BANCOS E TLEBS (sabe o que é o TLEBS?)
Bancos receberam 1200 milhões a arredondar taxas de Juro.
Título de 1ª página no DN de 15-11-2006
Pois é, agora, que o Governo lhes quer acabar com esta mama, estes ilustres filhos da mulher de Putifar, além de se insurgirem contra a justa medida que os vai impedir de continuarem de meterem a mão ao bolso daqueles que a eles recorrem, locupletando-se desonestamente com arredondamentos ilícitos das taxas de juros - como se estas não fossem já suficientemente elevadas teimam ainda a, pés juntos, que não vão devolver os tais 1200 milhões de juros.
A lata dos gajos, hein!
A tal propósito, transcrevo duas passagens do excelente editorial “Borlas e banca” da autoria de Helena Garrido, também no DN de hoje
A banca está a reagir da pior maneira. Com os maus hábitos criados de "cavalgar" a ignorância dos seus clientes deixa ameaças veladas de ir buscar o dinheiro a outro lado. Irá com certeza. Mas ganhámos já, todos, mais transparência.
A banca não pode desejar ter credibilidade e solidez à custa da ignorância dos clientes. Há desconfianças que se pagam caro, mesmo que não apareçam nas contas a curto prazo, mas vão deixando um rasto de conversa de café, como se ouve há anos de sectores como os seguros. A banca tem de se adaptar aos novos tempos. As "borlas" estão a acabar.
E têm mesmo, ou os sacrifícios são só para o Zé?
O TLEBS
Alguém de entre vós sabe o que é o TLEBS. Se está ligado ao ensino talvez, mas a maioria dos simples leitores de jornais, ouvintes da rádio e espectadores da televisão não sabe, de certeza.
Esta mania das siglas, que às centenas, senão aos milhares, inundam os órgãos de comunicação social, é uma praga maléfica, destinada, julgo eu, a baralhar os destinatários de forma a que estes, se já sabem pouco, menos fiquem a saber. Porque carga de água é que os jornalistas e os comunicadores em geral ao enunciar uma sigla, não a fazem seguir do seu significado por extenso? Ou acham que o cidadão comum tem o dom divinatória de saber o que vai na cabeça desses senhores?
Esta do TLEBS, por exemplo, já me andava cá a dar cabo da mona há alguns dias.
Pois só hoje através da crónica de Vasco da Graça Moura no DN de hoje, intitulada “Ainda a TLEBS”, é que logrei descortinar o que raio vem a ser a dita e famigerada sigla.
Fiquei então a saber que TLEBS é a nova TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA do ENSINO BÁSICO e SECUNDÁRIO.
Fiquei a saber o que é, e fiquei a saber que Vasco Graça Moura arrasa essa tal de TLEBS e eu, que agora, finalmente, sei o que é, estou inteiramente com ele. Como todos os que me lêem sabem, estou sempre pronto a zurzir o VGM político, mas nunca pouparei encómios ao VGM intelectual, poeta e tradutor. E neste caso dou-lhe inteiramente razão.
Também eu acho uma imbecilidade inútil (aqui vou mais longe que ele) as alterações que este Governo pretende introduzir na terminologia do ensino da língua das nossas escolas. Claro que isto só pode ser ideia (ou de algum outro inteligente que lha vendeu) da actual inefável Ministra da Educação
Você já imaginou, querendo ajudar o seu filho na análise dos elementos de uma oração (e quão útil se torna por vezes a colaboração familiar, dizer-lhe que na frase “Pedro fez os trabalhos na escola” este “na escola” é um “complemento circunstancial de lugar” e o puto a teimar que não senhor, que é um “modificador”, arriscando-se ainda por cima a levar uma chapada, caso leve longe de mais a teimosia?
Qual a utilidade de alterações como estas? Não seria mais útil utilizar o dinheiro que se gasta com o estudo destas tonterias em fazer compêndios mais atractivos de forma a tornar mais compreensível a terminologia já existente
Vasco Graça Moura, para além do aspecto que, de forma ligeira acabo de focar, aponta ainda os inconvenientes da inutilização de todos os livros escolares com a terminologia tradicional e consequente aumento de despesa para os encarregados de educação, a incompatibilidade da nova terminologia com a aprendizagem da gramática de outros idiomas e salienta ainda a confusão que a adopção de tais medidas vai causar nos PALOP
E a tal propósito termina assim o artigo deVGM:
Já se pensou na trapalhada sem nome que a TLEBS ali vai gerar? Na confusão indescritível em que professores e alunos africanos vão ser lançados? Nos custos editoriais desnecessários em que as autoridades desses países terão de incorrer? As coisas anunciam-se de tal modo perturbantes que se acabará por desejar que, a bem da língua, a cooperação quanto ao ensino do português em África seja confiá-lo a professores brasileiros...
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Veja também
O GRUPO DO CRISÂNTEMO
no meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com/
3 Comments:
É o costume!! Uma chusma de iluminados teve uma ideia!!! Por mais estúpida que seja...beneficia alguém de certeza!! Ora bem. Ora mal.
By Maria Carvalho, at 15 novembro, 2006 21:01
Passei para desejar óptimo fim-de-semana e apreciar esta interessante página, onde impera a qualidade e bom gosto. A famigerada TLEBS é mais uma alucinação de teóricos desvairados que conduziram o ensino para o abismo
By Anónimo, at 17 novembro, 2006 14:35
Sobre este tema, vale a pena ler o novo ataque à TLEBS, por VGM, no DN de 22/Novembro e, paralelamente, o tratamento dado ao assunto pelo Jornal das Letras, também de 22/Novembro.
Ainda que seja só como pai ou mãe, que é o meu caso.
By Anónimo, at 23 novembro, 2006 12:12
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