ENQUANTO E NAO

quarta-feira, junho 28, 2006

TIMOR, ainda

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Fretilin e Mari Alkatiri mostram que o seu partido ainda está vivo

João Pedro Fonseca
Em Díli, DN de 28-6-06

Para quem tivesse dúvidas, a Fretilin provou ontem ser ainda um partido com muitos militantes e que apoiam o seu secretário-geral, Mari Alkatiri.

Ontem , em Hera, o presidente da Fretilin, Francisco Guterres (Lu- -Olo) e Mari Alkatiri provaram também que lideram o partido e que os militantes os respeitam: travaram milhares de pessoas, evitando que elas entrassem em Díli. Pelo menos, por um ou dois dias...

Mais de mil pessoas deslocaram-se de Baucau, Lospalos e Manatuto para a capital. Só para mostrarem que estão com Alkatiri.

Pararam em Metinaro, a cerca de 40 quilómetros de Díli, e ali esperaram. Com ordens para não avançarem. Mas, ontem à tarde, Lu-Olo e Alkatiri tiveram que se deslocar ali rapidamente porque aqueles milhares de pessoas (transportadas em 350 camiões) ameaçavam deslocar-se até à capital. Não é que tivessem intenções violentas, mas em Díli ainda estão talvez uns três mil manifestantes que se opõem à cúpula da Fretilin. E o cenário de confronto directo entre os dois grupos poderia ser desastroso.

O primeiro-ministro demissionário e o presidente do Parlamento subiram então para uma camioneta, pegaram no megafone e mostraram que estavam muito felizes por verificar que os militantes da Fretilin estão com o partido, e deixaram recados para todos aqueles que diziam que a Fretilin fora esvaziada. Nomeadamente após a declaração duríssima do Presidente Xanana Gusmão em que arrasou a actual classe dirigente do partido. "Há muito tempo que não conseguia estar com militantes da Fretilin, não podia trabalhar, não podia dormir, fico muito feliz por estar aqui convosco", disse Mari Alkatiri.

A multidão intercalava cada frase de Alkatiri com o grito "Vamos para Díli".
O político portou-se como um estadista, apelou à calma, disse mesmo que "a Fretilin é um partido da democracia, de paz", lembrando que "os outros é que destruíram, queimaram, mataram."

Tentou também destruir essa divisão criada recentemente de lorosae/loromono. "Isso não existe, somos todos timorenses." Paralelamente, atacou aqueles que "andam a dizer que foram os loromonos que queimaram e destruíram, não é verdade, foi um pequeno grupo".

A mensagem de Alkatiri e também de Lu-Olo foi muito virada para a necessidade de se respeitar os valores democráticos. "Porque começaram com a violência? Será que estavam com medo de perder as eleições em 2007?", questionou Alkatiri, pedindo aos militantes para não terem medo, para continuarem vigilantes e para não acreditarem nos rumores mas para manterem a sua actuação sem violência. "As nossas armas são as nossa cabeças" e, por isso, a "Fretilin tem de mostrar que não é um partido violento."

Este discurso foi muito bem aceite, mas o mais difícil foi convencer o povo a voltar a Metinaro e a aguardar ali ordens para então entrar em Díli de forma pacífica. Alkatiri prometeu negociar com as forças internacionais um plano de entrada em Díli, mas que antes vai reunir todos os militantes da Fretilin da região ocidental para "mostrarmos que Timor é um só, não tem divisões" e depois, sim, avançam para a capital de forma ordeira.
Manisfestantes pró Xanana estão a queimar a cidade e as casas de elementos e de simpatizantes da FRETILINOs manifestantes a favor de Xanana Gusmão e de José Ramos Horta, organizados pelos desertores, estão a atacar casas de militantes da FRETILIN,Esta é uma acção de desespero, a política da terra queimada, e é também o seguimento de uma estratégia de provocação aos membros do maior partido timorense.Não admira estes ataques e provocações, mas a FRETILIN vai saber esperar para continuar a mostrar que é o garante da democracia, da estabilidade, da soberania, da independência nacionais

Por aqui se vê quem faz uma política responsável, respeitando as regras da democracia ou quem recorre à violência e ignora as regras do convívio democrático. Alkatiri tem dado mostras de uma serenidade impressionante


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Dois pesos, duas medidas
Ontem, com receio de que o grupo de apoiantes da Fretilin chegassem a Dili, os militares australianos montaram um esquema de segurança muito apertado. Tanques em todas as entradas de Leste, "checkpoints" rigorosos que incluíam verificação dos motores dos carros. Percebe-se. Mas não poderão impedir este grupo de entrar, mais tarde ou mais cedo. Ou será legítimo inquirir: “porque deixaram entrar os contra-Alkatiri e não deixam entrar os pró-Alkatiri?
DN de 28-8-8

Claro. Pois se é a Austrália que está a mandar em Timor. A Australia e a a Igreja. Ou não foi para isto que se deu o golpe?
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Tropas australianas deixaram mais uma vez queimar...

Durante a tarde o aparato de carros blindados e de helicópteros, as barreiras militares australianas e neo-zelandeses, era visível em todas as entradas de Díli. Desapareceram ao fim do dia.

Quando começaram a incendiar as casas de militantes e dirigentes da Fretilin, parecia não haver tropas na cidade.

Na noite em que se reacenderam os distúrbios em vários bairros da cidade, provocados pelos manifestantes pró-Xanana, as tropas australianas desapareceram de circulação.

Apenas depois de verem a presença de jornalistas na cidade, começaram a aparecer nas zonas com conflitos.

Um armazém a poucos metros de casa do Primeiro-Ministro foi incendiada sem que aparecessem militares australianos. Apenas o carro de bombeiros escoltado por dois jipes que o acompanham.

Pelo contrário, a GNR esteve sempre presente na sua zona de Comoro, tendo feito cerca de dez detenções.
Primeiro incendiaram e queimaram para criar uma situação tal que levasse à demissão o Primeiro Ministro. Agora volta a pilhagem e o vandalismo para impedir que se mantenha o actual parlamento. Estava tudo previsto
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Carros com portugueses e brasileiros apedrejados em Díli

Dois carros, um com portugueses e outro com brasileiros, foram esta terça-feira apedrejados no centro de Díli, numa zona onde manifestantes antigoverno instalaram várias barreiras para tentar controlar a passagem de viaturas.
Um dos portugueses envolvidos no incidente, de que não resultaram feridos, explicou à Lusa que o apedrejamento ocorreu à noite (hora local), na rua onde se situa a sede da Caixa Geral de Depósitos, em Díli.

«Deparámo-nos com uma barreira e como não podíamos passar virámos à direita. Fomos logo apedrejados por algumas das pessoas que estavam na barreira e que usavam um documento de identificação ao peito», disse, referindo-se a elementos da segurança dos manifestantes.

Contactado telefonicamente pela Lusa, a mesma fonte, que pediu para não ser identificada por razões de segurança, disse que seguiam três pessoas no carro, que estava identificado com a palavra Portugal e cujos vidros ficaram partidos.

Fonte da embaixada brasileira disse à Lusa que dois cidadãos brasileiros foram igualmente apedrejados em incidentes idênticos que ocorreram nas imediações do Parlamento Nacional, no centro da capital timorense.

As forças de segurança internacionais foram hoje chamadas a intervir em vários incidentes em Díli, tendo a GNR detido uma dezena de pessoas por tentativa de assalto a residências ou apedrejamentos.

Diário Digital / Lusa

Ah pois, os portugueses e a língua portuguesa vão sofrer tratos de polé. English is business.
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