornalistas portugueses, Filomeno Paixão o tenente- -coronel das Falintil, aquartelado à saída da capital, receava que o adiamento da chegada da GNR portuguesa para sexta-feira fosse tarde de mais. "O meu receio é de que, quando chegar, já não haja mais casas para queimar nem vidas para matar", disse, carregando de negro pesado o drama".

É necessário, pois que a GNR chegue o mais depressa possível a DIlLI. Devemos isso aos Timoreneses e devemo-lo a nós próprios, se queremos que a língua de Camões mantenha a sua presença por aquela longínquas paragens. Caso contrário, dentro de meia dúzia de anos, só o inglês com pronúncia australiana ali falado e escutado
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Nota: Todos os sublinhados do Texto, são de minha responsbolidade
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"Lugar aos Outros 04"

terça-feira, maio 30, 2006

XANANA, lá; e PROFESSORES, cá

Xanana Falou

Finalmente, após um mês de violência, o Presidente da República, Xanana Gusmão, resolveu falar à nação timorense. Já era altura de ele falar em vez da esposa. Resolveu assumir, agora, sim com o parecer do Conselho de Estado e em concertação com o Primeiro Ministro, o comando da Defesa e da administração interna, propondo a demissão dos dois Ministros respectivos.
Será que a paz vem aí finalmente? Duvido. As forças que desencadearam esta onda de violência, fizeram-no com intuito deliberado e há muito acalentado de derrubar o Primeiro Ministro Mari Alkatiri e não vão desistir de o fazer. É nesse sentido que tem sido atiçada a população, como um que justificava hoje ao jornalista Paulo de Azevedo do Diário de Notícias a necessidade de demitir Mari Alkatiri, porque “professa outra religião, é comunista e os pais não são de cá”, ou o grupo de 20 ou 30 pessoas gritavam à porta do Palácio das Cinzas palavras de ordem como "Morte ao Alkatiri". E é nesse sentido que o Ramos Horta tem a lata de dizer, pondo-se fora, claro, que o governo (a que ele pertence) “falhou miseravelmente”

Quem é que está interessado na queda do Governo? Além da hierarquia católica timorense que, nitidamente não o suporta, também outros, membros da "aristocracia" local que não se conformam com o facto de os timorenses não lhes terem dado os votos de que se julgavam credores, e muito provavelmente também aqueles que hoje assaltaram e queimaram o edifício onde se encontravam milhares de processos para relativos aos crimes cometidos pelas milícias pró-indonésias antes da independência. Isto para não falar de interesses de países vizinhos.

Todos estes sinais me levam a suspeitar que a coisa não vai ficar por aqui. “sei não" como dizem os nossos irmãos brasileiros…
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As boas medida do nosso Governo
Os professores

Por vezes dá a impressão de que este Governo tem um ódio de estimação aos professores. A expressão é forte, mas francamente tantas e tão disparatadas são as medidas relativamente a estes profissionais da educação, que não dá para entender. Esta, agora, de a evolução dos professores ficar dependente da avaliação dos pais dos alunos, não lembrava ao diabo. Melhor dito, só lembrava ao diabo.
Cito a propósito uma passagem de uma crónica de Eduardo Prado Coelho, publicado no jornal “Público”, sobre o assunto:

“Os pais apenas se podem basear no relato dos filhos, e nada permite dizer que aquelas encantadoras crianças, que tratam as professoras de “putas” e lhes atiram preservativos à cara, e as fecham na sala de aulas, sem que o ministério aparentemente se rale muito, estejam em condições de avaliar as capacidades pedagógicas de uma forma isenta e ponderada”

Está dito tudo


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segunda-feira, maio 29, 2006

TIMOR, vários

TIMOR

QG da Políicia Militar a arder
O edifício ao lado do QG da Polícia Militar que hoje de manhã foi saqueado está a arder. Encontram-se militares australianos no local.

http://www.timor-online.blogspot.com/

A fazer o quê, pergunta-se. É obvio que estão à espera que Alkatiri caia para que, centenas de incêndios e pilhagens vários mortos depois, comecem a estabelecer a ordem.

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Terminou o Conselho de estado
Hoje ainda não há declaração conjunta
.
19:44 (hora de Díli)
http://www.timor-online.blogspot.com/

Quando é que Xana Gusmão quebra o silêncio em vez de delegar na mulher as opiniões sobre o que se está passando?

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Tarde demais. Onde estavam vocês quando vieram aqui queimar as casas?
Pergunta de um popular aos militares australianos

DN de 29-5-06

Boa Pergunta não é ?

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À chegada ao Palácio das Cinzas, o Bispo de Díli disse aos jornalistas que vem como observador e para tentar ajudar a encontrar uma solução. Acha que se não houver um consenso que se pode estar perante uma guerra civil.Os manifestantes gritaram "Viva o Bispo", "Abaixo Alkatiri", "Alkatiri comunista" e "Viva Cristo".Quando questionaram o Bispo de Díli à saída, sobre se o povo queria Mari Alkatiri, respondeu "Está à vista que a gente não quer Mari Alkatiri".

A pergunta que não foi feita: "Quem organizou esta manifestação?"...
http://www.timor-online.blogspot.com/

Pois é, um Primeiro Ministro não católico é um impecilho para a hegemonia dos bispos timorenses.

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Isto só acaba quando for demitido o governo de Alkatiri e o Comandante
Matan Ruak
noticiário da TSF 12.00

Pois, pois foi essa mesmo a intenção de quem iniciou toda esta bagunça

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Uma nova estória
A VELHA SENHORA DA MORTE FELIZ

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domingo, maio 28, 2006

AI TIMOR...

Se inicialmente tinha suspeitas, como neste blogue mais de uma vez referi, de que as acções violentas que há cerca de um mês decorrem em Timor Leste, parecem configurar uma tentativa de golpe de Estado, hoje essas suspeitas transformaram-se em certezas.

Disfarçadas de meras reivindicações antes do congresso da Fretilin, na esperança de poder condicionar o seu resultado e claramente insurreccionais depois de o Congresso ter dado uma clara vitoria a Mari Alkatiri e o consequente apoio à manutenção do seu governo, as forças interessadas no seu derrube têm vindo a apostar num escalada de violência susceptível de provocar a total ingovernabilidade do país e dessa maneira lograrem alcançar a satisfação dos seus obscuros intentos.

Todos sabemos que enquanto grande parte da população ansiava libertar-se do domínio indonésio, houve muitos que nunca aceitaram de bom grado a situação instaurada pelos vencedores. Entre estes contam-se não só os antigos quadros e familiares da administração indonésia, mas também muitos pretensos oposicionistas de fachada, que ficaram sempre ao meio a ver para que lado caíam as coisas e que no final não se conformaram – porque o povo neles não confiava – por terem ficado arredados da governação. Mas também os vizinhos australianos, que contavam preencher o lugar da Indonésia, quando esta se retirasse, na exploração das riquezas naturais de Timor, ficaram muito ressabiados por o governo timorense não lhes permitir tanto como pretendiam os seus apetites hegemónicos nessa exploração. Mas também a igreja católica, que durante séculos foi mentora das consciências do povo maubere não vê com bons olhos a existência de uma governação laica, onde a sua influência fica reduzida

São todos esses que, agora, aproveitando ou fomentado a confusão, espreitam na sombra o momento em que poderão reverter em seu proveito as oportunidades que actual governo lhes tem negado, indiferentes ao facto de que com tal confusão o poder esteja caindo na rua, abrindo caminho à acção criminosa de bandos de marginais que saqueiam, incendeiam e matam as populações indefesas, perante a inércia das tropas australianas que supostamente teriam desembarcado para ajudar a restabelecer a ordem. Ainda ontem passaram imagens na BBC onde de se vêm grupos de jovens a destruir casas, com os militares australianos parados, a assistir.

E o Presidente Xanana Gusmão, o que tem feito, durante esta crise? Além de não ter feito nada de positivo, tem permitido que a sua mulher tenha vindo deitar azeite na fogueira, de uma forma inadmissível e violadora dos preceitos constitucionais.

É muito inquieto que assisto ao desenrolar de todos estes acontecimentos num país pelo qual tenho (e têm todos os portugueses) o maior carinho. Tenho a vaga sensação de estar a reviver acontecimentos longínquos em que um outro primeiro Primeiro ministro de um país recém-chegado à independência também foi vítima de igual conspiração por parte de compatriotas traidores e organizações internacionais que não viam com bons olhos a nacionalização de riquezas naturais por todos cobiçadas. Falo de Patrice Lumumba, Primeiro Ministro da República do Congo (ex-Belga) que acabou assassinado e o seu corpo diluído em ácido sulfúrico, pelas mesmas forças obscuras que agiam e continuam a agir, na sombra, para impedirem que outros usufruam das benesses que, por direito divino, se arrogam o direito de serem únicos e privilegiados merecedores.

Também no Congo havia um Presidente da República (Kasabuvu) de comportamento dúbio (pelo menos) e havia um major Reinado (Moisés Tshombé), cujo nome não saiu nada limpo nos trágicos acontecimentos que envolveram o seu bárbaro assassinato.

Só espero que eu esteja delirando e que esta associação de ideias não seja mais do que isso: delírio

De qualquer modo tendo evocado a morte de Patrice Lumumba, talvez não seja despropositado citar aqui um poema que lhe dediquei, na altura e que, obviamente, guardei bem guardadinho no fundo da gaveta. Até hoje



1925-1961

CANTO A PATRICE LUMUMBA

Patrice Lumumba está morto
disseram os jornais.
Mas todos sabiam
há muito
que estavas morto

O teu assassínio durou meses.
A tua agonia
foi longamente
barbaramente prolongada.
Negam-se a dizer o local da tua morte
mas nós sabemos onde te mataram.
O teu sangue
encharcou todos os cárceres
do Congo
por onde o ódio
dos teus assassinos te arrastou.
Nenhuma prisão
era suficientemente segura
para te guardar.
Nenhuma força
era suficientemente forte
para te domar.
Só a morte
(pensavam)
traria sossego
à sua miserável
existência de traidores.
Patrice Lumumba, estás morto
mas não a chama
que te incendiava o coração
não a força
que animava a tua luta.
Como que simbolicamente
não foste morto
num só lugar
Foste morto em muitos lugares
e por muita gente
Ma nós sabemos,
Patrice Lumumba,
nós sabemos
exactamente
quem te assassinou.

Os teus verdugos
não são negros
nem brancos
nem amarelos
pertencem a uma “raça”
definida
implacável e sanguinária:
o fascismo.
Os seus nomes são
Hammarskjoeld
Tshombé
Chang-Kai-Chek
Salazar
Franco
Trujillho
Somosa
americanos e belgas
tiranos
colonialistas
reaccionários
fascistas
de todo o mundo.

Patrice Lumumba está morto
Mas a simples evocação
do seu nome
encherá de pavor
as noites dos verdugos

Sim, Patrice,
não foi inútil
o sacrifício da tua vida!
Não foi em vão
que o sangue generoso
do teu corpo jovem
encharcou a terra misteriosa
do teu Congo amado!
Ele fará germinar a flor
do ódio
que guiará os passos
do teu povo
e aguçará a lança dos teus guerreiros!
O teu nome
será uma bandeira
na luta dos povos africanos!
A tua memória
será um incentivo
na luta de todos os povos,
PATRICE LUMUMBA!


Moscavide, 13-2-1961
__________________

Patrice Lumumba, numa carta escrita à esposa em Janeiro de 1961 uma semana antes de ser esquartejado e dissolvido em ácido sulfúrico pelos capangas de Tshombé e de polícias belgas, de noite, no meio da mata, dizia:
“Nenhuma brutalidade, mau trato ou tortura me dobraram, porque prefiro morrer de cabeça erguida, com fé inquebrantável e uma profunda confiança no futuro do meu país a viver submetido e espezinhando princípios sagrados. Um dia a história nos julgará, mas não será a história escrita por Bruxelas, Paris, Washington ou pela Onu, mas sim pelos países emancipados do colonialismo e dos seus títeres”

Patrice Lumumba foi, até hoje, o unico Governante da Republica Democrática do Congo a ser eleito democraticamente. E já lá vão 46 anos!!! E qual foi o argumento que os colonialistas usaram para o destruir? Que tinha simpatias pelo comunismo. è sempre o mesmo argumento.

É bom que se aprenda com a história


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sexta-feira, maio 26, 2006

VIOLÊNCIAS

Xanana Gusmão – imprudente ou conspirador?

Fica cada vez mais claro que os últimos acontecimentos em Timor Lestes se inserem em propósitos conspirativos para derrubar o Governo de Mari Alkatiri. Sendo assim, não se percebe muito bem a intenção de Xanana Gusmão em retirar ao Governo o controle das forças armadas – o que além de constituir um acto inconstitucional, pelo menos da maneira como se processou, vem encorajar o divisionismo existente e agudizar a situação de violência que tem caracterizado os últimos dias. É caso para perguntar: Xanana foi apenas imprudente ou está do lado dos conspiradores?

Também a Igreja católica tem tido uma atitude muito dúbia em toda esta situação. Aqui há tempos veio para as ruas manifestar-se ou apoiar as manifestações de protesto contra a decisão do governo de legislar no sentido de que o ensino de religião nas escolas passasse a ser facultativo (e nada mais justo) deixando de ser obrigatório.
Agora, perante problemas tão graves, perante o cometimento de violências que põem em risco a vida dos cidadãos e porventura a sobrevivência de Timor como nação independente, observa um estranho mutismo. Dá que pensar.

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América Latina


A América latina não é mais o pátio da traseiras dos Estados Unidos.
Michelle Bachelet a Presidente da República do Chile, deu provas disso há dias, depois de o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se ter mostrado "preocupado" com a "erosão da democracia" em alguns países da América Latina, como a Bolívia e a Venezuela.
“A pobreza e a discriminação são as verdadeiras ameaças à democracia na América Latina, não os governos de esquerda.,” "Todos os países são livres de eleger o líder que quiserem", disse a Presidente do Chile, acrescentando que “o Chile está preparado para manter boas relações com todos. Temos de falar a uma única voz se queremos continuar a ser ouvidos nos grandes palcos das relações internacionais"

Ora, nem mais. Os povos começam a compreender. Mais importante do que a democracia formal é a erradicação da pobreza.
A fome é a pior das violências

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quinta-feira, maio 25, 2006

TIMOR e Comentários

Timor: a situção agrava-se
Continua a agravar-se a situação em Timor, com recontros sangrentos entre policias contestatários e forças militares governamentais afectas ao governo. Tudo parece configurar a existência de tentativa de golpe de estado. Era de esperar que mais tarde ou mais cedo tal viesse a acontecer. Timor está aprendendo a viver e a crescer de forma independente pela primeira vez na sua história, e depois de um processo atribulado de nascimento. Para complicar a sua situação acresce o facto de os países vizinhos não verem com bons olhos o aparecimento entre eles deste minúsculo país e de alguns deles cobiçarem a sua grande riqueza natural que é o petróleo. Por outro lado, também no interior existem vários grupos que anseiam tomar o poder e controlar em seu proveito a gestão dessa importante riqueza. É na conjugação desse diversos interesses internos com a impaciente voracidade dos países vizinhos, que reside, a meu ver, a existência do presente, como de futuros conflitos.

O que acontece é que a Onu não deveria ter abandonado este país, que ela ajudou a nascer, sem que ele tivesse criado as estruturas mínimas de governabilidade que lhe permitissem dar passos seguros na consolidação da independência. É necessário que volte com a maior urgência e que os contingentes militares a enviar por vários países, entre os quais Portugal, sejam integrados no seu comando. Não me deixa nada tranquilo o facto de os australianos serem os primeiros a chegar e sem estarem enquadrados no âmbito das Nações Unidas.

É que eu sou muito desconfiado
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Citações e comentários

Um Estado, num momento de crise, não pode dizer que deixa de ter dinheiro para pagar pensões dentro de poucos anos e, ao mesmo tempo, espalhar milhões na construção civil
Sérgio Figueiredo, Diário Económico

É o que se chama gato escondido com rabo de fora

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Portugal é o país no conjunto da EU que mais mal paga aos funcionários Públicos. O segundo pior é a Espanha e o melhor é o Luxemburgo.
DN de 25-5-06
Mas não é isto que o Governo passa a vida a dizer-nos pois, não?
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1198 crianças e jovens desapareceram, no nosso país, em 2005. A maioria decidiu fugir de casa.
DN de 25-5-06

Não é preocupante? Que tipo de sociedade estamos a criar?
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quarta-feira, maio 24, 2006

SOS TIMOR

Pobre Timor
As notícias difundidas hoje sobre Timor não são nada animadoras. O comandante da Polícia militar major Reinaldo (ou Reinado?) que há dias se havia rebelado contra o governo, acompanhado de alguns dos seus homens e de alunos de uma escola de artes marciais - atacaram o Quartel General da Forças Armadas e estão agora a atacar outros quartéis e casas particulares entre as quais a do próprio comandante das Falintil no bairro de Lahane, arredores de Díli, segundo fonte governamental, que referiu ainda que os dois filhos de Taur Matan Ruak foram retirados do local, tendo sido transferidos para outra residência na capital timorense. O mesmo aconteceu com a família do Presidente Xanana

Tiros e granadas estão a ser disparados nas montanhas a leste de Díli, Marebia, nas imediações da capital, e em Lahane, entre a posição onde se encontra a antena emissora da RDP e o antigo hospital português.
Díli está de novo a ficar deserto, e com a vida paralisada, devido ao medo que se instalou entre a população, o que não admira pois o próprio major Reinaldo dizia mesmo esta manhã que numa hora consegue chegar com o seus homens ao centro da capital.

O que faz mover este homem? Será apenas uma questão de reivindicação de melhores condições para os militares? Ou há interesses obscuros muito mais poderosos por detrás de tudo isto? Lia-se no Diário de Notícias de 20-5-2006 que a Austrália considera Mário AlKatiri “demasiado nacionalista”. Que tem a Austrália a ver com a opção nacionalista (leia-se patriótica) do governo de outro país?

Será por o Governo parecer inclinar-se mais para dar a preferência à China na exploração do petróleo Timorense. Não terá sido para influenciar o resultado do Congresso da Fretilin e consequente alteração no rumo do Governo, que esta agitação começou precisamente nas vésperas do Congresso? E não será este recrudescimento motivado pela decepção que a tais interesses terá causado a vitória de Mari AlKatiri? Ai quando cheira a petróleo!

O Governo de Timor e o Presidente Xanana já pediram auxilio urgente a Portugal, às Nações Unidas e apaíses vizinhos. A situação é grave e o mundo tem que ajudar o jovem país a sair desta crise. Sobretudo o Governo Português tem que enviar rapidamente os reforços que lhe forem pedidos. Portugal e os portugueses têm uma dívida para com Timor leste que não ficou saldada apenas com o seu apoio para obter a independência. É necessário que ajudem a consolida-la.
Agora mesmo, enquanto escrevo, estou ouvindo na rádio que o nosso Governo vai mesmo atender o pedido que lhe é feito pelas autoridades timorenses.

Espero que seja rápido, para ser eficaz.

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TEMPO DE CINECLUBES (e não só)
Veja a minha nova crónica
TEMPO DE CINECLUBES
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sexta-feira, maio 19, 2006

NOVO LUTO NACIONAL

De vários lados me têm eviado e-mails com o texto abaixo.
Hoje resolvi deixá-o aqui, para os fins que os meus visitantes acharem convenientes


NOVO LUTO NACIONAL

REPASSEM ESTE TEXTO POR FAVOR... ( MESMO QUE SEJAM SÓ TRÊS CONTACTOS…)


seremos de início dez, depois cem… mil… um milhão.....

vista algo de cor preta...pendure algo desta cor na janela de sua casa... vamos conseguir!...

nos DIAS 22 e 23 Maio
( 2 dias)

TODOS DE LUTO
CONTRA A VERGONHA!

Sabemos que sair às ruas é complicado devido aos compromissos diários, então

estamos propondo que nos dias
22 e 23 de Maio
todos ao saírem de casa vistam camisas/blusas pretas, e se você não tem, amarre um lenço preto no pescoço ou braço

MELHOR AINDA:

Pendure um pano preto na sua janela em sinal de luto pela morte da dignidade dos políticos.


Isto vai ser um sinal de repúdio à palhaçada que virou a política.

DEMONSTRE sua indignação em todos as cidades !

Não tenha vergonha de participar!

Devemos ter vergonha de assistir à bandalheira de boca fechada e mãos atadas como um povo ignorante que não sabe como protestar!

Envie este texto ao maior número de pessoas.

Veja, analise e proteste !


Mais um roubo aos portugueses!
Leiam até ao fim e divulguem.
Isto não pode continuar!!!

Lista de Aposentados no ano de 2005 (Janeiro a Novembro)
com pensões de luxo (mas em 2006 a lista continua imparável!): pode ser consultado em: http://www.cga.pt/publicacoes.asp?O=3

Janeiro
Ministério da Justiça
€5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Março
Ministério da Justiça
€7148.12 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
€5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5484.41 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Empresas Públicas e Sociedades Anónimas
€6082.48 Jurista 5 CTT Correios Portugal SA
Abril
Ministério da Justiça
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5338.40 Procurador-geral Adjunta Procuradoria-Geral República
Antigos Subscritores
€6193.34 Professor Auxiliar Convidado
Maio
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
€5460.37 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Junho
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro Supremo Tribunal Administrativo
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Julho
Ministério da Justiça
€5182.91 Juiz Direito Conselho Superior Magistratura
€5182.91 Procurador República Procuradoria-Geral República
€5307.63 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Agosto
Ministério da Justiça
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservadora Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5043.12 Notária Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5027.65 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5159.57 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Ajudante Principal Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€ 5173.46 Notário 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
Setembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
€7284.78 Vice-Cônsul Principal Secretaria-Geral (Quadro Externo)
€6758.68 Vice-Cônsul mdash; Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro mdash; Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador mdash; Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador mdash; Conselho Superior Magistratura
Ministério da Educação
€5103.95 Presidente Conselho Nacional Educação
Outubro
Ministério da Justiça
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Novembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
€7327.27 Técnica Especialista Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Tribunal de Contas
€5663.51 Presidente
Ministério da Justiça
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
€5015.16 Professor Coordenador Inst Superior Engenharia Lisboa

Boas Vidas!!!
Mas nem tudo vai mal nesta nossa República (Pelo menos para alguns)
Com as eleições legislativas de 20/Fevereiro, metade dos 230 deputados não foram reeleitos. Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades. Sem, contudo saírem tristes ou cabisbaixos. Quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, por Lei (feita e aprovada por eles) a um subsídio que dizem de reintegração:
- um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.
Desta maneira um deputado que tenha desempenhado as suas funções durante uma Legislatura recebe seis salários (20.694 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários ( 68.980 euros).
Feitas as contas aos deputados que saíram, o Erário Público desembolsou mais de
2.500.000 euros.

No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de
reforma ( mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos titulares de
cargos políticos com mais de 12 anos.
Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
Almeida Santos.......................... 4.400, euros;
Medeiros Ferreira....................... 2.800, euros;
Manuela Aguiar.......................... 2.800, euros;
Pedro Roseta............................ .2.800, euros;
Helena Roseta........................... 2.800, euros;
Narana Coissoró……………….. 2.800, euros;
Álvaro Barreto............................ 3.500, euros;
Vieira de Castro......................... 2.800, euros;
Leonor Beleza………………….. 2.200, euros;
Isabel Castro............................. 2.200, euros;
José Leitão................................ 2.400, euros;
Artur Penedos............................ 1.800, euros;
Bagão Félix................................ 1.800, euros.

Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos, por exemplo, os seguintes ex-deputados:
Luís Filipe Pereira . 26.890, euros / 9 anos de serviço;
Paulo Pedroso ........48.000, euros / 7 anos e meio de serviço
David Justino ..........38.000, euros / 5 anos e meio de serviço;
Mª Carmo Romão ... 62.000, euros / 9 anos de serviço;
Luís Nobre Guedes . 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço.

A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente
na última legislatura, isto é, 3 anos, foi o suficiente para terem recebido cerca
de 20.000, euros cada .

É ESTA A CLASSE POLÍTICA QUE TEM A LATA DE PEDIR SACRIFÍCIOS AOS PORTUGUESES PARA DEBELAR A CRISE!...

MAS... HÁ MAIS !!!

Apesar de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de plena saúde, o socialista Vasco Franco, número dois do PS na Câmara de Lisboa durante as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares, está já reformado. A pensão mensal que lhe foi atribuída ascende a 3.035 euros (608 contos), um valor bastante acima do seu vencimento como vereador.
A generosidade estatal decorre da categoria com que foi aposentado – técnico
superior de 1ª classe, segundo o «Diário da República» - apesar de as suas
habilitações literárias se ficarem pelo antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano de escolaridade.
A contagem do tempo de serviço de Vasco Franco é outro privilégio raro, num país que pondera elevar a idade de reforma para os 68 anos, para evitar a ruptura da Segurança Social.
O dirigente socialista entrou para os quadros do Ministério da Administração Interna em 1972, e dos 30 anos passados só ali cumpriu sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os restantes 20 na vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo inteiro. Vasco Franco diz que é tudo legal e que a lei o autoriza a contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro.
Triplicar o salário. Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi convidado para administrador da Sanest, com um ordenado líquido de 4000 euros mensais (800 contos). Trata-se de uma sociedade de capitais públicos, comparticipada pelas Câmaras da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra e pela empresa Águas de Portugal, que gere o sistema de saneamento da Costa do Estoril. O convite partiu do reeleito presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa. O contrato, iniciado em Abril, vigora por um período de 18 meses.
A acumulação de vencimentos foi autorizada pelo Governo mas, nos termos do acordo, o salário de administrador é reduzido em 50% - para 2000 euros - a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco.
Não se ficam, no entanto, por aqui os contributos da fazenda pública para o bolo salarial do dirigente socialista reformado. A somar aos mais de 5000 euros da reforma e do lugar de administrador, Vasco Franco recebe ainda mais 900 euros de outra reforma, por ter sido ferido em combate (!?) em Moçambique já depois do 25 de Abril (????????), e cerca de 250 euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no activo, ganhando agora mais de 1200 contos limpos. Além de carro, motorista, secretária, assessores e telemóvel.

É BOM QUE TODOS SAIBAM COMO SE GOVERNA QUEM NOS GOVERNA.
MAS HÁ MUITO MAIS...

Vamos dar um basta e reagir como gente grande dizendo um grande

BASTA!
Não se esqueça:
dias 21 + 22 de Maio BLUSA / CAMISA PRETA E PANO PRETO NA JANELA

e envie este texto a amigos e conhecidos

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quinta-feira, maio 18, 2006

VÁRIOS

Impostos sempre a crescer

A cada ano que passa os portugueses têm de trabalhar mais para pagar impostos. De acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa em parceria com a Associação Industrial Portuguesa (AIP) em 2006 são necessários 137 dias de trabalho para pagar impostos, ou seja, mais três dias que no ano passado, sendo hoje o primeiro dia livre de impostos. Face a 2000 o aumento do esforço fiscal é ainda mais notório, uma vez que nesse ano foram necessários 127 dias de trabalho para pagar os compromissos fiscais (…)Quer isto dizer que se os portugueses só começassem a levar para casa o ordenado depois de pagarem os seus impostos, hoje seria o primeiro dia do ano em que receberiam o respectivo salário.
Correio da Manhã de 18 -5-2006

Bolas, ainda não lhes chega?
E, claro, são sempre os trabalhadores por conta de outrem quem (sobretudo, paga a factura

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Ainda Timor

Mari Alkatiri elege combate à pobreza como causa nacional
DN de 18-5.2006

Esta foi a mensagem deixada ontem na abertura do Congresso da Fretilin
Ora aqui está. Como tenho vindo a defender ao longo dos últimos dias., esta sim, esta é a forma mais eficaz de combater a violência.
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Telejornais, futebol e terrorismo intelectual


A propósito da abertura dos noticiários de todos os canais de TV com a conferência de imprensa em que Filipe Scolari revelava os nomes dos convocados para a selecção nacional ( o que nem sequer constituía uma revelação, pois não continha qualquer surpresa) durante 2o longos minutos, disse Pacheco Pereira, na última edição do programa Quadratura do Círculo:
“Quando os telejornais abrem com aquele espavento para uma informação que é apenas uma revelação, sinto-me subitamente privado de uma relação civilizada com o mundo”

E tem toda a razão. Nada justifica a desmesurada importância dada ao futebol e a outros fait-divers com que as televisões nos bombardeiam diariamente relegado para secundaríssimo plano os assunto de verdadeiro interesse nacional. É uma autêntica violência, é, diria mesmo, uma espécie de terrorismo intelectual a que os telespectadores são sujeitos diariamente.
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Vamos contar mentiras…

Há dias os jornais de todo o mundo veiculavam uma notícia da revista Forbes - propriedade do multi-milionário Forbes - especializada em fomentar e financiar a tomada do poder por governos de direita, na qual se afirmava que Fidel Castro tinha depositado em bancos estrangeiros uma fortuna superior a 9oo milhões de dólares – uma das maiores do mundo.

Conhecedor dos métodos e das intenções da referida revista, lembro-me de ter comentado com uma amigo: Aposto que isto é uma grande intrujice, forjada por estes gajos. Até porque, com a idade que tem, para que quereria o homem uma fortuna destas no estrangeiro?

O Próprio Fidel Castro veio ontem dizer isso mesmo num programa televisivo, segundo notícias transcritas em vários jornais

“0 Presidente cubano, Fidel Castro, afirmou que se demite caso alguém prove que possui dinheiro escondido em contas bancárias no exterior, desmentindo uma notícia da revista Fordes que o colocava no sétimo lugar da lista dos mais ricos líderes mundiais. No programa televisivo "Mesa Redonda", Fidel sublinhou que ao longo da vida já provou que não se interessa por bens materiais. "Porque é que eu ia querer dinheiro, especialmente agora que estou quase nos 80 anos?", perguntou

"Se eles conseguirem confirmar que tenho uma conta bancária no exterior com 99 milhões de dólares , 1 milhão de dólares, 500 mil dólares 100 mil dólares, ou 1 dólar, eu renunciarei", concretizou Fidel

É caso para dizer: Elementar, meu caro Watson!
O que vale é que só se deixa enganar quem quer ser enganado.
E há tanto quem goste!!!!

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quarta-feira, maio 17, 2006

VIOLÊNCIAS

A violência em Timor-Leste
Os últimos acontecimentos em Timor-Leste, têm-me suscitado, a mim e julgo que à maioria dos portugueses, alguma inquietação.
Depois do carinho e solidariedade com que todo o povo português, acompanhou a saga da luta pela independência e do nascimento como Estado da nação timorense, é natural que as recentes notícias sobre a agitação - não isenta de violência, que recordam tempos de má memória – nos provoquem um indisfarçavel sentimento de preocupação sobre o futuro do jovem país.

Começa hoje em Dili o Congresso da Fretilin – o partido maioritário que detém actualmente o poder legitimado pelo voto e não me sai da cabeça que a agitação verificada nos últimos resulte uma manobra política premeditada, destinada a condicionar o decorrer deste Congresso e as suas decisões.

Não é que os motivos aduzidos não existam, não é que os militares que combateram como guerrilheiros nas montanhas não tenham dificuldades de adaptação à legalidade constitucional, não é que Governo não se tenha talvez alheado da situação e tenha descurado a resolução dos problemas daí decorrentes, mas também é verdade que há por detrás de tudo isso muitos interesses a manobrar na sombra, espicaçando e ampliando o descontentamento existente e algumas justas reivindicações.

É que Timor possui produto natural que pode ser a sua riqueza mas também é a sua desgraça. É que vizinhos poderosos, como a Indonésia e a Austrália(talvez esta mais perigosa neste momento e neste contexto) , para além de outras forças internas, às quais a igreja não é estranha, espreitam todas as oportunidades para fazer reverter a seu favor os benefícios da exploração dessa riqueza.
E o problema é sempre o mesmo. Na distribuição dos rendimentos que essa riqueza propicia, ao povo cabem sempre apenas as migalhitas que caiem da mesa de outras bocas e de outros estômagos mais vorazes.
E depois queixam-se!

Para Mari Alkatiri, porque não é de cedências fáceis e... não é católico (pecado sem perdão em Timor, onde a Igreja detém um imenso poder paralelo) , este congresso vai ser complicado, pois essas forças desafectas tudo farão para o destituir da chefia do Partido e consequentemente na chefia do Governo.
Veremos o que sai deste Congresso. Infelizmente e com grade pena, não auguro tempos fáceis para o martirizado povo de Timor Leste

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Ainda a violência em São Paulo

Parecem confimar-se as notícias de que a violência só terá terminado por ordem do chefe da poderosa associação criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) o cadastrado e perigoso "Marcola". Ao que isto chegou!

Como diz o povo, quem semeia ventos colhe tempestades. Tudo isto acontece, disse-o ontem e aqui o repito, por causa da iníqua repartição de rendimentos, num país onde há quem tenha fortunas fabulosas, - onde há quem tenha o seu aviaozinho de jacto (jatinho, como lhe chamam) particular, onde há nababos que, por terem esse "jatinhos" que lhes permitem poisar directamente nas suas luxuosas residências situadas em imensas fazendas, se dão ao luxo de pagar a autarcas corruptos para estes não arranjarem as estradas, mantendo-as esburacadas, a fim de impedir outros cidadãos de chegar perto dos seus "paraísos" - e onde há milhões de seres humanos com rendimentos inferiores a um dólar por dia.

Comentado o a minha entrada de ontem sobre este assunto um Amigo meu, disse-me, brincado com o facto de eu ter estado com febre nos últimos dias, que devia ser efeito da febre eu pensar que alguma vez os detentores das riquezas iam abrir mão dos seus privilégios e fazer uma redistribuição justa das mesmas.

Ora eu não disse, nem espero que eles voluntariamente o queiram fazer. Eu limitei–me, pura e simplesmente, a apontar como uma das causas principais da violência e da criminalidade, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, a injusta redistribuição dos rendimentos nacionais.
Compete aos governos e às classes dominantes fazer a sua opção. Um dia há-de chegar que, a não ser arrepiado caminho, com vontade ou sem ela, eles serão prisioneiros da sociedade que criaram. Eles sabem que têm que mudar, nem que seja para que tudo fique na mesma como diz o Marquês de Salinas (Burt Lancaster) no inolvidável filme de Visconti, "Il Gatopardo" . Caso contrário o dinheiro que arrecadam não lhes vai servir para nada porque não o poderão gozar em paz.

No Brasil isso já começa a acontecer
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terça-feira, maio 16, 2006

A VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO


O mundo tem assistido estupefacto às cenas de violência em São Paulo a grande metrópole brasileira e a maior da América latina.
O crime organizada desafia a polícia, ataca esquadras com armas de guerra, toma conta de várias prisões, incendeia autocarros faz reféns, numa onda de violência nunca vista nesta cidade.

Parece, de acordo com notícias hoje difundidas, que a ordem foi restabelecida Mas, ao que parece também, foi–o da pior maneira, pois se deveu a um acordo entre a polícia e o chefão dos bandidos que, da prisão, comandou e controlou todas as operações criminosas dos últimos dias, sendo ele que ordenou, sabe-se lá com que garantias obtidas, o cessar fogo das suas “tropas”.

Perante acções como estas, as pessoas indignam-se e clamam por medidas mais repressivas e relação ao crime organizado. Só que não há medidas que cheguem quando o Estado é corrupto, quando a sociedade se organiza num periclitante equilíbrio entre o crime e a ordem , quando a polícia e os advogados comem à mesa dos lucros da criminalidade e com ela pactuam.

O que pouca gente se interroga é porque razão este tipo de violência acontece sempre em países onde há uma grande disparidade na distribuição do rendimento nacional, onde há ricos imensamente ricos e pobres desprovidos das mais elementares condições de subsistência. O problema não é do Brasil. O problema é do capitalismo que cria este tipo de situações.

Não adianta, pois, aumentar o número de polícias ou matar os criminosos, como a polícia brasileira faz, também à margem da lei, sempre que pode. Este tipo de violência organizada (e só essa, porque o homem é em si um ser violento) só pode ser combatida com um divisão justa de rendimentos, com igualdade de direitos, com igualdade de acesso a todos os escalões da sociedade, com salários justos e equilibrados, com a erradicação da miséria, com uma educação eficaz e adequada, com o fim das favelas ou bairros de lata ou qualquer outro nome que esse guetos tomem em qualquer parte do mundo.

Sem estas premissas, não há polícias no mundo, não há armamento, não há repressão que ponha fim a este tipo de violências. É caso para dizer:
É o capitalismo, estúpido!
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Veja também
EROTIKUS, MA NON TROPO
no meu outro blogue

segunda-feira, maio 15, 2006

HUMBERTO DELGADO


Faz hoje 100 anos que nasceu Humberto Delgado.
Não poderia pois deixar passar esta data sem um referência ao “General sem medo” – o homem que vindo de dentro do regime ousou enfrentar e desmistificar o todo poderoso Oliveira Salazar.
Com ele o regime tremeu e apesar de durar ainda mais 16 anos, nunca mais voltou a ser o mesmo.

Nunca simpatizei muito de Humberto Delgado como pessoa, mas tenho e têm todos os portugueses de admirar a sua coragem.

Quando se apresentou a disputar as eleições presidenciais, o seu nome não foi muito bem acolhido pela esquerda organizada, principalmente pelo Partido comunista. E havia razões para isso. Ele era um homem do regime, era um militar – o que nas circunstâncias não abonava a seu favor - e tinha fortes ligações aos Estados Unidos o que também não o recomendava.

Por isso mesmo o o PCP e outras forças democráticas mais experientes e calejadas com experiências aventureiristas anteriores resolveram apresentar um candidato próprio na pessoa de um honestíssimo advogado e oposicionista o Dr. Arlindo Vicente. Eu próprio fiz parte da comissão de freguesia de Moscavide, onde morava, de apoio à candidatura de Arlindo Vicente, tendo sido em Moscavide, aliás que teve lugar a primeira sessão de propaganda a seu favor e a primeira em toda a campanha presidencial.

A forma, porém, como Humberto Delgado conseguiu mobilizar a população em seu apoio, demonstraram à evidência que era esse o caminho a seguir e não tardou que no chamado Acordo de Cacilhas, porque foi aí que se realizou o encontro, Arlindo Vicente e Humberto Delgado tivessem encontrado uma plataforma comum, desistindo o primeiro a favor do segundo e criando-se uma frente única, da qual também vim a fazer parte.

A partir daí o povo português entrou em delírio, especialmente após a sua célebre frase “obviamente demito-o” em resposta à pergunta sobre o que faria com Salazar se fosse eleito Presidente da República. As multidões acorriam à sua volta. No Porto houve uma manifestação como nunca se tinham presenciado antes. Em Lisboa, quando chegado à estação de Santa Apolónia, com uma enorme multidão esperando-o, ousou desobedecer às ordens da polícia que não queria que ele seguisse a pé até ao Rossio, o entusiasmo dos lisboetas foi levado ao rubro.

No sessão de propaganda que efectuou no Liceu Camões a sala foi pequena para conter os milhares e milhares de apoiantes que na rua o aclamavam. A GNR a cavalo tentou desmobilizar toda essa multidão mas ninguém arredava pé. Resolveu então recorrer ao único método persuasor que conhecia: a repressão. E toca a arremeter com os cavalos sobre a população, batendo em tudo o que encontrava. Homens, mulheres e crianças, novos, ou velhos, tudo comia pela medida grande. Aí gerou-se o pânico, com as pessoas a correrem em todas as direcções, perseguidos pela guarda a cavalo. Lembro-me que, juntamente com o meu irmão Zé me ter refugiado num prédio em construção perto da Escola António Arroio e de os GNR, do alto dos seus cavalos, não tendo coragem, nem tempo para se apearem e entrar na obra, começarem a disparar à toa sobre os vultos que eles sabiam terem-se ali refugiado. As balas sibilavam aos nossos ouvidos acertando nos tijolos, cujas lascas ainda causaram ferimentos em algumas das pessoas ali agachadas.

A partir dali, via-se crescer a olhos vistos a onda de esperança que animava o coração dos portuguêses. Infelizmente, porém, o “Botas” e a sua máquina policial tinham o esquema muito bem montado e conseguiram impor uma vitória que nada tinha a ver com o resultado nas urnas.

Um exemplo elucidativo: em Moscavide havia várias Assembleias de voto. Em todas a oposição perdeu, excepto naquela em que eu estava como testemunha (não autorizada). E apenas por um motivo. é que como Presidente da mesa estava um homem, um comerciante local de nome Virgílio Leitão, que sendo embora da situação era uma pessoa honesta e corajosa e que intimou os pides a saírem ou ele abandonava pura e simplesmente a Mesa. Não foi muita coincidência? Só que exemplos destes foram raros e a burla generalizou-se em todo o país.

Foi um sonho adiado. Mas o regime ficou minado por dentro e nunca mais foi o mesmo, apesar dos crimes que ainda teve de cometer entre os quais o do assassinato do próprio General.

As sementes porém estavam lançadas e o povo, juntamente com militares de uma outra geração, se encarregaram de vingar a burla das eleições de 1958, na madrugada libertadora de 25 de Abril de 1974.

Como comecei por dizer, não sou fan incondicional de Humberto Delgado. Acho que ele tinha mais coragem do que bom senso, mas a sua memória não pode ser esquecida.
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Veja hoje
"EROTIKUS, ma non troppo"
no meu outro site
http://escritosoutonais.blogspot.com
Nota: É para maiores de 18 anos

sexta-feira, maio 12, 2006

COMENTÁRIOS

Jorge Sampaio nomeado enviado da ONU na luta contra a tuberculose

Jorge Sampaio merece esta distinção. É uma honra para ele e para o País. Sempre pensei, desde que terminou as suas funções como Presidente da Republica que um convite deste nível lhe havia de ser dirigido. E julgo que não vai ficar por aqui. Ele merece. É um homem honesto e ele há tão poucos!
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Maternidades:
As exigências só se aplicam ao sector público?


"Não entendo o silêncio da tutela e da Ordem dos Médicos em relação ao sector privado", critica o ginecologista/obstetra Miguel Oliveira da Silva. Para o professor da Faculdade de Medicina de Lisboa é imperativo actuar também nesta área."Dificilmente as clínicas privadas fazem 1500 partos por ano, mas o que gostaria de saber é quantos partos faz cada médico que ali trabalha. Apesar de muitos deles acumularem com o público, quantos têm a prática considerada de segurança?" Além disso, o obstetra garante que poucas clínicas terão pediatras neonatologistas - um dos requisitos considerados básicos - "porque os grandes prematuros são todos transferidos". "O ministério tem de aplicar os mesmo critérios. O privado tem de ter a mesma qualidade", sublinha.
DN de 12-5-2006

Ora nem mais! Ou comem todos ou haja moralidade.
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Carrilho ataca jornalistas para justificar derrota nas autárquicas

Ele não foi derrotado apenas por interferência da comunicação social. Ele foi derrotado sobretudo pela sua vacuidade, petulância, vaidade e auto convencimento. Mas que muitas das acusações que faz à comunicação social são pertinentes – no caso dele como em outros casos, isso é verdade. Toda a gente sabe que certos jornalistas (que boa parte dos jornalistas) “dão o cu e oito tostões” (com perdão da expressão) por um escândalozinho, nem que para isso tenham de o fazer acontecer, e que manipulam as informação, ou a ocultam, ou a deturpam, ou só a dizem pela metade, ao serviço de interesses que não são do interesse geral. Isso é um dado adquirido e que tem de ser denunciado. Pena é que o seja pela boca de Manuel Maria Carrillho, que pelo seu volúvel comportamento, não será a pessoa mais indicada para o fazer.

Já o mesmo não se pode dizer de Emídio Rangel, que afirma
´É central para se perceber a podridão em que vive parte da comunicação social a presença de agências de comunicação social que prometem fundos ilícitos e compra de opinião
Este sabe do que fala
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Agravar descontos a pessoas sem filhos
não passa na concertação social

A intenção do Governo de agravar a taxa social única para os trabalhadores sem filhos, dificilmente passará na concertação social
DN de12-5- 2006

Era o que faltava que a Concertação Social deixasse passar tal despautério! Já neste blogue eu tinha denunciada tal incongruência, como se as pessoas que não podem (sabe Deus com que desgosto!) ter filhos, tivessem de ser, ainda por cima, penalizadas. A menos que o Estado se desse ao trabalho de averiguar quem não os tinha porque não podia ou porque não queria. Complicado, convenhamos

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O País dos xico-espertos
Lembram- se da Dona Branca, a “banqueira do Povo”? pois agora aí está outra vigarice, esta com uma amplitude ainda maior. Trata-se do badalado negócio de Filatelia detido pela firma AFINSA, fundada e dirigida pelo português Albertino de Figueiredo
E quem é este senhor?

Leio no DN de hoje:
Albertino Figueiredo começou negócio dos selos para transferir dinheiro no Verão Quente de 1975
Claro, só podia ser um desses Xicos-espertos com o rabo preso e com medo da revolução dos cravos
Não havia uma reportagem sobre portugueses em Madrid que não incluísse Albertino Figueiredo, fundador da Afinsa, detentor de 50,01 por cento do capital da empresa, e seu presidente até ao ano 2003. Um homem respeitado pela comunidade lusa, conhecido por ser muito afável e filantropo, um mecenas de diferentes causas. O seu escritório, no Palácio Gamazo, no centro da capital espanhola, tinha várias obras de arte nas paredes. Ele próprio tem uma colecção pessoal que inclui quadros de Miró, Picasso, Renoir, Vieira da Silva ou Pissaro. Era conhecido, entre os portugueses de Madrid, como um homem importante, muito rico, e dono de casas em Paris e Monte Carlo.

Durante o Verão Quente português de 1975, percebeu o potencial do selos. Um espanhol quis vender-lhe um selo que custava três vezes o seu salário de engenheiro. Como não conseguia fazer passar o seu dinheiro, que estava em Portugal, pela fronteira, gastou-o em selos - menos óbvios para as autoridades aduaneiras - com a promessa de que o espanhol os compraria. Cinco anos depois deixava a fábrica de automóveis e fundava a Afinsa. Numa entrevista, disse: "O primeiro passo era tornar o mercado mais transparente. (A filatelia) é mais rentável que a banca, mais segura que a bolsa e mais acessível que a compra de imóveis. Há 800 extraordinárias colecções de selos em todo o mundo, que correspondem a 800 extraordinárias fortunas."
Casou três vezes, foi condecorado com a Ordem de Mérito da República Portuguesa, medalha que lhe foi entregue, em 2001, pelo então embaixador Martins da Cruz
. ( Más companhias! Onde este nome aparece, quase sempre cheira mal)

O processo de aliciamento de investidores nesta empresa, agora a chuchar no dedo, era em tudo semelhante ao da Dona Branca: promessa de juros de 40% em quatro anos e os gananciosos a aderirem em massa. Claro que só os primeiros é que recebiam, os últimos iam pagando, pagando, até que a coisa estoirou
É evidente que num país de xico-espertos há sempre um Xico mais esperto do que eles, e os lorpas (os gananciosos) caiem sempre. Tão corruptos são uns como os outros. O que espanta é que o Estado deixe chegar as coisas a este ponto sem intervir e ainda vá condecorando os Xicos maiores, pelo caminho.

É o sistema, meus amigos, é o sistema. Razão tinha Dias da Cunha, o ex-Presidente do Sporting. É o sistema, e não há volta a dar-lhe. Ou haverá?

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quinta-feira, maio 11, 2006

AINDA AS MATERNIDADES

Maternidades que vão fechar não são as piores

Este é o título de primeira Página do Diário de noticias de hoje

E noutro local do mesmo DN:

A mortalidade registada no hospital de Braga é mais elevada do que a da unidade de Barcelos

E de um estudo do mesmo jornal colijo elementos que me permitem concluir comparando, por exemplo o hospital de Barcelos com outros, tomando por base 50 unidades hospitalares com serviços de maternidade, a esclarecedora estatística

Mortalidade em partos:

1º São João – Porto
2º Francisco Xavier - Lisboa
3º F.Fonseca - Amadora/Sintra
16º Barcelos

Complicações em partos:

1º S. Teotónio - Viseu
2º Mat, Júlio Dinis - Porto
3º CH Coimbra
24º Barcelos

Mortalidade em recém-nascidos:

1º S. João – Porto
2º S.Atónio – Porto
3º Garcia de Orta – Almada
36º Barcelos

Complicações em recém nascidos:

1º Mat. Alfredo da Costa – Lisboa
2º Mat. Júlio Dinis – Porto
3º São João – Porto
41º Barcelos

Porquê então a teimosia do Ministro da saúde em encerrar os serviços de maternidade em hospitais como o de Barcelos e outros, se está provado que os partos ali se realizam em condições tão boas ou superiores às de outros hospitais para onde pretende enviar as parturientes ?
Tem alguma lógica?

Por outro lado, o mesmo jornal de hoje, contem um artigo com o seguinte título:

Privados querem negócio dos partos

Será que é neste título que está a resposta? Será esta a lógica?
A gente quando não sabe, ou quando não comprende, pergunta, né?


Se os homens parissem havia uma maternidade em cada rua.

Esta frase é de minha mulher. Ela não mexe em computadores, não percebe nada de computadores e,julgo, “tem raiva a quem percebe”. Felizmente que o que eu percebo também é muito pouco, pois não me agradaria nada ser objecto da sua “raiva”. Contudo, neste caso das maternidades, como em muitos outros, tem sempre uma opinião, que hoje, já que ela não mexe nestes zingarelhos, resolvi colocar aqui.

Além da frase acima, pergunta porque raio ainda não apareceu uma mulher do Governo a defender as ideias do senhor Ministro da Saúde a este respeito? Será que alguma defenderia este princípio? Ou será que o PS que até fez questão de impor a paridade das mulheres por decreto, não se digna ouvi-las num assunto que a elas, principalmente, diz respeito?

Por outro lado, minha mulher não se cansa de repetir que foi o Governo de Cavaco Silva que nos anos oitenta restringiu o acesso aos cursos de medicina com o lindo resultado que agora se vê e que fornece ao senhor Ministro um álibi para a alegada falta de obstetras..
Elas (quase) sempre têm razão!
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quarta-feira, maio 10, 2006

O BISPO DO PORTO e outros

O Centenário do Bispo do Porto

Faz hoje 100 anos que nasceu António Gomes Ferreira que viria a ser bispo do Porto.

È uma data que não podia deixar passar em claro. D. António Gomes Ferreira foi um dos raros príncipes da Igreja que cumpriu com os ditames da doutrina de Cristo em toda a sua amplitude. Só ele, de entre os bispos portugueses, acomodados, pelo menos, quando não comparsas da política do Estado Novo, teve a coragem de dizer não ao ditador Salazar. Coincidindo com a campanha da candidatura presidencial de Humberto Delgado, em 1958, e, no exercício do magistério episcopal e em defesa da doutrina social da Igreja Católica, teve a coragem frontal de, numa carta dirigida ao ditador tecer críticas contundentes relativas à situação político-social e religiosa do País.
Essa carta, policopiada, chegou a todos os recantos do país e encheu de esperança todos os portugueses de que algo iria mudara mudar no nosso país.
O ditador, porém, longe de acatar as recomendações do Bispo, mandou às malvas a saua apregoada religiosidade, apressando-se, sim, a livrar-se da voz incómoda do corajoso prelado, obrigando-o a exilar-se, perante o silêncio cúmplice do resto da hierarquia da Igreja. Portuguesa. Só após o falecimento de Salazar, 10 anos depois, D. António pode regressar a tomar o governo da sua diocese

Aqui presto homenagem ao homem honrado que foi D. António Gomes Ferreira, Bispo do Porto.

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O Pecado de Freitas

Numa reunião em que teve de participar com países árabes o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Freitas do Amaral apertou a mão ao seu o homologo o ministro do Negócios Estrangeiros da Palestina. Normal não é? Pois para a direita caceteira portuguesa, tal gesto de boa educação e prática usual no relacionamento diplomático, constitui um crime de lesa–pátria, pelo qual se dispõe a crucificar o Professor Freitas do Amaral a quem não perdoa o ter deixado de alinhar com a sua visão tacanha e obscurantista da mais estúpida direita do mundo.

Ainda que, mais do um simples acto de urbanidade, fosse intenção do Ministro português, significar ao seu homologo a sua discordância pessoal relativamente ao indecoroso boicote da União Europeia ao legítimo governo da Palestina, o Professor Freitas do Amaral seria digno do maior respeito e não de condenação

Mas desta direita que outra coisa se pode esperar?

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Ainda as Maternidades

Cego a surdo a todas as queixas, e a todos os argumentos, o Ministro da Saúde continua obstinadamente empenhado em levar avante a sua política de encerramento de maternidades. Uma das razões aduzidas pelo ministro é a falta de obstetras. Pois é, foi o iluminado Primeiro Ministro que hoje é Presidente da República que promulgou as leis que restringem o acesso às Faculdades de Medicina. O resultado está à vista. Hoje andamos a importar médicos espanhóis e de outras nacionalidades e mesmo assim não temos médicos em número suficiente

Ai estes iluminados! Mas pelos vistos o povinho gosta!

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A idade de um Presidente da República


Um dos argumentos, da direita sobretudo, contra a candidatura de Mário Soares, era o facto de ter já oitenta anos. Pelos vistos só neste país é que a idade pode causar tanto engulho. Em Itália, por exemplo será hoje muito provavelmente eleito o candidato Giorgio Napolitano que tem 81 anos, para suceder ao actual Presidente Carlo Ciampi que tem 86.

Só em Portugal é que a idade é desvalorizada!


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segunda-feira, maio 08, 2006

TÍTULOS E COMENTÁRIOS

Envelhecimento coloca Portugal na cauda da UE

O envelhecimento da população poderá fazer de Portugal o país em toda a União Europeia com um nível de riqueza por pessoa mais baixo em 2050, apenas conseguindo igualar a Grécia, e sendo ultrapassado por todos os países do alargamento. A projecção é realizada num estudo sobre o impacto económico da evolução demográfica na Europa publicado no início deste ano pela Comissão Europeia. ´
DN de 8-5-06


Boas perspectivas, não há dúvida! Será nosso fadário ficarmos sempre na placa da cauda? Só me admiro é que sendo nós os portugueses tãos bons de cama, como temos a mania que somos, nos tenhamos deixado envelhecer a este ponto. Toca a fazer filhos, ò pessoal! Ou é só farronca? E já agora, toca a trabalhar mais!

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Sócrates, social-democrata

O eng. Sócrates tornou-se num social-democrata reformista e está a fazer pequenas coisas, básicas, que eram óbvias e necessárias e que não estavam feitas pela coligação PSD-CDS. Se ele se assume, não como aquele PS histórico, laico e republicano, mas quase como um social-democrata nórdico”
Maria José Nogueira Pinto, DN de 8-5-06

É mesmo. Qualquer semelhança entre Sócrates e um socialista é mera coincidência. Diria mais, não há semelhança nenhuma, nem coincidência, portanto. MJNPinto tem razão. Ele é um social-democrata reformista, ponto final. Então não ande a enganar a malta. Assuma-se como tal e se o seu partido lho consentir e creio que não terá muita dificuldade nisso, mude-lhe simplesmente o nome. Ao menos acaba-se o equívoco de uma vez por todas.

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Dez mil à porta de Sócrates contra fecho de maternidade

"Povo barcelense, o ministro não nos vence!" Foi com estas e outras palavras de ordem que cerca de 10 mil pessoas se manifestaram ontem à porta da residência oficial do primeiro-ministro contra o encerramento da maternidade de Barcelos
DN de 8-6-06

E o mesmo aconteceu ontem em outras cidades do País, como Figueira da Foz, Mirandela, Santo Tirso. Será que esta gente está toda errada? Se o Governo está certo, pelo menos não teve capacidade de explicar a razão das suas opções nesta matéria. E a verdade é que, ou se explica convenientemente, ou a contestação não vai parar durante muito tempo.

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Injusta distribuição de rendimentos

No seu Programa de ontem na RTP, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou a mudança qualitativa que se verifica na América latina, com a preferência dada pelos eleitores de vários países a líderes e governos de feição “populista” (lembram-se do meu último texto sobre este assunto e do eufemismo de chamar populista, ao que até agora chamavam de marxista?) chamando a atenção para a vitória que se adivinha de mais um líder desse tipo no Peru e da provável vitória de Daniel Ortega na Nicarágua.

É verdade, são vitórias previsíveis e próximas, que engrossam o número de países dispostos a dizer não ao domínio das grandes empresas estrangeiras e aos interesses imperialistas na região. E Rebelo de Sousa não hesita em apontar como razão para esta tomada de consciência dos povos sul-americanos a injusta distribuição de rendimentos.
Rebelo de Sousa não descobriu a pólvora. È de facto a má distribuição de rendimentos que gera a situação de injustiça e de pobreza de uma grande parte da humanidade. Na América Latina e no resto do mundo. Chegou a altura de os povos tomarem consciência disso e de os governos emendarem a mão enquanto é tempo.

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PEÚGAS BRANCAS
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sexta-feira, maio 05, 2006

SACANICES


Partidos sacaninhas

Quando éramos garotos (lembram-se?) havia sempre na nossa rua, ou na nossa escola, ou na nossa classe ou na nossa turma, um puto tipo sacaninha, sonso, dissimulado, que dava pontapés nas canelas e dizia que tinha sido sem querer, que fazia queixinhas ao professor, que fazia questão em jogar quando não era convidado e se armava em caro , quando sentia que era necessário ao jogo, nem que fosse para fazer número?

Pois há alguns Partidos na nossa cena política que se comportam como esses putos sacaninhas e a quem se poderá, por tal motivo, apelidar de Partidos sacaninhas.

Vem isto a propósito da pretensão do PS de limitar as substituições de deputados na Assembleia da República – medida que vai atingir particularmente os partidos mais pequenos. Não será isto uma sacanice? Uma maneira tortuosa e sonsa de impedir o bom funcionamento dos partidos com um menor contingente parlamentar?

Razão tem Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, ao afirmar que aparentemente o PS está muito preocupado em limitar a possibilidade dos "grupos parlamentares de menor dimensão poderem proceder à substituição de deputados por motivo relevante, mesmo sabendo, embora não o dizendo, que qualquer suspensão só pode fazer-se uma vez por sessão e, no total, em dez meses por legislatura". Curiosa a preocupação, insiste, de um partido que "ainda esta semana atingiu, por exemplo, no círculo de Castelo Branco o último suplente da lista apresentada às eleições, tantas são as suas substituições".”Em vez de se preocupar com as "promíscuas actividades de muitos dos seus deputados, cuja actividade principal não é manifestamente a parlamentar",
Toma que já almoçaste!

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Procedimentos sacaninhas

Repararam que um elemento do PSD (não lhe fixei o nome, nem isso interessa) candidato à chefia do Partido em oposição a Marques Mendes nas eleições que hoje se disputam, viu as suas listas de apoio rejeitadas e enviadas para a Polícia Judiciária, com a alegação de que continham assinaturas falsificadas. Que gentinha, meu deus! Vale tudo na luta pelo poder.


Fiquei hoje a saber, pelo DN que o valor (mínimo, certamente) da quota mensal de cada militante do PSD é de 12 Euros. Quem o tem é que o troca. Por aqui se vê a que extracto social pertencem os militantes deste Partido. Estes são os que pagam e os outros vão atrás, na ilusão que por votar num partido de ricos, são ricos também
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Política sacaninha
Jardim rejeita lei que trava negócios dos deputados

No continente, os deputados não podem deter empresas com negócios com o Estado. Na Madeira Podem. Para pôr fim a esta diversidade de procedimentos foi apresentada pela oposição uma proposta nesse sentido. Pois logo o dono da Madeira saltou com uma das suas habituais bojardas, afirmando que “podem aprovar o que quiserem, na Madeira fica tudo como está”
E não há um sacana de um polícia que veja isto!
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Medidas sacaninhas
Uma das medidas propostas por Sócrates para resolver o problema da Segurança Social é pôr os Portugueses a fazer filhos, isto é a fabricar futuros contribuintes que possam vir aumentar as reservas da Instituição. Para tanto institui prémios para quem tem mais filhos e penaliza quem não tem nenhum. Quer dizer que os casais que não podem ter filhos (e há tantos), sabe Deus com quanta mágoa e que gastam por vezes rios de dinheiro em tentativas infrutíferas para os conseguir, ainda têm de ser penalizados por conta disso?

Que pena este Sócrates não gostar de cicuta!
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quinta-feira, maio 04, 2006

VÁRIOS

PCP avança resolução sobre a OPA da PT

Um projecto de resolução acerca da OPA lançada pela Sonae sobre a PT, a apresentar brevemente na Assembleia da República, vai ser um dos temas das jornadas parlamentares do PCP, que decorrem, hoje e amanhã, em Coimbra.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa - que abre os trabalhos, às 11.00, com uma intervenção no Hotel Tivoli -, disse ao DN que o partido considera esta iniciativa "de grande actualidade".

"Manter uma posição do Estado na defesa daquela empresa estratégica" é a perspectiva correcta, no entender do líder comunista. "A visão ultraliberal de entrega num sector tão sensível e estratégico como são as comunicações merece, da nossa parte, um reparo crítico", considera Jerónimo de Sousa.


Acho muito bem. Por muitas razões de queixa que tenhamos da PT, o senhor Belmiro de Azevedo não é flor que se cheire e não é do interesse do povo passar-lhe para as mãos, sem as devidas cautelas um património tão importante e com tanto valor estratégico.
Mas dá vontade de perguntar. Será que só PCP está atento a um problema de tamanha importância para o País?

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Ainda a América Latina


Cuba, Venezuela e Bolívia firmam aliança de esquerda
Agência Reuters

Os presidentes esquerdistas de Cuba, Venezuela e Bolívia se reuniram em Havana no último fim de semana para finalizar um acordo de integração visto como uma alternativa à proposta dos EUA de livre comércio com a América Latina.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o presidente boliviano, Evo Morales, chegaram a Cuba na sexta-feira. Eles planejam assinar o acordo com o presidente cubano, Fidel Castro, no sábado, e participar de um evento à noite na Praça da Revolução, em Havana.
"Esta reunião é um grande encontro de três gerações, de três revoluções", disse Morales, eleito em dezembro, em sua chegada.


É como eu dizia ontem. A América latina está a despertar e Fidel já não está sozinho

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populismo?

Na sua crónica de hoje no DN, intitulada “O Populismo” Ruben de Carvalho tece judiciosas considerações sobre o evoluir semântico e político das palavras, designadamente esta: “populismo”, a propósito dos governos de esquerda na América Latina.

È notório e sabido que Hugo Chávez e Evo Morales são amigos e seguidores de Fidel Castro e que este é sem rebuço líder de um regime classificado de comunista. E que eles próprios se reclamam de socialistas e defendem projectos de nacionalização dos recursos naturais dos respectivos países. Nestas condições, diz Ruben de Carvalho, há um par de dezenas de anos os editoriais de todo o mundo encher-se-iam com os ominosos "perigos comunistas" que tais regimes e dirigentes significariam”
Não deixa assim de parecer estranho que a adjectivação que constituía parte importante do arsenal propagandístico de há escassas décadas tenha perdido interesse, para ser substituída por uma tão conspícua quanto evidentemente confusionista palavra: Chávez e Morales passaram a ser "líderes populistas" e as suas opções já não são perigosamente comunistas, nem ilusoriamente socialistas, mas sim - "populistas"!

Muito bem observado. É que o termo “populista” começa a ter (cá está a evolução semântica das palavras!) conotações com nacionalismo de direita, fascismo, demagogia, exploração fácil e primária de anseios e carências populares. Populista é o nosso(salvo seja) Paulo Portas, populista é o Le Penn, populista é o Berluconi, por exemplo.

Pois, mas de facto, como poderiam, os políticos norteamericanos, conclui Ruben de Carvalho,explicar que, qual fénix renascida, o programa nacional e popular da esquerda continua bem vivo?!

São bons a jogar com as palavras estes americanos e a cadeia de órgãos de informação que os servem. Só que os povos da América Latina estão agora mais atentos. Agora eles teriam muita dificuldade em repetir o crime perpetrado em 1973 contra o regime democrático do Chile


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E ainda o Jardim, da Madeira

Comemorou-se o 25 de Abril em todo o país. Com excepção da Região Autónoma da Madeira. A tal propósito chegou-me às mãos esta versalhada. Como a "comprei", assim a "vendo"


O João Jardim não é uma besta
É um energúmeno
É um equídeo,
um quadrúpede
Um cisto alojado
No lombo do país
O João Jardim não é uma besta
É uma larva, uma ameba
Um cefalópode com tentáculos
Enrolados, cravados
Nos cofres do país.
O João Jardim não é uma besta
É um alarve, um glutão
É um mamão
Que abocanha e não larga
As tetas do país.
Numa democracia à João Jardim
João Jardim não existia.
Numa democracia à João Jardim
João Jardim não abria a boca.
Numa democracia à João Jardim
João Jardim era internado
Num manicómio, num hospício
E não seria o ingrato
O parasita
O carrapato
O neandertal
O beberrão boçal
Que abomina, execra e renega o dia
E cospe na democracia
Que lhe permite vomitar disparates
Que o engorda e alimenta
Que lhe mantém o cu gordo, anafado
Alapado, grudado
À cadeira do poder.
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Fernando Brandão

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