ENQUANTO E NAO

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Ano novo, vida cara

Como se esperava o primeiro dia do ano começou com a entrada em vigor de um já anunciado aumento do custo de determinados produtos e serviços.

Assim, para já, para já, temos:

Títulos de transporte:……………………………........... 2,3%
Portagens da Brisa …………………………….............. 2,8%
Portagens na pontes 25 de Abril e Vasco da Gama 5,0%
Electricidade……………………………................ 1,2% a 2,3%
Gasolina ……………………………………….................... 3,7%
Rendas de casa …………………………………............... 2,1%
Imposto automóvel …………………………….............. 2,3%
IMT (antiga Sisa) ……………………………….............. 4,37%
Tabaco ………………………………………….................... 15,%


A estes outros se seguirão, quer por decisão governamental (taxas de saúde, por exemplo) quer por arrastamento (toda a gama de produtos de consumo diário que os comerciantes não vão deixar de aproveitar)

Por outro lado, temos o aumento de salários de 1,5% previsto para a função pública ( que o governo recomenda não seja excedido pelas empresas privadas), e que representa uma perda de 8% do poder de compra;

O aumento de apenas 3% no salário mínimo – o que significa um aumento de apenas o,7% em relação à inflação;

A redução de benefícios fiscais por parte dos reformados,

Tudo junto, dá uma ideia dos problemas porque vão passar as classes menos favorecidas da sociedade portuguesa – ou seja a sua grande maioria.

Todos os anos é assim e as condições de crise que atravessamos podem justificar que este ano os sacrifícios que nos são pedidos sejam particularmente severos. Muito bem.

Tudo estaria certo se a gente visse que os sacrifícios que nos são pedidos atingissem, na mesma proporção (Eu diria mais: numa maior proporção) os elementos mais favorecidos da sociedade a que pertencemos.

É isto um lugar comum?
É. Mas vale a pena repeti-lo e eu repeti-lo-ei, até à exaustão, até que deixe de o ser.

Porque não seguem os nossos governantes a iniciativa de Evo Morales, o recém-eleitoPresidente da Bolívia que já prometeu abdicar de 50% do vencimento que lhe cabe pelo exercício das suas funções?

É demagogia? É populismo barato?
Será. Mas atitudes como esta ajudam os mais sacrificados a aceitar com mais resignação os sacrifícios que, por norma, é sempre sobre os seus combros que mais pesadamente recaem.

Escrevendo, como escrevo, para a gaveta – que é de facto o que este blogue significa – gaveta que permito, no entanto, que outros espreitem, eu posso perfeitamente dar-me ao luxo de me estar nas tintas para o “politicamente correcto” – postura que decididamente rejeito – e dizer o que dá na gana.

E o que me dá na gana, hoje, é dizer que é tempo de não ser só o mexilhão a lixar-se quando o mar bate na rocha.

1 Comments:

  • felicidades!
    me gusto lo que escribes en tu blog.
    el ojo se abre dependiendo del obejto de su vision.

    saludos,
    eduardo-aikidoka

    By Blogger Edu Aiki, at 02 janeiro, 2006 16:41  

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