ENQUANTO E NAO

sábado, junho 03, 2006

A CONSTITUIÇÃO, O DIA DO CÃO...e outros


A Constituição

Não sei se se recordam dos rumores de que a direita, mortinha por alterar a Constituição, jogava na eleição de Cavaco Silva para o poder fazer. Falei nisso aqui neste blogue. Também se recordam que Belmiro de Azevedo foi um dos declarados apoiantes da Cavaco Silva. Pois a confirmar o ditado popular de que não há fumo sem fogo, aí está agora o sr. Belmiro a preconizar e mais do que isso a mobilizar os empresários, no sentido de mudar a Constituição da República.

Esta é uma luta que o povo português não pode perder. De mudança em mudança a Constituição tem vindo a ser desvirtuada, perdendo algumas das características que faziam dela uma das mais modernas e progressivas da Europa e do mundo. Não podemos deixar que os interesses da alta finança e da direita reaccionária, acabem por completo com esta inigualável conquista do 25 de Abril. A Constituição da República tem de continuar a reflectir todas a as mudanças que, luta e a determinação do povo português, nela fez escrever.
Vigilância e espírito de luta deve ser, pois, a palavra de ordem para os próximos tempos, em relação a este tema

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O Chumbo presidencial às quotas para mulheres

Aqui Cavaco Silva teve o bom senso que faltou a o PS e ao Bloco de esquerda, chumbando pura e simplesmente as suas demagógicas propostas. O veto presidencial assenta precisamente no respeito pelo pluralismo democrático e pela liberdade e identidade ideológica de cada partido – aspectos que os dos partidos proponente do estapafúrdio projecto de Lei não tiveram em conta.. No seu despacho Cavaco Silva diz concretamente que a igualdade de direitos políticos é "um pilar fundamental da qualidade da democracia portuguesa". Mas este objectivo deve ser prosseguido "através de meios adequados, progressivos e proporcionados, e não por mecanismos sancionatórios e proibicionistas que concedam às mulheres que assim acedam a cargos públicos um inadmissível estatuto de menoridade."

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O dia do cão


E esta, hein?! Que me dizem do desplante do PSD de propor à Assembleia da República que aprovasse a instituição de um Dia Nacional do Cão? E porque não do gato, ou do periquito? É preciso ter lata! Na verdade, como o PS está a fazer a política que eles próprios gostariam de fazer se estivessem no governo, só lhes restam iniciativas bacocas como esta. Tenham vergonha e ocupem-se dos problemas que verdadeiramente afligem os portugueses, que foi para isso que os vossos eleitores vos deram os votos!

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Os Professores

Tendo-me chegado às mãos o texto que abaixo reproduzo, e com o qual concordo em termos gerais, aqui o deixo à consideração dos leitores deste blogue:

Aspectos que toda a gente parece ignorar sobre a profissão de professor
e que será bom esclarecer
:

1º. Esta é uma profissão em que a imensa maioria dos seus agentes trabalha (em casa e de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias! Férias, sim, e sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes com muito mais dias de folga do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais duas para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa , 1 ou 2 meses no verão.

2º. É a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado (também neste caso, exigirá a senhora Ministra um pré-aviso com 5 dias de antecedência?)

3º. É uma profissão que exclui devaneios do tipo “hoje preciso de sair meia hora mais cedo”, ou o corriqueiro “volto já” justificando a porta fechada em horas de expediente.

4º. É uma profissão que não admite faltas de vontade e motivação ou quaisquer das 'ronhas' que grassarão, por exemplo, no ME (quem duvida?) ou na transparente AR.

5º. É uma profissão de enorme desgaste. Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros, mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar… E olhe que não, senhor secretário de estado, a escola da reportagem da RTP1 não é, nem de longe, caso “único, circunscrito e controlado”!

6º. É uma profissão que há muito deixou de ser acarinhada ou considerada, humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos – na nossa dignidade ou fisicamente (e as cordas vocais não são um apêndice despiciendo…) , enxovalhados na praça pública, atacados e desvalorizados, na nossa pessoa e no nosso trabalho, em todas as frentes, nomeadamente pelo “patrão” que, passe a metáfora económica tão ao gosto dos tempos que correm…, ao espezinhar sistematicamente os seus “empregados” perante o “cliente”, mais não faz do que inviabilizar a “venda do produto”

7º. É uma profissão em que se tem de estar permanentemente a 100%, que não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas) ou problemas pessoais …

8º. É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o processo, exigente e desgastante, quer de chegar a horas, quer de "conquistar" , várias vezes ao longo de um mesmo dia de trabalho, um novo grupo de 20 a 30 alunos (e todos ao mesmo tempo, não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão familiar de 1, 2, até 6 filhos...)

9º. É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. (Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros! Ao contrário deles, e como se não bastasse tudo o que nos é exigido (da discrepância salarial e demais benesses não preciso nem falar) …

10º. ainda somos avaliados, não pelo nosso próprio desempenho, mas pelos sucessos e insucessos, os apetites e os caprichos dos nossos alunos e respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do nosso país!

Assim, é bom que a “cara opinião pública" comece a perceber por que é que os professores "faltam tanto":
Para além do facto de, nas suas "imensas" faltas, serem contabilizadas também situações em que, de facto, estão a trabalhar :
- no acompanhamento de alunos em visitas de estudo,
- em acções, seminários, reuniões, para as quais até podem ter sido oficialmente convocados,
- para ficarem a elaborar ou corrigir testes e afins , que não é suficiente o tempo atribuído a essas tarefas ,
- ou, como vem sucedendo ultimamente, a fazerem (em casa, que é o sítio que lhes oferece condições) horas e horas não contabilizadas do obrigatório “trabalho de escola”….

Para além disto, e não é pouco, há pelo menos, como acima se terá visto, toda uma lista de 10 boas e justificadas razões para que o façam.

uma professora que, por achar que - em termos de políticas educativas e laborais deste governo dito socialista – estamos muito pior que no tempo do Salazar , não arrisca identificar-se…

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Os meus comentários:
1 Compreendo as razões do anonimato e só por isso coloquei aqui o texto

2. Por muito mau que qualquer coisa esteja, nunca pode ser pior do que no tempo de Salazar. No tempo de Salazar, eu (caso já existissem os blogues) seria preso por pôr aqui este texto.
Quanta diferença!

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Veja também o meu outro Blogue:
e se gostou da minha crónica"Peúgas Brancas,
"Então vai gostar ainda mais de a ouvir,
lida pela voz inconfundível de Luís Gaspar
em:
http://www.estudioraposa.com/
"Lugar aos Outros 04"

1 Comments:

  • António

    Se o ridículo matasse seria caso para dizer que o PSD estava sem deputados na Assembleia !

    O dia do cão !!! Só dá para rir !

    Triste figura !

    Xico

    By Anonymous Anónimo, at 04 junho, 2006 18:38  

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