O debate Alegre/Louçã
Manuel Alegre esteve ontem bastante melhor do que no debate com Cavaco Silva. Menos hirto, menos “senhor bem comportado” a piscar olhos ao centro – coisa que não se coaduna muito bem com o seu perfil e o seu passado. Ontem defrontava um oponente dito de esquerda e com tal não teve necessidade de usar de ambiguidades, tendo-se apresentado como é, como sempre se reclamou. Esteve bem. Só no seu apelo final exagerou no tom populista que já não convence ninguém.
Francisco Louça, pelo contrário, teve o cuidado de moderar os seus conhecidos tiques de esquerda caviar. Foi brilhante, claro, persuasivo como ele sabe ser e fez questão de ostentar todos os seus dotes de professor de economia, num tom que parecia situá-lo mais à direita do que Alegre. Parecia mesmo o Cavaco. Só que mais ágil, mais charmoso, mais newlook – o que não é difícil, dada a consabida falta de predicados, neste aspecto, do outro termo de comparação.
Dei comigo a pensar no fim do debate: macacos me mordam se este rapaz não vai ainda chegar a primeiro ministro. Lábia não lhe falta. Mas se isso vier a acontecer (e eu, a sério, acredito que sim) aposto que não vai ser como militante do bloco de esquerda, ou de qualquer outra esquerda. Vai sim, como elemento do PS ou do PSD. É o costume. E viverá bem pouco quem não vir isto acontecer.
Vão por mim.
Francisco Louça, pelo contrário, teve o cuidado de moderar os seus conhecidos tiques de esquerda caviar. Foi brilhante, claro, persuasivo como ele sabe ser e fez questão de ostentar todos os seus dotes de professor de economia, num tom que parecia situá-lo mais à direita do que Alegre. Parecia mesmo o Cavaco. Só que mais ágil, mais charmoso, mais newlook – o que não é difícil, dada a consabida falta de predicados, neste aspecto, do outro termo de comparação.
Dei comigo a pensar no fim do debate: macacos me mordam se este rapaz não vai ainda chegar a primeiro ministro. Lábia não lhe falta. Mas se isso vier a acontecer (e eu, a sério, acredito que sim) aposto que não vai ser como militante do bloco de esquerda, ou de qualquer outra esquerda. Vai sim, como elemento do PS ou do PSD. É o costume. E viverá bem pouco quem não vir isto acontecer.
Vão por mim.
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