ENQUANTO E NAO

terça-feira, maio 16, 2006

A VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO


O mundo tem assistido estupefacto às cenas de violência em São Paulo a grande metrópole brasileira e a maior da América latina.
O crime organizada desafia a polícia, ataca esquadras com armas de guerra, toma conta de várias prisões, incendeia autocarros faz reféns, numa onda de violência nunca vista nesta cidade.

Parece, de acordo com notícias hoje difundidas, que a ordem foi restabelecida Mas, ao que parece também, foi–o da pior maneira, pois se deveu a um acordo entre a polícia e o chefão dos bandidos que, da prisão, comandou e controlou todas as operações criminosas dos últimos dias, sendo ele que ordenou, sabe-se lá com que garantias obtidas, o cessar fogo das suas “tropas”.

Perante acções como estas, as pessoas indignam-se e clamam por medidas mais repressivas e relação ao crime organizado. Só que não há medidas que cheguem quando o Estado é corrupto, quando a sociedade se organiza num periclitante equilíbrio entre o crime e a ordem , quando a polícia e os advogados comem à mesa dos lucros da criminalidade e com ela pactuam.

O que pouca gente se interroga é porque razão este tipo de violência acontece sempre em países onde há uma grande disparidade na distribuição do rendimento nacional, onde há ricos imensamente ricos e pobres desprovidos das mais elementares condições de subsistência. O problema não é do Brasil. O problema é do capitalismo que cria este tipo de situações.

Não adianta, pois, aumentar o número de polícias ou matar os criminosos, como a polícia brasileira faz, também à margem da lei, sempre que pode. Este tipo de violência organizada (e só essa, porque o homem é em si um ser violento) só pode ser combatida com um divisão justa de rendimentos, com igualdade de direitos, com igualdade de acesso a todos os escalões da sociedade, com salários justos e equilibrados, com a erradicação da miséria, com uma educação eficaz e adequada, com o fim das favelas ou bairros de lata ou qualquer outro nome que esse guetos tomem em qualquer parte do mundo.

Sem estas premissas, não há polícias no mundo, não há armamento, não há repressão que ponha fim a este tipo de violências. É caso para dizer:
É o capitalismo, estúpido!
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