ENQUANTO E NAO

quinta-feira, junho 29, 2006

VÁRIOS

À Pedrada?!...

"Corram-nos à pedrada, a sério. Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. Eu estou a medir muito bem aquilo que digo."

Quem disse isto publicamente foi o autarca e presidente da Associação Nacional de municípios Fernando Ruas. E quem ele exortava a que fossem corridos à pedrada eram os fiscais do Ministério do Ambiente, encarregados de detectar e punir, sendo caso disso, algumas das monstruosidades ambientais que alguma autarquias não têm pejo de consentir ou apoiar, ao longo do nosso país, especialmente na orla marítima.
Este senhor não disse isto num arroubo de entusiasmo ou indignação. Não foram palavras que acodem à boca mais depressa do que o coração as sente ou o cérbro as pensa. Não. Foram palavras ,como ele teve o cuidado de advertir, “muito bem medidas”. Não tem pois qualquer desculpa. E não há um polícia que veja isto? Como é que este senhor, mais a mais com as responsabilidades que o cargo lhe impõe, ainda não foi intimado a prestar contas à justiça?

Permito-me a este respeito transcrever do DN de hoje uma passagem significativa do editorial assinado pelo seu Director, António José Teixeira, sob o título “Pedradas”

(…)Obviamente que é grave que Fernando Ruas incite os munícipes à violência e até, explicitamente, à constituição de uma espécie de milícias populares. Mas mais grave do que isso é o que pressupõe a afirmação do autarca. Ruas pensa e diz que os senhores do ambiente são um obstáculo ao desenvolvimento, que não ajudam as freguesias, que não fazem nada, que só sabem multar. E assim apresentado o pensamento do autarca dos autarcas ficamos a saber que as preocupações ambientais são meros empecilhos ao progresso dos povos.

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O Recurso ao tabefe

Lembram-se do meu “post” neste blogue, intitulado “Eu politicamente incorrecto me confesso”, no qual eu defendia o recurso ao rigoroso e científico método do “tabefe dado a tempo”? Pois não estou só. Vasco da Graça Moura está muito nesta linha, como se verifica na passagem que a seguir transcrevo de um artigo que ontem publicou no DN com o título “ A Indisciplina Escolar”: Sei que é apenas uma questão de semântica, mas V.G.Moura utiliza a expressão "chapadas" que, no meu imaginário, se me afigura doer mais.


(…) É claro que essa saída (da situação explosiva que se vive no ensino) existiria sem dificuldades no domínio do politicamente incorrecto. Se o professor, ou alguém por ele na escola, pudesse dar duas boas chapadas ao jovem agressor, insurrecto e malcriado, o problema resolvia-se em quinze dias. E, se as coisas continuarem assim, virá o tempo em que não haverá outra solução que não seja a restauração das palmatoadas e dos castigos corporais, quer se goste quer não se goste. Nunca fizeram mal a ninguém e, se sempre foram uma estupidez no que respeita ao mau aproveitamento, também sempre mostraram bastante eficácia no que toca às agressividades.
Num livro que já não é recente, A Pedagogia da Avestruz /Testemunho de Um Professor (2.ª ed., Gradiva, 2004), Gabriel Mithá Ribeiro analisa com argúcia, entre outras matérias de relevância para a vida escolar, o problema da indisciplina e reconhece que esteve à beira dessa atitude: "Cheguei a ter de jogar alunos e respectivo material pela porta fora, porque se recusavam a obedecer à ordem de expulsão da aula; cheguei a agarrar pelos colarinhos alunos que me invadiam a sala; cheguei a pôr o dedo em riste em algumas situações. Arrisquei a minha pele? Sim, mas ganhei o respeito dos outros e assim pude trabalhar"

Tem todo o meu apoio. Mas atenção, tabefe sim, mas acompanhado de um aperfeiçoamento nos métodos de ensino, pois o tabefe só ajuda a resolver os problemas de ordem disciplinar

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Medidas extremas" para libertar militar israelita

O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, garantiu ontem estar disposto a recorrer "a meios extremos para recuperar" o cabo Gilad Shalit raptado, no passado domingo, numa acção conjunta de três grupos radicais palestinianos.

Ao final do dia, o exército israelita estendia ao norte de Gaza a operação desencadeada, na noite de terça para quarta, no Sul do território. Panfletos lançados por aviões israelitas convidavam a população a abandonar as suas casas, o que deixava antever a possibilidade de ataques aéreos nas próximas horas.

Segundo as agências, estão envolvidos na operação "Chuva de Verão" forças de elite da infantaria, blindados e unidades de artilharia, apoiadas por meios aéreos, ultrapassando cinco mil efectivos.


É assim a democracia de Israel, que os Estados Unidos tanto apoiam (Pudera deus os fez, deus os juntou, no que toca a democracia). As suas represálias são sempre desproporcionadas em relação às ofensas. Raptaram um soldado israelita? (logo eles que raptam e matam que se farta!) Então aí vai obra: tanques, aviões, artilharia pesada contra populações indefesas, semeando a morte e a destruição por onde quer que passam. O costume


A este propósito diz o Major Joaquim Granho da GNROficial de ligação na Missão de Assistência Fronteiriça da EU na Faixa de Gaza:

Para resgatar um refém usam-se comandos e não tanques e bombas

Sábias palavras!
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TIMOR: Manifestantes da Fretilin ficam até sábado e querem anulação demissão PM
Díli, 29 Jun (Lusa) -
Os manifestantes da FRETILIN pretendem ficar até sábado em Díli e entregar sexta-feira ao Presidente Xanana Gusmão um documento em que defendem a anulação da demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, disse hoje à Lusa fonte do partido. Segundo o secretário-geral adjunto da FRETILIN, José Reis, o documento não foi entregue já hoje porque militares australianos impediram uma delegação dos manifestantes de se aproximar do Palácio das Cinzas, sede da Presidência da República.
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Veja também o meu outro blogue: