ENQUANTO E NAO

sexta-feira, novembro 24, 2006

EFEMÉRIDES

António Gedeão

Comemoram-se hoje 100 anos do nascimento de Rómulo de Carvalho, mais conhecido, talvez pelo seu pseudónimo, como poeta, de António Gedeão. Sinal da importância que a poesia ocupa no coração dos portugueses e no entanto Rómulo de Carvalho, além de autor de uma incontornável obra poética, da qual ressaltam poemas tão belos e tão divulgados como a “Pedra Filosofal”, “Lágrima de Preta” ; Calçada de Carriche” “Fala do Homem Nascido”, foi cientista, pedagogo, investigador e mesmo historiador.

Não sei de outras homenagens que lhe estejam a ser feitas durante o dia de hoje, mas pelo menos na escola António Gedeão (nome que os próprios alunos escolheram) na Cova da Piedade, onde minha filha é professora, hoje é dia de festa, com várias cerimónias evocativas da vida e obra do seu patrono.

Permito-me tran
screver do DN de hoje palavras inéditas de Rómulo de Carvalho, encontradas por sua esposas após o seu falecimento.

“Os governos têm sabido organizar as coisas de modo a alterar tudo segundo as suas conveniências. A imprensa só diz o que é conveniente dizer-se e de um só modo considerado conveniente. Os serviços oficiais só dão notícia e relevo a tudo quanto contribui para o prestígio de uma certa doutrina considerada como a única aceitável.”

"Eu tenho sobre a história uma ideia que está longe de ser a mais frequente. Penso que, quem faz a história, não é o governo de uma nação. Sou eu, a vizinha do andar do lado e o merceeiro que está estabelecido com loja na esquina da rua. É o par de namorados que passa de lambreta ou o operário que vai para a oficina com a malinha do almoço. É o poeta, é o pensador, é o cientista, é tudo, toda a gente, a que sai e a que fica em casa, todos, todos, excepto os que compõem o governo. Esses só têm uma atitude permanente, que é a de, atónitos, solucionarem, ou verdadeiramente ou falsamente, os problemas que lhes são impostos."

Que bela lição sobre a história!

Aqui homenageio o Poeta e o Cientista.

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Philippe Noiret

Com 75 anos faleceu ontem o grande actor francês Philippe Noiret.

Como cinéfilo e cineclubista que fui, não posso deixar de assinalar o desaparecimento deste notável intérprete , nome grande da cinematografia francesa e mundial, conhecido admirado em todo o mundo pelos antes da 7ª arte. De entre muitas personagens que interpretou, ao longo de mais de 120 filmes, em que contracenou com os melhores actores e actrizes do seu tempo e teve a dirigi-lo alguns grandes nomes da realização cinematográfica, quem não se lembra, sobretudo da sua personagem Alfredo, o velho e ternurento projeccionista que coleccionava cenas de beijos que a censura cortava no “Cinema Paraíso” ou do seu humaníssimo Pablo Neruda no “Carteiro de Pablo de Pablo Neruda – dois dos maiores êxitos cinematográficos dos últimos anos no nosso País.

Aqui lhe deixo, também, com uma salva de palmas, a minha comovida homenagem.

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Leia hoje

O POEMA DE AMOR
no meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com

Ouça também este poema na voz de Luis Gaspar,
no Programa Lugar aos outros nº 28
do Estúdio Raposa

No mesmo programa vai ouvir também outro poema de minha autoria
”Mulheres da minha vida”, que pode ler também no “post” de10.21.2006 http://escritosoutonais.blogspot.com