ENQUANTO E NAO

sábado, março 18, 2006

POUCAS & BOAS

A agitação social em França

Governo sem fôlego enfrenta o poder das ruas
O Presidente Jacques Chirac fez ontem um apelo à calma e exortou o Executivo de Dominique de Villepin a negociar com os sindicatos e as organizações estudantis que contestam o novo contrato de trabalho para jovens (CPE). "O Governo está pronto para o diálogo. Espero que [a negociação] comece o mais depressa possível", disse o Chefe do Estado francês.
DN de 18-3-006

É pena que os governos só resolvam negociar quando os conflitos se agudizam às vezes, de forma irreversível.
Hoje sim, hoje vai ser a grande prova de força com a França em peso nas ruas, numa manifestação que se prevê gigantesca


(…) O actual movimento visa contestar o CPE. Trata-se de um novo contrato de trabalho que prevê a situação de precariedade durante dois anos para jovens com menos de 26 anos que estejam a entrar no mercado laboral. Os jovens temem a falta de perspectivas de futuro e organizaram um vasto movimento grevista, que obrigou ao encerramento, paralisação ou perturbação de 84 universidades e dezenas de liceus.
Dn de 18-3-2006

Pois, pois é que o povo francês não é tão acomodatício como nós, portugueses. Têm uma consciência cívica e uma tradição democrática que a nós nos falta. Quando se manifestam é à séria e não da forma algo folclórica com que nós por vezes o fazemos. E a verdade é que o capitalismo não nos dá nada. Temos que ser nós a tirar-lho
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O irão e o “problema” nuclear

Já aqui o disse uma vez. Não entendo que as potências possuidoras de armas nucleares se preocupem tanto com o facto de outros países também as possuírem. Aliás, compreendo,só não aceito que pretendam impor o seu ponto de vista a todo o mundo. Não há bombas boas e bombas más. As bombas nucleares deveriam ser TODAS destruídas, TODOS os países deveriam ser impedidos de as fabricar e ponto final .
Sobre este assunto permito-me transcrever o extracto de um artigo de Nuno Severiano Teixeira, com o título Irão - Crise de Cuba ao retardador

(…)Convenhamos, um Irão nuclear não é o apocalipse. Os ayatollahs não vão lançar um ataque no dia seguinte. Nunca ninguém o fez e o Irão não o fará. A bomba, aliás, não serve para atacar, serve apenas para existir. Também não vão a correr passar a tecnologia a Estados falhados ou a redes terroristas. Não está no seu padrão de racionalidade. Mas temos que convir que um Irão nuclear é uma ameaça. Em primeiro lugar, dá capacidade de dissuasão, o que altera imediatamente o equilíbrio regional e global. Em segundo lugar, pode provocar uma cascata de proliferação nuclear, da Turquia ao Egipto. E, em terceiro lugar, acabar com o pouco que resta do Tratado de não Proliferação (TNP). Ora é isso o que verdadeiramente está em causa nesta crise internacional: o regime nuclear.

Ora aqui é que está o busílis. A posse da bomba nuclear dará ao Irão uma capacidade de dissuasão, susceptível de equilibrar o equilíbrio regional e global – situação que, obviamente os senhores do mundo não toleram de forma alguma: Então e o seus interesses na região e no mundo? Claro que eles se opõem ferozmente a tal possibilidade. E nós com isso? Porque teremos nós de alinhar nas suas cruzadas?
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IRAQUE: três anos de ocupação, três anos de resistência
Concentração no Largo Camões (Lisboa)
Alguém viu esta notícia nos nosso jornais? Eu, pelo menos, não vi