ENQUANTO E NAO

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Ainda o debate Cavaco Silva/Manuel Alegre

Escrupuloso como sou, cheguei a recear que a análise negativa que ontem teci em relação aos monólogos que alternadamente (nem nos olhos se olhavam) debitaram ontem na TV os candidatos Cavaco Silva e Manuel Alegre, cheguei a recear que o meu pessimismo fosse resultante da sonolência que os mesmos me provocaram.


A leitura do DN de hoje, deixa-me porém mais tranquilo quanto à justeza dos meus comentários. Não foi o sono, foi a fórmula “americana” usada na apresentação dos oponentes e a chateza real das suas reverenciais e inócuas intervenções. Um debate inútil, disse eu e outros, muito melhor apetrechados do que eu, partilham da minha opinião como se vê no recorte que junto.

O mesmo pensa também o insuspeito Luís Delgado (pelo menos no que toca ao elogio sistemático da direita) que assim começa a sua crónica de hoje: O primeiro debate presidencial redundou num verdadeiro empate técnico ou um perdedor visível, mas que termina com esta evidência: Questão final: porque é que um empate significa uma vitória de Cavaco na sondagem imediata. É o efeito da dinâmica da vitória. As eleições já estão encerradas na cabeça dos portugueses.

Aqui, estou eu de acordo. A dinâmica da vitória é uma condicionante poderosa e por isso foi cuidadosamente preparada. A comunicação social já o elegeu. Mas nós sabemos quem são os donos da comunicação social.

E o povo português o que pensa disto?

A ver vamos, como dizia o cego.