VALE A PENA LER
Homenagem aos estudantes que Ministério da Educação insultou
As "jaulas de substituição"
"Hoje fiquei a gostar mais dos jovens deste país.
Pela irreverência, pela alegria, pelo civismo, pelo proveito que as novas tecnologias lhes oferecem.
Saíram à rua e puseram a língua de fora ao poder.
Hoje fiquei a gostar menos da ministra da Educação.
Pelo abatimento da sua postura, pelo resguardo das suas palavras na alegada instrumentalização dos professores, afirmada por um representante dos pais, pela resposta eterna da culpa (se é que o denso termo aqui tem cabimento) aos professores, como se não houvesse outra argumentação para a sua própria culpa.
Ainda que a realidade possa contradizê-la.
João Gomes
Figueira da Foz
Esta é a carta de um leitor, devidamente assinada, no DN de hoje. Aqui me constituo caixa de ressonância, porque com ela me identifico e também eu gostei de ver a maturidad atitude dos jovens que tiverama coragem de dizer alto o que todos pensam em relação à fantochada das aulas de substituição-
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"Éramos continuamente torturados"
Manuela Paixão
Magro, vestindo um fato de treino azul escuro, com cara de menino apesar da barba, do bigode e do crânio rapado, Ruhal Ahmed fala pausadamente dos detalhes da sua desventura, desde que foi preso, em Kandahar, até à detenção em Guantánamo e à libertação. Tudo sem mostrar emoção, torcendo apenas os dedos das mãos e fazendo longas pausas de silêncio. Ahmed falou ao DN em Roma, onde apresentou a nova campanha da secção italiana da Amnistia Internacional, contra a passagem dos aviões secretos da CIA nos aeroportos de Itália.
Como foi preso?
E quanto tempo ficou nessa prisão?
Um mês, e depois entregaram-nos aos americanos, com a desculpa de que falávamos inglês. Seis semanas depois, os americanos levaram-nos para Guantánamo, num avião militar. Ali fiquei dois anos e meio.
Quais os piores momentos em Guantánamo?
De que modo?
Mas as torturas eram constantes? Todos os dias? Mesmo se confessassem alguma coisa?
Sim, continuaram mesmo quando, depois do primeiro mês, fomos transferidos para o Campo Delta, construído de propósito para os prisioneiros "terroristas", acusados de estarem envolvidos no 11 de Setembro. Eram 48 cubículos, não nos deixavam dormir de noite com os interrogatórios, as sovas faziam parte do programa diário.
Abusos sexuais e, em particular, actos de sodomia. Dentro do cubículo ligaram-me as mãos aos pés com correntes de ferro, mantinham-me em posição de stress, durante dias e dias, durante os interrogatórios os cães ladravam a poucos centímetros da minha cara, acendiam o ar condicionado fortíssimo e depois lançavam-me baldes de água com gelo. No fim acabava por confessar o que quer que fosse, que éramos talibãs ou membros da Al-Qaeda. Eles faziam tudo o que se possa imaginar para nos fazer perder o sentido da própria dignidade. Davam-me uma caneca de água e depois divertiam-se a fazer tiro ao alvo, o que fazia com que a água se entornasse. Cuba é uma ilha tropical. Faz sempre calor de dia, mas à noite faz frio. De noite, mas também de dia, entravam nesta "gaiola" escorpiões, ratos, cobras...
Como eram as guardas de sexo feminino, mais tolerantes?
Não, piores. Divertiam-se com violências sexuais sobre nós...
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E são estes os campiões da democracia? É esta a democracia que eles pretendem implantar no Iraque? Foi pra iso que invadiram aquele país, causando a morte a centenas de milhar de pessoas?Veja também o meu outro blogue
http://escritosoutonais.blogspot.com
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