ENQUANTO E NAO

domingo, dezembro 03, 2006

HOMENAGEM À REVOLUÇÂO CUBANA

Cuba festejou ontem a passagem do 50º aniversãrio do desembarque do yate Gramma na Sierra Maestra, do grupo de poucas dezenas de revolucionários, conduzidos por Fidel Castro e Che Guevara. A partir da serra inóspita, sem víveres e mal armados, o punhado de homens sobreviventes do que parecia uma louca aventura, acabaram por entrar triunfantes em Havana, três anos depois, no dia de ano novo de 1959, escorraçando par sempre a Clique sanguinária do ditador e pau mandado dos americanos, o sargento Baptista.

Durante os três anos que durou a luta e a lenta progressão dos revoltoso em direcção à capital, os nosso jornais só davam uma breve notícia da saga heroica dos guerrilheiros, quando algum desaire lhes ocorria. De resto o grande público ignorava totalmente o que se estava passando na pequena ilha do mar das Caraíbas.

Estava eu preso pela Pide nos dias em que Fidel e os seus rebeldes barbudos administravam a vitória que acabavam de alcançar e tomavam as suas primeiras medidas revolucionárias. Estava mesmo em plena tortura do sono na Rua António Maria Cardoso e, no meio deles, tive ocasião de perceber a agitação (o cagaço, mesmo) de que estavam possuídos pelo anúncio de tais medidas. Em contrapartida, elas tinham o condão de empolgar os presos, bem como todos os portugueses antifascistas. A luta contra qualquer ditadura era a nossa luta, a sua vitória era uma vitória para nós.

Ontem Fidel não pode estar presente, mas milhares e milhares de cubanos vieram para as ruas celebrar a sua revolução.

Os meios reaccionários esfregam as mãos de contente com as más noticias sobre a saúde de Fidel. Mas desengane-se que, com ele, ou sem ele, Cuba não mais voltará a ser uma coutado dos americanos.

Esse tempo, felizmente já lá vai. E Fidel ficará sempre na história como o dirigente do primeiro país do Caribe a desafiar o poderoso vizinho, mesmo ali nas suas barbas

Dizia Alfredo Vera, um dos promotores da homenagem a Fidel em que participaram mais de 1800 convidados de cerca de oitenta países:
Obrigado por tornar Cuba um território livre...
Obrigado por tornar realidade seus sonhos de justiça social...
Obrigado por continuar sendo guerrilheiro...
Obrigado por ser tenaz e vencer todas as batalhas...
Você não tem obrigação de estar em nenhuma parte, Fidel: sua obrigação com a humanidade é cuidar a saúde e continuar vivendo...
Amigos: E para que Fidel escute, esteja onde estiver, de mãos dadas e de pé batamos a esse vulcão da ternura, as mais amorosas palmas

E ontem, no desfile das forças armadas revolucionárias, seu irmão Raul terminava assim o seu discurso:

Preservaremos, pelo preço que tivermos de pagar a liberdade do povo cubano e a independência e soberania da Pátria.

Com a força que emana da suas centenárias lutas e com o vigor patriótico que caracteriza o nosso povo, nobre e heróico, unamos nossas vozes ao exclamar
Viva Fidel!
Viva Cuba livre!

Pois também eu digo, com Fidel ou sem Fidel,

Viva Cuba livre e independente!

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O CICLONE
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