ENQUANTO E NAO

quinta-feira, outubro 12, 2006

SÓCRATES - a gritaria não o assusta

Foi isto que Sócrates disse comentando a contestatária recepção que os professores da Madeira lhe dispensaram na sua última visita aquela parcela do território nacional. O mesmo voltou ontem a afirmar a propósito da grande manifestação de protesto que hoje vai percorrer as ruas de Lisboa.

Ninguém pretende assusta-lo, senhor Primeiro Ministro, os trabalhadores apenas pretendem que um pouco de lucidez ilumine o seu espírito e compreenda que o equilíbrio financeiro do Estado não pode ser feito exclusivamente a expensas suas (suas, dos trabalhadores. Que se lixe o estilo e proveito da clareza)

As manifestações e as greves são as únicas formas de que os trabalhadores dispõem de manifestar o seu descontentamento frente a um governo de maioria absoluta (rais partam as maiorias absolutas – ditaduras mascaradas de constitucionalidade – o povo se tivesse juízo seria mais cuidadoso na distribuição dos seus votos, já tinha obrigação de o saber). E assim sendo, quer o Primeiro ministro se assuste quer finja que não se assusta, eles continuarão a lutar pelos seus interesses e a gritar nas ruas, que são o seu fórum de eleição, o seu descontentamento, a sua ira, relativamente a uma política que tão agressiva e despudoradamente pretende fazer deles o cordeiro a imolar no altar de um alegado e duvidoso equilíbrio financeiro.

Esse descontentamento vai estar bem patente nas palavras e nos cartazes e na fúria controlado (por hora) dos milhares e milhares de trabalhadores que hoje vão desfilar pelas ruas da capital e que vão ser acompanhados por milhares de muitos outros que, não podendo estar presentes, com eles se solidarizam.

O senhor Primeiro ministro não se assusta, mas, quanto a mim, faz mal. Outros tão arrogantes e alicerçado maiores maiorias (voláteis, como são sempre) se têm amargamente arrependido de não terem sido um pouco mais assustadiços.

Alías, dele não se pretende que seja assustadiço, apenas se espera que seja menos leviano, menos insolente, menos arrogante. É que a sua política enquanto chefe de um governo socialista, não pode ser (antes pelo contrário) motivo de orgulho ou de empáfia por parte de quem quer que se reclame de tal filiação partidária.


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DIÁRIO DE UM VAGABUNDO
no meu outro blogue
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