ENQUANTO E NAO

segunda-feira, março 13, 2006

DOIS TEMAS


A Paridade dos sexos nas listas eleitorais apresentadas pelos Partidos

Como tem sido sobejamente anunciado o Governo PS prepara-se para fazer uma lei que obrigará os partidos a ter em conta esta paridade. Já muito se tem escrito e dito sobre este assunto, mas gostaria de meter também a minha colherada.
Todos sabemos que, por razões que lhe são alheias e muito por culpa do homens, é certo, que é muito menor o número de mulheres que se interessa, ou tem disponibilidade para o exercício da actividade política.

Quer isto dizer que nos partidos, principalmente nos partidos operários – onde as mulheres têm mais filhos e precisam de trabalhar para completar os magros proventos familiares - o número de mulheres militantes é substancialmente menor do que o dos homens. Como exigir então que as listas partidárias contenham obrigatoriamente o contingente de mulheres que a lei pretende impor? Pretende-se que se indiquem pessoas sem a formação adequada para o exercício da funções a que se candidatam só por serem mulheres? E se não houver num Partido mulheres disponíveis em número suficiente para serem propostas, terão de ser inventadas? Que falta de senso!

Razão tinha a deputada Odete Santos quando há dias na Assembleia da República exprimiu a sua indignação dizendo que estava farta de democracia formal. Eu, que não sou obrigado à contenção verbal que a deputada teve de usar no Parlamento, vou mais longe e digo que isto é mais uma fantochada do famigerado conceito do politicamente correcto. Democracia por decreto, não.


A morte (mais que) suspeita de Slobodam Milosevic

Milosovic, quer se queira quer não foi um estadista que marcou e influenciou a política europeia dos últimos anos do Século XX. Errou muito, mas lutou pela grandeza da Servia e pela unidade dos povos da Jugoslávia que a tanto custo tinha sido construída pelo Marechal Tito e que era uma garantia de paz em toda a região.
Se ele tinha que se sentar no banco dos réus (e contesto, pelo menos, que fosse aquele banco,. onde de os americanos, insolentemente, se recusam sentar) haveria que sentar ao lado dele os irresponsáveis dirigentes dos países que fomentaram e apoiaram a desfragmentação dos países que constituíam federação jugoslava.

De qualquer modo a recusa em lhe proporcionarem o tratamento adequado que a sua situação clínica recomendava e ele requereu. lança muitas suspeitas sobre esta morte e e lança ainda mais suspeitas sobre a seriedade e competência deste tribunal.
Muita tinta vai ainda correr sobre este assunto .
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no meu blogueESCRITOS OUTONAISem
http://escritosoutonais.blogspot.com