Nota sobre o 25 de Novembro
A direita trauliteira, mai’la direita civilizada, mais alguns elementos de uma esquerda que de esquerda só tem o nome, têm-se empenhado sempre em passar a ideia de que o golpe do 25 de Novembro foi uma acção patriótica para salvar a Pátria em perigo, destinada a fazer abortar um suposto e iminente golpe do PCP para se apoderar do poder.
Sempre, na cabeça de muita gente, e também na minha, ficou a ideia de que nesse dia nebuloso as coisas não se teriam passado exactamente assim. Ora hoje numa entrevista concedida ao Diário de Notícias (é o que faz eu ter a mania de me manter informado, nem que seja apenas através da leitura um jornalzito todas as manhãs), diz o jornalista catalão, Josep Sanchez Cervelló – um dos mais informados do mundo sobre eventos relativos à Revolução dos cravos e ao chamado PREC – … no 25 de Novembro o PCP só queria alterar a relação de forças dentro da força aérea e recuperar as posições perdidas.
E assim foi, com efeito. Colada ao Grupo dos Nove, onde havia gente honesta que apenas pretendia moderar um pouco os exageros do processo revolucionário (que os houve e era natural que houvesse) a direita revanchista tinha vindo paulatinamente a substituir, em seu proveito, as chefias das diversas unidades militares, sobretudo na força aérea. Aí, o PCP, como era esperado, mexeu-se na tentativa de reequilibrar a situação. Era o pretexto e a ocasião que a direita militar – a força que realmente mandava no terreno, já que o Grupo dos Nove mantinha apenas a liderança ideológica – com a cúmplice passividade, diga-se, do homem mais poderoso de então, o “revolucionaríssimo” Otelo - aproveitou para dar o golpe que insidiosamente preparara.
Felizmente que o PCP, através do seu líder, dr.Álvaro Cunhal, mesmo contra a vontade de alguns elementos mais exaltados, teve a coragem e o sangue frio de não se deixar envolver (não vence quem tem a razão mas quem tem as armas), preferindo a negociação ao confronto. E, continua o jornalista catalão, … desta forma o PCP evitou também uma guerra civil, que teria sido muito má para Portugal e para a Europa …o contrário significaria possivelmente alguns fuzilamentos…
Para cada um a sua verdade, diz-se, mas infelizmente a “verdade” que fica é sempre a verdade dos vencedores. Sempre foi assim, porque é que neste caso havia de ser diferente? Uma coisa porém é certa: o 25 de Abril permanecerá para sempre na memória e no coração do povo português, enquanto o 25 de Novembro, por muito que o queiram dourar, será apenas… uma data.
Sempre, na cabeça de muita gente, e também na minha, ficou a ideia de que nesse dia nebuloso as coisas não se teriam passado exactamente assim. Ora hoje numa entrevista concedida ao Diário de Notícias (é o que faz eu ter a mania de me manter informado, nem que seja apenas através da leitura um jornalzito todas as manhãs), diz o jornalista catalão, Josep Sanchez Cervelló – um dos mais informados do mundo sobre eventos relativos à Revolução dos cravos e ao chamado PREC – … no 25 de Novembro o PCP só queria alterar a relação de forças dentro da força aérea e recuperar as posições perdidas.
E assim foi, com efeito. Colada ao Grupo dos Nove, onde havia gente honesta que apenas pretendia moderar um pouco os exageros do processo revolucionário (que os houve e era natural que houvesse) a direita revanchista tinha vindo paulatinamente a substituir, em seu proveito, as chefias das diversas unidades militares, sobretudo na força aérea. Aí, o PCP, como era esperado, mexeu-se na tentativa de reequilibrar a situação. Era o pretexto e a ocasião que a direita militar – a força que realmente mandava no terreno, já que o Grupo dos Nove mantinha apenas a liderança ideológica – com a cúmplice passividade, diga-se, do homem mais poderoso de então, o “revolucionaríssimo” Otelo - aproveitou para dar o golpe que insidiosamente preparara.
Felizmente que o PCP, através do seu líder, dr.Álvaro Cunhal, mesmo contra a vontade de alguns elementos mais exaltados, teve a coragem e o sangue frio de não se deixar envolver (não vence quem tem a razão mas quem tem as armas), preferindo a negociação ao confronto. E, continua o jornalista catalão, … desta forma o PCP evitou também uma guerra civil, que teria sido muito má para Portugal e para a Europa …o contrário significaria possivelmente alguns fuzilamentos…
Para cada um a sua verdade, diz-se, mas infelizmente a “verdade” que fica é sempre a verdade dos vencedores. Sempre foi assim, porque é que neste caso havia de ser diferente? Uma coisa porém é certa: o 25 de Abril permanecerá para sempre na memória e no coração do povo português, enquanto o 25 de Novembro, por muito que o queiram dourar, será apenas… uma data.
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