O DIREITO À (verdade na) INFORMAÇÃO
Na minha entrada de ontem com o título Os Sinais,
falava da estranha exclusão do PCP como membro do Conselho de Estado, não obstante o 3º lugar que ocupa na Assembleia da República
Também Vasco Pulido Valente que, consabidamente, não morre de amores pelo PCP, na sua crónica de hoje com o título “Isto começa mal”, entre outras considerações, nas quais duvida das boas intenções de Cavaco no seu relacionamento institucional com a Assembleia da República, se refere em termos condenatórios. À discriminação de que o PCP foi objecto, como se verifica pela transcrição abaixo do início da referida crónica
“Isto começa mal
O dr. Cavaco nunca passou, ou se apresentou, como um homem típico da direita. Quando chegou a primeiro-ministro, até se disse o único representante português da "esquerda moderna" e durante todo o mandato governou invariavelmente como um "social-democrata" de modelo "europeu", que à superfície parece continuar a ser. Foi, por isso, uma surpresa a espécie de gente que insistiu em levar para Belém. As nomeações para o Conselho de Estado, por exemplo, revelam uma estranha de hostilidade ao Parlamento. Não em si mesmas, claro. Mas porque deixam o PC e o BE sem um único representante, o CDS representado por um homem sem uma verdadeira ligação ao partido….»
Ora,
O sr. José Manuel Fernandes, director do Jornal “Público”, no seu editorial de hoje, Intitulada “Mau perder”, acha muito bem que o PCP não faça parte do Conselho do Estado. É evidente que ele está no seu direito de assim achar. Só que ele mente e, além de mentir, insulta o partido vítima de ma exclusão que qualquer pessoa bem intencionada só pode condenar.
Vejamos então um extracto do referido editorial
MAUPERDER
O PCP não está no Conselho de Estado, como antes não estava o CDS. E natural: o candidato presidencial do PCP perdeu e o do CDS ganhou
Em democracia perde-se e ganha-se. Pelo menos é o que vem nos livros e manda a tradição. Mas, para algumas almas, tal não parece ser a regra mais correcta, pelo menos em Portugal. Ou pelo menos na Presidência da República
. Assim, onde antes o PCP tinha um representante e o CDS nenhum, agora o CDS tem um e o PCP nenhum. Sabendo quem ganhou e quem perdeu as eleições, parece absolutamente natural. O PCP acha que não. Na sua opinião Cavaco rompeu "com o critério que garantia a representação dos principais partidos", o que "revela a sua intolerância". Mentira: revela a intolerância do PCP, que antes não se mostrava incomodado com a ausência de qualquer representante do CDS mas entende que a sua própria ausência já viola um qualquer direito fundamental de que se julga ungido.
Então este senhor, director de um importante jornal de referência, não sabe que o CDS não teve nenhum representante no Conselho de Estado só porque não quis (ou melhor por estultícia do respectivo Presidente)? Então não é sabido de toda a gente que o Presidente Sampaio convidou O Paulo Portas e este armado em “carapau de corrida”, permitiu-se enviar em troca o Dr Basílio Horta? Claro que o Presidente da República não tolerou a insolência e deixou, pura e simplesmente morrer o assunto.
Claro que eu não acredito que o sr. J.M.Fernandes desconheça este facto, e se o conhece e o omite e além de o omitir (o que constitui em si uma mentira) ainda acusa os outros de mentir, que se há-de pensar deste senhor que, ainda por cima é director de um órgão de informação? Que credibilidade se lhe pode dar quando em artigos como o de ontem defendia com uma argumentação tão “credível” a bondade do encerramento de maternidades preconizada pelo governo de Sócrates?
Pois. A razão deste meu escrito e da indignação que lhe está subjacente já não tem nada a ver com o facto de o PCP pertencer ou não ao Conselho de Estado... Tem ver sobretudo com a desinformação que certos responsáveis por nos informarem, nos transmitem.
Por isso pergunto: Vale a pena estes senhores encherem tanto a boca com “liberdade de expressão”? Eu, por mim, só peço liberdade de informar e de ser informado. Sem mentiras, sem sofismas, sem subterfúgios.
falava da estranha exclusão do PCP como membro do Conselho de Estado, não obstante o 3º lugar que ocupa na Assembleia da República
Também Vasco Pulido Valente que, consabidamente, não morre de amores pelo PCP, na sua crónica de hoje com o título “Isto começa mal”, entre outras considerações, nas quais duvida das boas intenções de Cavaco no seu relacionamento institucional com a Assembleia da República, se refere em termos condenatórios. À discriminação de que o PCP foi objecto, como se verifica pela transcrição abaixo do início da referida crónica
“Isto começa mal
O dr. Cavaco nunca passou, ou se apresentou, como um homem típico da direita. Quando chegou a primeiro-ministro, até se disse o único representante português da "esquerda moderna" e durante todo o mandato governou invariavelmente como um "social-democrata" de modelo "europeu", que à superfície parece continuar a ser. Foi, por isso, uma surpresa a espécie de gente que insistiu em levar para Belém. As nomeações para o Conselho de Estado, por exemplo, revelam uma estranha de hostilidade ao Parlamento. Não em si mesmas, claro. Mas porque deixam o PC e o BE sem um único representante, o CDS representado por um homem sem uma verdadeira ligação ao partido….»
Ora,
O sr. José Manuel Fernandes, director do Jornal “Público”, no seu editorial de hoje, Intitulada “Mau perder”, acha muito bem que o PCP não faça parte do Conselho do Estado. É evidente que ele está no seu direito de assim achar. Só que ele mente e, além de mentir, insulta o partido vítima de ma exclusão que qualquer pessoa bem intencionada só pode condenar.
Vejamos então um extracto do referido editorial
MAUPERDER
O PCP não está no Conselho de Estado, como antes não estava o CDS. E natural: o candidato presidencial do PCP perdeu e o do CDS ganhou
Em democracia perde-se e ganha-se. Pelo menos é o que vem nos livros e manda a tradição. Mas, para algumas almas, tal não parece ser a regra mais correcta, pelo menos em Portugal. Ou pelo menos na Presidência da República
. Assim, onde antes o PCP tinha um representante e o CDS nenhum, agora o CDS tem um e o PCP nenhum. Sabendo quem ganhou e quem perdeu as eleições, parece absolutamente natural. O PCP acha que não. Na sua opinião Cavaco rompeu "com o critério que garantia a representação dos principais partidos", o que "revela a sua intolerância". Mentira: revela a intolerância do PCP, que antes não se mostrava incomodado com a ausência de qualquer representante do CDS mas entende que a sua própria ausência já viola um qualquer direito fundamental de que se julga ungido.
Então este senhor, director de um importante jornal de referência, não sabe que o CDS não teve nenhum representante no Conselho de Estado só porque não quis (ou melhor por estultícia do respectivo Presidente)? Então não é sabido de toda a gente que o Presidente Sampaio convidou O Paulo Portas e este armado em “carapau de corrida”, permitiu-se enviar em troca o Dr Basílio Horta? Claro que o Presidente da República não tolerou a insolência e deixou, pura e simplesmente morrer o assunto.
Claro que eu não acredito que o sr. J.M.Fernandes desconheça este facto, e se o conhece e o omite e além de o omitir (o que constitui em si uma mentira) ainda acusa os outros de mentir, que se há-de pensar deste senhor que, ainda por cima é director de um órgão de informação? Que credibilidade se lhe pode dar quando em artigos como o de ontem defendia com uma argumentação tão “credível” a bondade do encerramento de maternidades preconizada pelo governo de Sócrates?
Pois. A razão deste meu escrito e da indignação que lhe está subjacente já não tem nada a ver com o facto de o PCP pertencer ou não ao Conselho de Estado... Tem ver sobretudo com a desinformação que certos responsáveis por nos informarem, nos transmitem.
Por isso pergunto: Vale a pena estes senhores encherem tanto a boca com “liberdade de expressão”? Eu, por mim, só peço liberdade de informar e de ser informado. Sem mentiras, sem sofismas, sem subterfúgios.
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Veja também o meu blogue ESCRITOS OUTONAIS
1 Comments:
Em relação a esta questão, gostaria de rectificar que quem foi convidado por Jorge Sampaio foi Manuel Monteiro e não Paulo Portas. É quase a mesma m..., mas o cheiro é um pouco diferente.
By Anónimo, at 20 março, 2006 23:46
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