ENQUANTO E NAO

segunda-feira, janeiro 23, 2006

E AGORA?

E AGORA?

Agora, umas botas!
Não vai tardar muito que os abstencionistas de esquerda vão chorar tardias lágrimas de crocodilo: que muitos dos que alegremente votaram no “salvador da pátria, se apercebam do logro em que caíram; e que todos (todos os que vivemos exclusivamente do nosso salário ou da nossa pensão de reforma, bem entendido) vamos sofrer na pele, durante pelo menos 10 anos, o resultado da asneira que foi deixar este senhor trepar à cadeira de Belém.

A Direita está radiante e Sócrates teve o que fingiu (mal) que não queria.

Temos agora dois Cavacos. Um em São Bento, outro em Belém. Dupond e Dupont, no seu melhor estilo. Almas gémeas que se completam. A fome e a vontade de comer. Dois fanáticos adoradores do sacrossanto equilíbrio orçamental a qualquer preço. Direitos adquiridos, estabilidade de emprego, adequação dos vencimentos ao índice da inflação, equidade e moderação na tributação fiscal,.benefícios sociais, educação, saúde. justiça, Tudo isso que dane. O importante é o orçamentozinho.

Não tenho dúvidas a tal respeito. Se a tendência já apontava nesse sentido, agora, com o fanático economicista a pontificar e a dar o seu aval a um tipo de medidas que lhe são tão gratas, e os poderosos grupos económicos a pressionar no mesmo sentido, bem tramados estão os trabalhadores e as camadas populacionais mais desprotegidas.

Mais do que nunca é necessário que os trabalhadores estejam atentos e unidos em torno das suas organizações de classe. O apertar do cinto, se for necessário ( e os trabalhadores sempre compreenderam e aceitaram restrições que se lhe afigurem justas e justificadas) não pode ser só para eles. È altura de exigirmos – mas exigirmos com muita força e muita determinação – que a factura, de uma vez por todas, seja paga por TODOS , sem excepção, e na medida exacta das suas capacidades financeiras.

Há um determinado senhor que escreve no DN uma crónica com o título “Não há almoços grátis”. Não há, não senhor, sobretudo para os trabalhadores por conta de outrem. Se não estiverem atentos e unidos na luta pelos seus interesses, esta sociedade de lucro fácil e rápido e a qualquer preço, nem água lhes deixa para o café, quanto mais comida para o almoço!
É assim. Nada nos será dado e tirar-nos-ão o que temos, se não estivermos vigilantes firmes e organizados. O tipo de sociedade que à nossa volta se está a criar não existe para nos beneficiar. Como objectivo tem apenas um: o LUCRO.
Estejamos atentos

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