ENQUANTO E NAO

quinta-feira, novembro 09, 2006

ELEIÇÔES NA AMÉRICA: O RESCALDO

No DN de 9-11-2006

Este já foi posto a andar. Ele foi um dos que mais apoiou o regime do ditador Saddam, na altura precisa em que ele cometia os crimes pelos quais acaba de ser condenado. Talvez por isso Rumsfeld se encarniçasse tanto em vê-lo morto, no intuito, quem sabe, de com a sua morte apagar os rastos dos crimes em que ele e o governo americano foram cúmplices. No mundo do crime chama-se a isto “queima de arquivo”. Eles sabem como é.

Ontem, ao salientar o feito histórico de um muçulmano ter sido eleito para a Câmara dos representes, esqueci-me de dizer que, além de muçulmano, Keith Ellison é negro - o que valoriza ainda mais a proeza. Um outro feito histórico que ocorreu nestas eleições é o facto de, também pela primeira vez, a presidência da Câmara passar a ser assegurada por uma mulher, Nancy Pelosi

Por cá, José Manuel Fernandes, director do Público e ferrenho adepto da Invasão do Iraque, comete no seu editorial de hoje a notável proeza de achar que foi merecida a derrota dos republicanos, sem, no entanto, beliscar Bush e sem uma palavra sobre a guerra do Iraque, pondo antes a tónica na condenação dos actos de corrupção da actual Administração. Como se essa fosse a única e a mais importante causa da derrota do seu ídolo! É preciso ter lata. Estou agora à espera do que dirá o outro bushiano encartado, Luís Delgado.

E agora? Que vai acontecer na política americana? Será que vai haver mudanças radicais em relação ao Iraque? Não creio. A política de Clinton, neste aspecto não foi muito diferente da de Bush, talvez apenas menos arrogante. E ainda que o actual Presidente venha a perder as eleições daqui a dois anos (o que não são favas contadas, apesar da derrota de ontem) a Administração democrática não vai ser muito diversa da que foi seguida até aqui. Não pode. São americanos. È´´E de sua natureza, como é da natureza do lacrau ferrar as suas vítimas.

A preocupação dos americanos, a partir de agora, vai ser minimizar os prejuízos causados à imagem dos EUA por esta guerra absurda e retirar, quando e na medida em que for possível, com mínimo de perda de vidas para os seus soldados. No mais, o desastre que provocaram no Iraque e no Médio Oriente é de tal forma gravoso e complexo que os seus efeitos só daqui por muitos anos se atenuarão. O mais que poderão conseguir, se lograrem estabelecer ali um clima de alguma pacificação, será o estabelecimento de um regime confessional, dominado por xiitas –os mesmos que eles combatem no Irão, bem como nas fileiras do Hezbolah. Bonita Perspectiva!

Com algum cinismo, atrever-me ia a dizer que, antes a ditadura de Saddam, onde não havia terrorismo, onde as igrejas cristãs e o culto cristão eram permitido, e mesmo o culto e as sinagogas judias eram toleradas, do quea a anarquia total que agora ali reina, ou o presumível estabelecimento de um regime fundamentalista como o que se adivinha. Não sei se seria melhor para o Iraque, mas para o resto do mundo, era com certeza..

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E por cá a Greve-geral de dois dias, do do funcionalismo Público.

No final se fará o balanço. Não vale a pena comentar no meio do acontecimento, sobretudo quando o Governo fala em 5% e o Sindicatos de 80%

Os números dos Sindicatos poderão ser exagerados. Os do Governo são, de certeza, metirosos. Que diabo, até para mentir é preciso ter alguma habilidade!


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Veja também o meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com

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