ENQUANTO E NAO

quarta-feira, maio 10, 2006

O BISPO DO PORTO e outros

O Centenário do Bispo do Porto

Faz hoje 100 anos que nasceu António Gomes Ferreira que viria a ser bispo do Porto.

È uma data que não podia deixar passar em claro. D. António Gomes Ferreira foi um dos raros príncipes da Igreja que cumpriu com os ditames da doutrina de Cristo em toda a sua amplitude. Só ele, de entre os bispos portugueses, acomodados, pelo menos, quando não comparsas da política do Estado Novo, teve a coragem de dizer não ao ditador Salazar. Coincidindo com a campanha da candidatura presidencial de Humberto Delgado, em 1958, e, no exercício do magistério episcopal e em defesa da doutrina social da Igreja Católica, teve a coragem frontal de, numa carta dirigida ao ditador tecer críticas contundentes relativas à situação político-social e religiosa do País.
Essa carta, policopiada, chegou a todos os recantos do país e encheu de esperança todos os portugueses de que algo iria mudara mudar no nosso país.
O ditador, porém, longe de acatar as recomendações do Bispo, mandou às malvas a saua apregoada religiosidade, apressando-se, sim, a livrar-se da voz incómoda do corajoso prelado, obrigando-o a exilar-se, perante o silêncio cúmplice do resto da hierarquia da Igreja. Portuguesa. Só após o falecimento de Salazar, 10 anos depois, D. António pode regressar a tomar o governo da sua diocese

Aqui presto homenagem ao homem honrado que foi D. António Gomes Ferreira, Bispo do Porto.

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O Pecado de Freitas

Numa reunião em que teve de participar com países árabes o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Freitas do Amaral apertou a mão ao seu o homologo o ministro do Negócios Estrangeiros da Palestina. Normal não é? Pois para a direita caceteira portuguesa, tal gesto de boa educação e prática usual no relacionamento diplomático, constitui um crime de lesa–pátria, pelo qual se dispõe a crucificar o Professor Freitas do Amaral a quem não perdoa o ter deixado de alinhar com a sua visão tacanha e obscurantista da mais estúpida direita do mundo.

Ainda que, mais do um simples acto de urbanidade, fosse intenção do Ministro português, significar ao seu homologo a sua discordância pessoal relativamente ao indecoroso boicote da União Europeia ao legítimo governo da Palestina, o Professor Freitas do Amaral seria digno do maior respeito e não de condenação

Mas desta direita que outra coisa se pode esperar?

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Ainda as Maternidades

Cego a surdo a todas as queixas, e a todos os argumentos, o Ministro da Saúde continua obstinadamente empenhado em levar avante a sua política de encerramento de maternidades. Uma das razões aduzidas pelo ministro é a falta de obstetras. Pois é, foi o iluminado Primeiro Ministro que hoje é Presidente da República que promulgou as leis que restringem o acesso às Faculdades de Medicina. O resultado está à vista. Hoje andamos a importar médicos espanhóis e de outras nacionalidades e mesmo assim não temos médicos em número suficiente

Ai estes iluminados! Mas pelos vistos o povinho gosta!

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A idade de um Presidente da República


Um dos argumentos, da direita sobretudo, contra a candidatura de Mário Soares, era o facto de ter já oitenta anos. Pelos vistos só neste país é que a idade pode causar tanto engulho. Em Itália, por exemplo será hoje muito provavelmente eleito o candidato Giorgio Napolitano que tem 81 anos, para suceder ao actual Presidente Carlo Ciampi que tem 86.

Só em Portugal é que a idade é desvalorizada!


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Veja também o meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com

2 Comments:

  • Pois é, António, esta direita está mesmo desorientada de todo !
    Primeiro querem que o Freitas lhes diga porque é que está cansado com o trabalho de Ministro.
    Agora querem que lhes vá explicar o que quiz dizer aquele aperto de mão ! Boa educação foi, com certeza !
    Se o ridículo matasse...
    Francisco

    By Anonymous Anónimo, at 10 maio, 2006 21:27  

  • Pois é, António, esta direita está mesmo desorientada de todo !

    Primeiro, querem que o Freitas explique porque é que está cansado do trabalho de Ministro.
    Agora pretendem que diga porque é que apertou a mão ao outro !
    Uma questão de boa educação, com certeza !
    Se o ridículo matasse...
    Xico.

    By Anonymous Anónimo, at 10 maio, 2006 22:26  

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