ELEIÇÔES NA AMÉRICA: O RESCALDO
Ontem, ao salientar o feito histórico de um muçulmano ter sido eleito para a Câmara dos representes, esqueci-me de dizer que, além de muçulmano, Keith Ellison é negro - o que valoriza ainda mais a proeza. Um outro feito histórico que ocorreu nestas eleições é o facto de, também pela primeira vez, a presidência da Câmara passar a ser assegurada por uma mulher, Nancy Pelosi
Por cá, José Manuel Fernandes, director do Público e ferrenho adepto da Invasão do Iraque, comete no seu editorial de hoje a notável proeza de achar que foi merecida a derrota dos republicanos, sem, no entanto, beliscar Bush e sem uma palavra sobre a guerra do Iraque, pondo antes a tónica na condenação dos actos de corrupção da actual Administração. Como se essa fosse a única e a mais importante causa da derrota do seu ídolo! É preciso ter lata. Estou agora à espera do que dirá o outro bushiano encartado, Luís Delgado.
E agora? Que vai acontecer na política americana? Será que vai haver mudanças radicais em relação ao Iraque? Não creio. A política de Clinton, neste aspecto não foi muito diferente da de Bush, talvez apenas menos arrogante. E ainda que o actual Presidente venha a perder as eleições daqui a dois anos (o que não são favas contadas, apesar da derrota de ontem) a Administração democrática não vai ser muito diversa da que foi seguida até aqui. Não pode. São americanos. È´´E de sua natureza, como é da natureza do lacrau ferrar as suas vítimas.
A preocupação dos americanos, a partir de agora, vai ser minimizar os prejuízos causados à imagem dos EUA por esta guerra absurda e retirar, quando e na medida em que for possível, com mínimo de perda de vidas para os seus soldados. No mais, o desastre que provocaram no Iraque e no Médio Oriente é de tal forma gravoso e complexo que os seus efeitos só daqui por muitos anos se atenuarão. O mais que poderão conseguir, se lograrem estabelecer ali um clima de alguma pacificação, será o estabelecimento de um regime confessional, dominado por xiitas –os mesmos que eles combatem no Irão, bem como nas fileiras do Hezbolah. Bonita Perspectiva!
Com algum cinismo, atrever-me ia a dizer que, antes a ditadura de Saddam, onde não havia terrorismo, onde as igrejas cristãs e o culto cristão eram permitido, e mesmo o culto e as sinagogas judias eram toleradas, do quea a anarquia total que agora ali reina, ou o presumível estabelecimento de um regime fundamentalista como o que se adivinha. Não sei se seria melhor para o Iraque, mas para o resto do mundo, era com certeza..
E por cá a Greve-geral de dois dias, do do funcionalismo Público.
No final se fará o balanço. Não vale a pena comentar no meio do acontecimento, sobretudo quando o Governo fala em 5% e o Sindicatos de 80%
Veja também o meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com
1 Comments:
A América e a sua alternância de poderes. Um filme já visto e revisto. Entretanto, o mundo vai sofrendo. Quantos Bush virão ainda?
Um abraço.
By Licínia Quitério, at 09 novembro, 2006 18:34
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