ENQUANTO E NAO

terça-feira, maio 01, 2007

VIVA O PRIMEIRO DE MAIO

Por falta de tempo e alguma distracção não preparei nenhum texto especial para assinalar o 1º Maior. Não podia, no entanto deixar passar em branco esta data tão importante para a classe a que pertenço. A classe trabalhadora - aquela que vive exclusivamente da remuneração do seu trabalho (fisico ou intelectual)

Apesar de sobejamente conhecida (nunca é demais lembrá-la) aqui deixo, pois, um breve resumo da história do feriado que hoje se comemora


No dia 1 de Maio de 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de centenas de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de alguns protestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.

A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.

Em Portugal, só a partir de Maio de 1974 (o ano da revolução do 25 de Abril) é que se voltou a comemorar espontaneamente o Primeiro de Maio. Durante o Estado Novo este dia tinha a denominação de Dia do Trabalho e era organizado e controlado pelo Estado.

Falta aqui dizer que não era feriado. Alguns trabalhadores metiam licença neste dia, mas ficavam apontados pelos patrões e vigiados pela Pide. Embora clandestinmente, os trabalhadores saiam à rua em algumas localidades, com bandeiras e faixas vitoriando o dia do Trabalhador, mas eram brutalmente reprimidos e muitos deles presos – por vezes durante meses e anos.