ENQUANTO E NAO

quinta-feira, abril 20, 2006

COISAS DO ARCO DA VELHA

Um terço dos deputados não está em exclusividade
DN de 20-4-06

Sabiam? Confesso a minha ignorância. Eu não sabia. Julguei que quando elegíamos os nosso deputados era para tratarem do interesses do país a tempo inteiro e não para acumularem mais um tacho com as suas já por si muito rentáveis actividades profissionais ou empresariais.
Eles que acumulam é por que a legislação o permite, mas que é muita falta de ética, isso é.


O artigo do DN, a que se refere o título acima, assinado por Francisco Almeida Leite e Martim Silva Paulo Spranger só refere deputados do PS e do PSD. Ai se lê, com efeito, que o PS tem 18 empresários e 17 advogados acumuladores e o PSD 15 empresários e 15 advogados nas mesmas circunstâncias.
Entre os casos mais conhecidos de acumulação com actividade privada encontram-se António Vitorino e Pina Moura, do PS (o primeiro no escritório de advocacia Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados, o segundo como administrador da Iberdrola), ou dos advogados Jorge Neto, Rui Gomes da Silva e Montalvão Machado, no PSD.

É o que se chama comer a dois carrinhos. Coitados como já ganham pouco como advogados e empresários (actividades consabidamente deficitárias)ainda precisam deste complementozinho, a cujo trabalho ainda por cima, fazem gazeta, E o que mais dói é que isto não é apenas “esperteza” de políticos. Isto é o chicoespertismo português, em todo o seu esplendor. Isto, é a nossa atávica falta de civismo. Só que dos nossos deputados esperar-se-ia melhor!

Presume-se, no entanto que o PCP, o BE e os verdes não tenham deputados nestas condições, visto que estes três partidos se insurgem contra tal procedimento. É que ele há políticos… e políticos

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Socialistas querem menos plenários

O líder da bancada parlamentar do PS, Alberto Martins, propôs ontem a redução de três para duas o número de sessões plenárias por semana. A proposta surgiu após a polémica ‘gazeta’ parlamentar do passado dia 12, onde 107 deputados falharam a votação no Plenário.


Esta é de cabo de esquadra É como se para reduzir as estatísticas referentes ao abstencionismo do pessoal de uma fabrica, se reduzissem os dias de trabalho semanal. Menos dias de trabalho, menos possibilidades de faltar.
Sim senhor, muito engenhoso. Ai PS, PS!

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Filas marcam a estreia de casino de Stanley Ho

Ora aí está uma coisa que fazia cá muita falta.
Depois do empenhado esforço do Sr. Santana Lopes para construir um casino no Parque Mayer , com o argumento de que tal solução seria a salvação do degradado parque, depois dos milhares de dólares que meteu no bolso do arquitecto americano (tinha que ser americano, que cá não havia arquitectos à altura), depois de, com os mesmos desígnios, acabar com a Feira Popular, Lisboa tem finalmente o seu casino no espaço nobre que é o Parque das Nações.

O Parque Mayer lá continuará a degradar-se; a Feira Popular será apenas uma saudade na memória das vária gerações que ali se divertiram, para proveito de uns quantos especuladores, designadamente a Braga-Parques; mas os Lisboetas têm agora, mesmo à mão de semear, mais um local onde vão seguramente arruinar-se, endividar-se, gastar o pouco que têm.

Parabéns Sr. Stanley Ho. O capitalismo é tão bom!


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A morte do jovem actor da TVI

É sempre doloroso ver morrer um jovem, sobretudo em circustâncias trágicas como aconteceu com o jovem em questão. Sendo a TVI uma empresa - onde esse jovem, era intérprete de uma telenovela que lhe enche os cofres - é natural que lhe preste homenagem e dê algum destaque ao desaparecimento do seu “empregado”. Mas francamente, fazer do seu funeral o showbusiness como o que massacrou, durante horas, os espectadores, é levar longe de mais a exploração dos sentimentos alheios e a noção do vale tudo para cativar audiências. Porquanto tempo mais irá a TVI facturar com a morte deste jovem?

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