ENQUANTO E NAO

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

DOIS TEMAS

Chave de ouro para o processo de descolonização
A propósito da visita de Jorge Sampaio a Timor

Do Diário de Noticias de hoje (24-2-2006),
transcrevo a seguintes passagem:

(…)O que comove os portugueses em Timor, ao verem criancinhas ensaiadas a cantar o esplendor de Portugal? Provavelmente isto: se em Timor o império não se discute, então Xanana Gusmão não libertou só a sua pátria, mas também a nossa, ao permitir-nos a redenção do trauma imperial. É assim natural que, mais ou menos afinados, os portugueses cantem convictamente o hino timorense que louva os "heróis da libertação" - Xanana e os seus homens são também os heróis da libertação portuguesa.
Coube a Jorge Sampaio, anti colonialista desde a juventude, encerrar o ciclo imperial e assistir à libertação do trauma e à expiação dos pecados do império. A entrega de Macau e a independência de Timor-Leste, depois de 24 anos de combate ao invasor, com a colaboração diplomática de Portugal (mais activa após 1992), produziram então o milagre consubstanciado na união nacional e no embevecimento pátrio perante o fenómeno de Timor-Leste.

Estas palavras bem podem servir de lição aos detractores do processo de descolonização portuguesa. A visita do Presidente da República a Timor - o mais jovem país do mundo, constituiu o epílogo feliz da descolonização possível.
Quem a poderia ter feito, com calma e nas melhores condições teriam sido Salazar e Caetano, mas esses pensavam que os ventos da história eram estórias da carochinha…
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Liberdade de imprensa não é um todo-o-terreno

O jornal gratuito Metro definiu uma linha editorial mundial para a questão da publicação das caricaturas de Maomé. O grupo internacional, que tem 61 edições em 19 países diferentes, decidiu que nenhuma das suas publicações iria ou irá apresen­tar os cartoons, numa tentativa de estabelecer um princípio base comum.
"Foi uma decisão colectiva, tomada depois de serem ouvidos os vários responsáveis editoriais dos diferentes países", explicou ao PÚBLICO Nuno Henrique Luz, o director do jornal em Portugal. "Com tanta gente envolvida, é di­fícil saber se houve unanimidade, mas posso garantir que é uma de­cisão consensual", acrescenta.
Nesta questão, não interessam as realidades específicas de cada país a que o jornal chega. Para Nu­no Henrique Luz, está claro que a decisão do Metro foi a mais correc­ta: "Não acredito que o discurso da liberdade de imprensa seja todo-o-terreno. É essencial que existam alguns cuidados, e é este o princípio de base que o grupo Metro assume."
Depois da decisão tomada, e numa altura que a discussão já está noutro nível, pela reacção de violência a que se tem assistido, o director do jornal em Portugal teme que se possa confundir esse princípio com uma intimidação pela violência. "Ao publicarmos as caricaturas, íamos estar a pas­sar a mensagem de que ninguém mexe com as nossas liberdades. E o que nós queremos dizer é que as nossas liberdades nunca podem estar em causa, mas que qualquer liberdade traz responsabilidade", esclareceu.
Portanto, não é uma questão de medo. "Temos dado toda a cober­tura aos ataques que se seguiram à publicação dos cartoons, e já deixámos bem claro que consi­deramos esta reacção violenta completamente injustificável e inaceitável “,

Extracto de um artigo no “Público” de hoje (24-2-2006)
Os sublinhados são meus,

Isto é que é lucidez. Isto é que é bom senso!`
É que há muita gente que ainda não percebeu que é, apenas, de bom senso que estamos falando. Dá para entender?

1 Comments:

  • Bem Antonio, as tuas palavras em relação a mim a ao blog deixaram-me sensibilizado, mais a mais partindo de uma pessoa que escreve como tu o fazes no enquantoenao.
    Obrigado, é sempre importante sabermos este tipo de coisas e as pessoas darem-se ao trabalho de escreve-lo.
    vou linkar o teu blog no meu, um abraço. Ricardo

    By Blogger Ricardo Pereira, at 24 fevereiro, 2006 21:39  

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