ENQUANTO E NAO

quarta-feira, maio 24, 2006

SOS TIMOR

Pobre Timor
As notícias difundidas hoje sobre Timor não são nada animadoras. O comandante da Polícia militar major Reinaldo (ou Reinado?) que há dias se havia rebelado contra o governo, acompanhado de alguns dos seus homens e de alunos de uma escola de artes marciais - atacaram o Quartel General da Forças Armadas e estão agora a atacar outros quartéis e casas particulares entre as quais a do próprio comandante das Falintil no bairro de Lahane, arredores de Díli, segundo fonte governamental, que referiu ainda que os dois filhos de Taur Matan Ruak foram retirados do local, tendo sido transferidos para outra residência na capital timorense. O mesmo aconteceu com a família do Presidente Xanana

Tiros e granadas estão a ser disparados nas montanhas a leste de Díli, Marebia, nas imediações da capital, e em Lahane, entre a posição onde se encontra a antena emissora da RDP e o antigo hospital português.
Díli está de novo a ficar deserto, e com a vida paralisada, devido ao medo que se instalou entre a população, o que não admira pois o próprio major Reinaldo dizia mesmo esta manhã que numa hora consegue chegar com o seus homens ao centro da capital.

O que faz mover este homem? Será apenas uma questão de reivindicação de melhores condições para os militares? Ou há interesses obscuros muito mais poderosos por detrás de tudo isto? Lia-se no Diário de Notícias de 20-5-2006 que a Austrália considera Mário AlKatiri “demasiado nacionalista”. Que tem a Austrália a ver com a opção nacionalista (leia-se patriótica) do governo de outro país?

Será por o Governo parecer inclinar-se mais para dar a preferência à China na exploração do petróleo Timorense. Não terá sido para influenciar o resultado do Congresso da Fretilin e consequente alteração no rumo do Governo, que esta agitação começou precisamente nas vésperas do Congresso? E não será este recrudescimento motivado pela decepção que a tais interesses terá causado a vitória de Mari AlKatiri? Ai quando cheira a petróleo!

O Governo de Timor e o Presidente Xanana já pediram auxilio urgente a Portugal, às Nações Unidas e apaíses vizinhos. A situação é grave e o mundo tem que ajudar o jovem país a sair desta crise. Sobretudo o Governo Português tem que enviar rapidamente os reforços que lhe forem pedidos. Portugal e os portugueses têm uma dívida para com Timor leste que não ficou saldada apenas com o seu apoio para obter a independência. É necessário que ajudem a consolida-la.
Agora mesmo, enquanto escrevo, estou ouvindo na rádio que o nosso Governo vai mesmo atender o pedido que lhe é feito pelas autoridades timorenses.

Espero que seja rápido, para ser eficaz.

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