AS ELEIÇÕES no Brasil
Lula, punido pela soberba
Se Lula estava, apesar de tudo, conseguindo resistir ao desgaste causado pelas acusações de conivência em escândalos de corrupção – as sondagens assim o indicavam - a arrogância demonstrada ao não participar nos debates eleitorais, levou muitos eleitores a negar-lhe o voto que parecia estar-lhe destinado, obrigando-o, com o resultado obtido (49%) a ter de disputar uma segunda volta.
Ora, dada a proximidade do seu mais próximo competidor – agora sem a dispersão de votos por outro candidatos – não vai ser fácil para o actual Presidente manter o lugar que conquistou nas últimas eleições e que aliás, em minha opinião, não merece conservar.
Como já tive oportunidade de dizer em outras ocasiões, Lula da Silva desbaratou todo um capital de esperança que nele depositaram milhões de pessoas, não só no Brasil como em todo o mundo, pondo em causa , nos tempos mais próximos, qualquer perspectiva de um movimento operário poder concitar a simpatia generalizada dos seus concidadãos que os leve a oferecer-lhe , pelo voto, a possibiluidade demonstrar na prática a generosidade dos princípios que apregoam.
Essa oportunidade foi concedida de forma generosa ao PT e ao seu líder, não só pelas classes mais desfavorecidas mas por muita gente da classe média e média alta que via com expectante simpatia a experiência deste torneiro mecânico que se propunha governar com procedimentos éticos de que a política brasileira se tinha desabituado.
Pois foi aí, precisamente, que Lula e o seu Partido falharam.
E no entanto, se sou de opinião que Lula não merece ganhar, como homem de esquerda que sou, também entendo que os mais desfavorecidos do Brasil não merecem perder. E é isso que acontecerá, certamente, caso Lula não ganhe.
Por tal motivo lhe desejo a vitória, mas que seja uma vitória sofrida, suada, à tangente, “à rasquinha”, como nós dizemos, para que ele aprenda com a lição, não se esqueça das suas origens e governe com humildade e de acordo com os princípios éticos que lhe granjearam o prestígio que o levou ao poder.
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3 Comments:
Antônio
Lula achou que ia ser fácil. Cantou vitória antes da hora. Não se deve desdenhar da opinião pública nem achar que ela pode ser controlada. Lula agora serve de exemplo a qualquer outro político favorito nas intenções de voto que fugir aos debates é uma péssima idéia. Agora o país que poderá, finalmente, assistir a um debate de propostas e idéias.
Um abraço
Marco Aurélio
By Marco Aurélio, at 02 outubro, 2006 13:34
É isso mesmo, meu Amigo
Abr
António
By António Melenas, at 02 outubro, 2006 14:05
Apoiado. Desejo-lhe o mesmo (ao Lula) mas acho que neste momento as alternativas políticas no Brasil estão reduzidas... ao Lula. Pesando os prós e os contras creio que é substancialmente melhor que um outro qualquer Collor. Abraço.
By CORCUNDA, at 02 outubro, 2006 23:39
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