ENQUANTO E NAO

sexta-feira, novembro 17, 2006

ESTUDANTES, Quem os desrespeita?


Este Ministério da Educação cada vez mais se está tornando um exemplo de deseducação, desnorte e arrogância. A pressa em vir acusar de manipulação por parte dos sindicatos os protestos dos estudantes do Ensino Básico e Secundário que ontem, e nos últimos dias, se verificaram um pouco por todo o pais, é disso um prova inequívoca.

O autismo daquele Ministério e da Ministra que o tutela, é bem patente no menosprezo demonstrado face manifestações de descontentamento por parte dos alunos relativamente à fantochada das aulas de substituição, e a declaração do secretário de Estado da Educação, Jorge Pedreira insinuando que “os jovens foram manipulados pelos sindicatos de professores, por forma a que se manifestassem no dia em que se iniciava a última ronda de negociações do novo Estatuto da Carreira Docente”, demonstra bem a arrogância de quem entende que tudo o que faz é bem feito e não admite contestação. Como se os estudantes não tivessem razões suficientes para manifestar esse descontentamento sem que ninguém os espicaçasse para isso e não o tivessem vindo a fazer já há alguns dias, bastante antes da vigília de ontem dos professores.


É muito engraçado. Estes senhores (e não é só a senhora ministra como também muitos “inteligentes” comentadores desta praça) passam a vida a dizer que os sindicatos são obsoletos, que já não mobilizam ninguém, blá, blá, blá, e quando há um movimento de massas, que os incomoda ou mesmo os assusta, “aqui d’el rei que é tudo obra dos sindicatos”. Afinal em que é que ficamos? Ainda não se deram ao trabalho de reflectir no significado de que até a própria UGT tenha participado nas últimas grandes manifestações.

Neste caso dos estudantes, o Ministério da Educação, mais do que arrogância, demonstra uma inacreditável má fé e uma falta de respeito pelo discernimento e capacidade de decisão dos alunos. Mal vai um Governo com mentalidades destas.

Razão teve Paulo Sucena, secretário geral da Fenprof ao considerar as declarações do secretário de Estado da Educação como “Uma calúnia que nem merece consideração” e que “elas são apenas uma forma de desvalorizar um protesto significativo e justificado".

Enfim, dos autores da palhaçada que tem por nome TLEBS, que mais há a esperar?
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