ÉTICA versus ARROZ COM FEIJÃO
E Lula venceu nas calmas a segunda volta das eleições presidenciais, triplicado a diferença que o separava do seu mais próximo competidor (que o nome até nem vem ao caso). Venceu mesmo com mais votos do que na primeira vez em que foi eleito.
Disse aqui há tempos que se fosse brasileiro teria muita dúvida se iria dar o meu voto ao actual presidente ou se preferia abster-me, tal o desconforto que me provocavam os escândalos que rodearam o seu actual mandato, contrariando tudo o que dele se esperava no campo da ética, tudo o que esperava a esquerda - não só brasileira, mas de todo o mundo – que nele tinha depositado a maior esperança, numa forma diferente de fazer política. Mas também disse que, apesar de tudo, a população mais carenciada do Brasil não teria as mesmas dúvidas que eu, e iria certamente confiar-lhe um segundo mandato, evitando assim que o poder voltasse a cair nas mãos daqueles que durante anos e anos nada fizeram por ela. Assim aconteceu .
O povo, pragmático como é se carácter, soube reconhecer quem fez alguma coisa por ele e quanto teria a perder em não dar continuidade à política de um presidente que com ele tem afinidades que é um seus, afinal. Escolheu, pois o mal menor e ficou com o arroz com feijão que a as polítcas neoliberais de anteriores governos não tinha na devida conta
E eu fico também mais aliviado com esta vitória, esperando que Lula tenha aprendido a lição que o povo, apesar de tudo lhe deu ao não elegê-lo à primeira volta e lhe tenha demonstrado que apesar de dar preferência à comportamentos éticos por parte dos seus governantes.
Só mais uma coisinha. É que apesar de tudo a falta de ética, condenável embora, do partido de Lula da Silva, não tem nada a ver, nem de longe nem de perto, com a corrupção a que o Brasil se habituou, como pratica corrente ao longo de sucessivos governos.
È que os ilícitos praticados não foram, de uma maneira geral, destinados a encher os seus próprios bolsos mas sim para comprar o apoio de políticos venais de outros partidos, de forma a poderem levar a bom termo a política que se tinha proposto.
Não é exactamente a mesma coisa.
Nada de confusões
MELANCOLIA
no meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com
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