REFLEXÕES
Todos os partidos erram contas de campanha
"Nada bate certo com nada." As contas de todos os partidos relativas às últimas eleições legislativas, pela primeira vez fiscalizadas por um órgão que funciona junto do Tribunal Constitucional, estão cheias de irregularidades. No acórdão da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (…)
DN de 24-10-06
Ora aqui está uma coisa que não se admite. Os partidos têm que ser os primeiros a dar o exemplo na apresentação e justificação das suas contas. Como podem pedir rectidão aos eleitores e aos seus próprios aderente se não se portarem como pessoas de bem? Bem sei que este relaxo na apresentação rigorosa de documentos comprovativos das despesas e receitas, pela primeira vez exigida, tem a ver com o facilitismo permitido por legislação anterior, mas a Lei agora existe é para cumprir. Mormente pelos partidos políticos.
Quem lhes chega forte e feio é António José Teixeira no seu editorial de hoje no DN, com o título “Desfaçatez”, de que transcrevo a passagem seguinte:
"...Como pode fazer-se um discurso de rigor e exigência para o comum dos cidadãos e os alegados pilares da democracia continuarem a fazer questão de não terem contabilidade organizada? Pode. Em 30 anos, as contas dos partidos desrespeitam as leis do país. E eles aí estão, no Governo ou na oposição não parecem muito preocupados com o seu descrédito. Vota-se cada vez menos, mas ainda assim o suficiente para a renovação da impunidade. Os partidos tornaram-se meras máquinas de campanha. Perderam alma, ideais, capacidade de debate."
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A União Europeia e os sacrifícios a que somos constrangidos
Os portugueses tem vivido na euforia bacoca das vantagens de fazer parte da União Europeia. Tem sido esta a imagem que lhes tem sido vendida e que fez a glória de Mario Soares, paladino e mentor assumido da nossa adesão. Um partido houve porém que sempre manifestou as suas reservas relativamente à bondade da nossa inclusão, prematura pelo menos neste Fórum de nações europeias.
Estamos, agora que passou a “mama” dos subsídios mal parados, de que tantos oportunistas se aproveitaram, sem que deles tenha o país tirado qualquer benefício a pagar a factura do entusiasmo da nossa adesão.
Quanto a mim, mero cidadão, Portugal não tem pedalada para acompanhar a pedalada de outros países membros da EU e num momento de crise como aquele que atravessamos os nosso problemas são agravados e ampliados pela exigência das medidas de convergência que os parceiros da linha da frente nos impõem. È isso que faz correr Sócrates (ou qualquer outro Governo que detivesse o poder nesta ocasião) e o força a exigir aos portugueses sacrifícios acelerados que chegam até à perda de direitos fundamentais estabelecidos na Constituição da República.
Bem melhor estaríamos se, como pobrezinhos que somos, fossemos resolvendo os nossos problemas de acordo com os nossos recursos, ao nosso próprio ritmo, sem sacrifícios insuportáveis e sem perda de direitos adquiridos, sobretudo por parte da população mais desfavorecida,
Até o socialista José Medeiros Ferreira, na sua crónica de hoje no DN, intitulada “Pobres de Nós?” se refere, em tom crítico, às cegas exigências a que EU nos submete, sem ter em conta a dura realidade com que nos debatemos:
“…achei despropositado, e até de mau gosto, as declarações do comissário Almunia sobre as medidas de austeridade que Portugal teria de tomar nas vésperas da apresentação da proposta governamental do OE na Assembleia da República. Espero que alguém do edifício Jean Monnet lhe tenha enviado as fotografias das últimas manifestações.”
Mais austeridade, ainda, Sr. Almunia? Calma aí, “caballero”! De facto fazia-lhe bem ver essas fotos, A menos que “usted” não se assuste com os milhares de contestatários na rua, da mesma forma que Sócrates (farinha do mesmo saco) diz que não se assusta.
Pois fazem muito mal em não se assustar, sobretudo o Sócrates.
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