ENQUANTO E NAO

terça-feira, janeiro 03, 2006

Curtas


Uma notícia boa

António Mega Ferreira foi nomeado presidente do Centro Cultural de Belém (CCB)

Considero esta nomeação uma óptima notícia no aspecto da cultura, pois Mega Ferreira é um homem culto, empreendedor, eficiente, com provas dadas em várias missões que lhe tem sido confiadas
Mega Ferreira, 56 anos, começou como jornalista no "Comércio do Funchal", em 1968, tendo trabalhado depois no "Jornal Novo", "Expresso", ANOP e RTP e "Jornal Letras, Artes e Ideias". De 1986 a
1988 foi director editorial do Círculo de Leitores, onde fundou a revista "Ler".Ainda em 1988 passou a integrar a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, tendo fundado então a revista "Oceanos". Exerceu funções de comissário executivo da Expo 98, foi administrador do Parque Expo, do Oceanário de Lisboa e do Pavilhão Atlântico.Mega Ferreira presidiu ainda ao conselho de administração da Parque Expo de 1999 a 2002 e dirigiu a representação de Portugal como país-tema da feira do livro de Frankfurt em 1997.Cronista regular em vários títulos da imprensa portuguesa, Mega Ferreira estreou-se na literatura em 1984, tendo assinado várias obras de ficção, ensaio e poesia.

A cultura portuguesa está de parabéns

Uma notícia má

Faleceu es
ta madrugada o jornalista Cáceres Monteiro.

Tal como Mega Ferreira Cáceres Monteiro era um jornalista de eleição.

Director da revista “Visão” desde a sua fundação até ao ano passado, Cáceres Monteiro desempenhava actualmente o cargo de director editorial do grupo Edimpresa, proprietário da revista “Visão”.Galardoado com o Grande Prémio de Jornalismo (2002), atribuído pelo Clube Português de Imprensa, Cáceres Monteiro escreveu vários livros, entre os quais “Hotel Babilónia”, lançado em Junho de 2004.Nascido em Lisboa a 9 de Agosto de 1948, Cáceres Monteiro foi dirigente associativo da Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, tendo abandonado o curso para dedicar-se ao Jornalismo.No início da sua carreira, trabalhou nas revistas “Flama” e “Século Ilustrado”, tendo sido mais tarde subchefe de redacção no jornal “A Capital” e editor de política nacional no “Diário de Notícias”.Co-fundador de “O Jornal”, em 1975, assumiu o cargo de seu director adjunto. Entre 1975 e 2003, cobriu, entre outros acontecimentos, as guerras do Golfo e do Iraque e o conflito israelo-palestiniano.Entre 1977 e 1981, Cáceres Monteiro foi também presidente do Sindicato dos Jornalistas. Entre os livros que escreveu, destacam-se ainda: “Angola, País de Vida ou de Morte” (1975), ”China, Contra-revolução. Tranquila” (1986), “Amazónia Proibida” (1987) e “O Enviado Especial” (1991

Já são tão poucos os bons jornalistas que o falecimento de um deles constitui sempre uma péssima notícia

Uma notícia preocupante

Falo do corte do fornecimento de gás à Ucrânia por parte da empresa russa Gazprom. Esta empresa é uma das mais poderosas produtoras e fornecedoras, quer de gás quer de petróleo do mundo. É ela que fornece também grande quantidade do gás consumido em vários países da Europa: Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polónia, por exemplo.

Compreende-se, pois, a preocupação destes países com a atitude da poderosa empresa de além dos Urais. E compreende-se também a luta de interesses à volta destes dois produtos energéticos que têm condicionado ao longo das últimas décadas toda a política das grandes potências em relação à zona onde eles são especialmente produzidos: médio oriente e antigas repúblicas soviéticas.
A agudização de problemas nesta área explosiva pode dar origem à medida que forem escasseando estes produtos a uma guerra de morte pela sua posse.

Estou certo que o Governo russo apoia a atitude da Gazprom, mas a verdade é que esta é uma empresa privada (embora com capitais do Estado) e ela sozinha pode tomar as medidas que bem entender sobre o assunto. È o liberalismo, senhores! É por isso de lamentar a inconsciência com que o nosso governo alinha alegremente na política de privatização de empresas como a EDP e mesmo no seu conúbio com capitais estrangeiros. Hoje mesmo o Presidente da República manifestou (embora tardiamente) a sua apreensão relativamente a tais práticas.

Uma notícia idiota

Uma pequena notícia publicada hoje no Diário de Notícias tem como título: ”Carris compra 15 locomotivas”

A primeira reacção de qualquer leitor minimamente infirmado é interrogar-se: Carris, mas a Carris utiliza locomotivas? A notícia a seguir esclarece, porém, que se trata da CP. Então e o escriba que redigiu a notícia ignora que Carris e CP são duas empresas distintas, que nada tê ver uma com a outra?

Poder-se ia admitir que o uso da palavra carris correspondesse a uma propositada figura de estilo que consiste no emprego da parte pelo todo, mas nem assim faria sentido, pois o escriba ignora que os carris não pertencem à CP, mas sim a uma outra empresa chamada REFER.

Pois é. Os patrões dos jornais trocaram os grandes jornalistas por estes tarefeiros ignaros e o resultado vê-se. É asneira que ferve!